Mais um. O meu primeiro. (brainwasherpt@hotmail.com)

domingo, dezembro 15, 2019

Escrevemos por ter um destinatário. Não o tendo fazemo-lo só por nós.

I

Escrevemos por ter um destinatário.
Não o tendo fazemo-lo só por nós,
que importa o que dizemos, como o fazemos,
as palavras usadas, o seu peso, o medo
de sermos incompreedidos,
é só "comigo" que vamos ter de lidar.

A falta de compreenão do destinatário
também inibe todo o processo. Não recorri
muito a figuras de estilo, nem é por isso
há simplesmente coisas que são idiomáticas.
A tecnologia também inibiu o processo,
é mais fácil e rápido dizer e gravar
do que pensar ao mesmo tempo que batemos
 os dedos ferrujentos cada vez menos,
por insucessos, abertos para os outros.

Ainda me lembro do último poema que
à primeira, escrevi. Não me recordo do estado
em que estava, sei que acabava
naquele momento, de vez. Éramos três
fiquei sozinho, numa casa tão marcada,
como eu agora estou.

II - a MJ

Encontrei-te por entre gente que não me importa
a quem o tempo me fez perder o rancor, sentir indifrente.
A idade não apaga os sonhos, fez-me eficiente
na partilha de uma verdade que no limite é comum.

Herdamos um peso organizado em versículos
escritos em línguas que a maioria desconhece,
só o consciente é que não teme aquilo que o define,
só um crente acredita que algo pode mudar.

III - A ver se é desta

Tentei e nada tinha a dizwr para além do que já fora dito
insisto
como um parvo sempre no mesmo.
Olho-me e apercebo-me do quão errado estive.

Se exite uma causa para tudo a causa foi sempre a mesma.
OS meus actos e fé sempre contínuos.
Penso sempre no castigo, que o mereço.
Meço o amor pelo quanto de mim precisam.

E em mim quem pensa agora penso.
Porque me deram o medo de estar sozinho?
Porque achamos que só conseguimos
se formos como os outros com o mesmo?

IV

Para chegar à ferrugem primeiro temos
de tirar a tinta. Preciso de decapante.