I
Escrevemos por ter um destinatário.
Não o tendo fazemo-lo só por nós,
que importa o que dizemos, como o fazemos,
as palavras usadas, o seu peso, o medo
de sermos incompreedidos,
é só "comigo" que vamos ter de lidar.
A falta de compreenão do destinatário
também inibe todo o processo. Não recorri
muito a figuras de estilo, nem é por isso
há simplesmente coisas que são idiomáticas.
A tecnologia também inibiu o processo,
é mais fácil e rápido dizer e gravar
do que pensar ao mesmo tempo que batemos
os dedos ferrujentos cada vez menos,
por insucessos, abertos para os outros.
Ainda me lembro do último poema que
à primeira, escrevi. Não me recordo do estado
em que estava, sei que acabava
naquele momento, de vez. Éramos três
fiquei sozinho, numa casa tão marcada,
como eu agora estou.
Escrevemos por ter um destinatário.
Não o tendo fazemo-lo só por nós,
que importa o que dizemos, como o fazemos,
as palavras usadas, o seu peso, o medo
de sermos incompreedidos,
é só "comigo" que vamos ter de lidar.
A falta de compreenão do destinatário
também inibe todo o processo. Não recorri
muito a figuras de estilo, nem é por isso
há simplesmente coisas que são idiomáticas.
A tecnologia também inibiu o processo,
é mais fácil e rápido dizer e gravar
do que pensar ao mesmo tempo que batemos
os dedos ferrujentos cada vez menos,
por insucessos, abertos para os outros.
Ainda me lembro do último poema que
à primeira, escrevi. Não me recordo do estado
em que estava, sei que acabava
naquele momento, de vez. Éramos três
fiquei sozinho, numa casa tão marcada,
como eu agora estou.
II - a MJ
Encontrei-te por entre gente que não me importa
a quem o tempo me fez perder o rancor, sentir indifrente.
A idade não apaga os sonhos, fez-me eficiente
na partilha de uma verdade que no limite é comum.
Herdamos um peso organizado em versículos
escritos em línguas que a maioria desconhece,
só o consciente é que não teme aquilo que o define,
só um crente acredita que algo pode mudar.
III - A ver se é desta
Tentei e nada tinha a dizwr para além do que já fora dito
insisto
como um parvo sempre no mesmo.
Olho-me e apercebo-me do quão errado estive.
Se exite uma causa para tudo a causa foi sempre a mesma.
OS meus actos e fé sempre contínuos.
Penso sempre no castigo, que o mereço.
Meço o amor pelo quanto de mim precisam.
E em mim quem pensa agora penso.
Porque me deram o medo de estar sozinho?
Porque achamos que só conseguimos
se formos como os outros com o mesmo?
IV
Para chegar à ferrugem primeiro temos
de tirar a tinta. Preciso de decapante.