escrevo-te outro poema
que não vais entender.
o teu português será sempre mais básico
que o meu.
Nem sequer gostas de poesia,
não segue as regras a a que te acostumaste.
foi bom rever-te nos últimos dias,
reler-te enquanto novas linhas se escreviam.
sei que é egoísta. Mas não é isto a condição desta arte?
Lembro-me de ti dos pulsos aos tornozelos,
de extremidade a extremidade
de cidade a a cidade apesar de
culinariamente não serem comparáveis.
Choro finalmente após anos,
contados digamos que dois,
o destino quando embate é sectivo
e é do destino que hoje, por ti,
fatalmente,
chore.
Dos meses passados o que há que se escreva?
Nada foi dito para além da resposta
a um como estás? o que te dói agora?
Precisas que te ajude de alguma maneira?
Amor em cuidados paliativos,
Adultos indecisos como crianças
com medo do que adultos hão-de viver.
Quero.te esquecer!
quero-te esquecer!
Porra.
Lembro-me de momentos,
de detalhes. Como a carica
da cerveja que carrego ao pescoço.
Sinal de uma despedida que
só anos depois
se executou.
Minto, digo que é de prata. Tenho uma lata
não como a do outro verso que se apagou.
que não vais entender.
o teu português será sempre mais básico
que o meu.
Nem sequer gostas de poesia,
não segue as regras a a que te acostumaste.
foi bom rever-te nos últimos dias,
reler-te enquanto novas linhas se escreviam.
sei que é egoísta. Mas não é isto a condição desta arte?
Lembro-me de ti dos pulsos aos tornozelos,
de extremidade a extremidade
de cidade a a cidade apesar de
culinariamente não serem comparáveis.
Choro finalmente após anos,
contados digamos que dois,
o destino quando embate é sectivo
e é do destino que hoje, por ti,
fatalmente,
chore.
Dos meses passados o que há que se escreva?
Nada foi dito para além da resposta
a um como estás? o que te dói agora?
Precisas que te ajude de alguma maneira?
Amor em cuidados paliativos,
Adultos indecisos como crianças
com medo do que adultos hão-de viver.
Quero.te esquecer!
quero-te esquecer!
Porra.
Lembro-me de momentos,
de detalhes. Como a carica
da cerveja que carrego ao pescoço.
Sinal de uma despedida que
só anos depois
se executou.
Minto, digo que é de prata. Tenho uma lata
não como a do outro verso que se apagou.
II
Quando a vi não pude dizer no que
se tornaria. A bebedeira não era
como as outras. Nem me lembro
do que lhe disse. Estava à espera
sentada
por debaixo do átrio do banco de Portugal.
Ensinei-lhe em minutos a virar garrafas
de um modo que o garçon supostamente
saberia. Não sabia, passei por parvo,
só o soube passado alguns meses.
DE que me serve enumerar soluções,
Criar comparações entre momentos
Só pelos personagens distintos. Amigos,
Este que vêm diante de vós é outro
o (nome do autor) é outro
ninguém existe senão por reflexologia.
III
Quando te vi mal falavas
não querias sujar as calças
deformaste os meus desenhos
com as nádegas
só o meu caderno te sustinha.
IV
Dormias, mais nova ensinavas
que mais que o poema importa
o destinatário.