Mais um. O meu primeiro. (brainwasherpt@hotmail.com)

segunda-feira, novembro 26, 2012

o corpo do cláudio fico envolvido pela cinza do que alegoricamente representava um dia que se foi queimado.

Todos eles fumavam crack no intendente.
dizia o cláudio. Apesar das diferentes nacionalidades
dos locais onde viviam e das responsabilidades assumidas.
Todos fumavam crack no intendente.

O corpo carregava os restos cinzentos do que
cobriu antes de descontos o piso de betão armado.
Ele falava com duas vozes, uma só do momentos
o que ouvíamos vinha de um outro dia talvez melhor.

Hiroshima! meu amor
que mais que uma bomba
que o seu resultado
que a carnificina
que uma merda de poema
gasto por linhas mal lidas
quem mais que hiroshima temos?

Ele pedia que se escrevesse um poema
um que morresse. que vivesse.
que tudo tivesse (guita) ou nada
que com isso não se importasse
um poema que se transformasse
em nada.

Nenhum poema não tem peso.
todas as palavras carregam um dia.
vindo de mim usualmente mau.
é ainda maior o peso
porque perco tempo enquanto penso
em coisas que por serem reais não fazem
sentido nenhum.

Não consigo escrever sobre a cabeça da Joana
como o meu homónimo que a queria abrir
e que aos olhos dela, que se arrastava por orgasmos,
no seu ponto de vista, implicava mais poesia que a minha;
não sou um poeta aos olhos de quem me leu
nunca fiz nada de interesse literário.
Deveria focar-me no meu trabalho gráfico.
deveria fazer mais pinturinhas.

Pó caralho recomendações parvas
o corpo carrega os restos cinzentos de um dia.

sábado, novembro 24, 2012

Fome - estudo para IV pinturas contemporâneas na génese e senhoras, por enquanto, da mesma parede.

I

Escorrega-te por entre os dedos a areia
do deserto que te alimenta. ou que pensas
que te dá mais que uma insolação ou frio.
O vazio promove os extremos
e reduz a distância entre eles.

II

escorrega-te por entre os dedos ainda.
sustens-te como podes enquanto tenta
outro por saciar levar-te a perna.
Nada há em teu redor para além do que tentas
em vão ingerir. resultado triste de uma erosão de vidas
formas antigas que só podem ser imaginadas.
Resto de impérios que caíram até chegar ao teu
ao nosso, sendo nós os poucos que restam.

Busca a criança a teta, come-lhe a mãe o braço
a troca nunca foi tão óbvia e marcante
aos olhos de quem observa.

Lentamente a perna começa a doer-te
e a areia que vertes é cada vez mais
por mais que não se note por estar entre ela.

Não sabes que horas são. A luz não importa
o que dita tudo é a temperatura.
O nada muda de súbito
um extremo que se faz o seu oposto.
Já não há monstros para além de nós.
nós os poucos que restam.

A única que poderia sonhar
já só tem um braço para fazer castelos.

quarta-feira, novembro 21, 2012

estou cansado de mais para escrever
so digo que me apetecia.
so escrevo  o que posso
tudo o resto soar-me-ia inferior.

sexta-feira, novembro 16, 2012

epitafio de uma pintura que o poeta quase concluiu

tenho o corpo pesado como a matilde
me assume que preciso antes de criar.
Dá mais peso ao movimento e sente-se
mais por custar que o sentido.

Os dedos estão sujos de um afecto
a um papel que do negro ganhou cor.
E o resto, por rimar com não presto,
se mais disser é por favor.
mas também a estas horas
de final não de começo de dia
de que nos serve a educação?
Vão mas é pó caralho
voces que acordam para o trabalho
cada um que me lembra o que sou.

amanhã não vou. e basta isso.
não preciso de citar a betânia
de enaltecer a minha sobriedade
não depois mas durante a performance.
Será que isso faz de mim um ser superior?
será que não sinto o que com superior rima?
será que sou melhor por me lembrar
por saber de côr o que outros esquecem?
isso nada tem de cardíaco amigo
quem sabe o étimo não emprega em vão.
Quero é sentir o que eles sentiram
perceber a semântica que do ébrio provém
reviver a loucura que não foi violenta
por mais que me tivesse feito sentir.

É tão tarde, e é tarde demais para assumir
o que ela me disse como verdadeiro.
Estou cansado, exausto e até isto
apesar do meu estado é mais forte
mais meu. sem sequer assumir uma ressaca.

Já passa
já passa dioguinho
vamos para o quentinho
vou-te dar colinho
vais voltar a pequenito.

o que faz sentido faz independentemente do sotaque
ito ou inho ou o caralho que o foda. Somos pessoas
sentimos o mesmo desde que herberto não preceda o hélder
desde que as palavras sirvam para construir mais que outro problema.

Estou cansado, exausto e mais não consigo
por mais que mais que seja o que quero
sem qualquer outro estímulo externo
que este copo de leite que sorvo de um modo porco
(não sabia juntá-lo com mente)
e agora ó gente
é tempo de dormir.

II

Lentamente regresso do sono para afirmar com certeza:

o português só é sério quando não trabalha;

se alguém ao teu lado estiver que seja alguém te faça viver.

e o resto são ditados ainda mais parvos, e parvo em latim era pequeno.

sábado, novembro 10, 2012

Ja não tenho medo de ser eu ate escrevo nomes nos poemas e os problemas antecedo sempre de um pronome.
Assume o amor, por ódio, formas que o anulam, apesar de o ódio o comprovar por eliminar a partida a indiferença que é a principal razão do seu fim. Nao se confunda, nunca, perdão com indiferença pois ele é a maior prova de que o amor existe.

Evitemos mal entendidos. Apesar de opostos a calma e a obsessão justifica o mesmo; os graus é que nao sao os mesmos, dai é que surgem as formas de amar contraditórias ao sentimento amoroso base.com a perdão aceitam-se actos impensáveis, o ciúme anulla-se por nao ir para além de um corpo e da felicidade individual, algo que o ódio nao consegue, nem sequer permite. Reside o problema na aceitação do artificial como natural, a imposição moral, independentemente do credo, suplanta o que de mais selvagem temos. Amar, no grau mais alto, nunca implicará posse mesmo que assuma entrega, mesmo que no seu grau mais baixo a exija. Respeito é a única condição necessária, a mesma que garante a honestidade, aquela que que nos faz de facto conhecer alguém, que nos faz de facto saber o que esperar, sem sequer ter em conta elementos que possam Aer. Negativos.

Quem ama perdoando aceita. Odiando impõe mudança. O primeiro mantém o objecto do amor, o outro por medo tolda o amado ao ponto de possibilitar o seu desaparecimento. Assume o amor, por ódio, formas que o anulam, apesar de o ódio o comprovar por eliminar a partida a indiferença que é a principal razão do seu fim. Dizem o mesmo duram e tempos distintos.

quinta-feira, novembro 08, 2012

nao sei quem me lê
mas que importa?
a história
só por quem me adora
será contada
o resto, a merda a escória
são contos de fantasma.

II

A Matilde diz
que só crio
bem
quando estou esgotado
quando caio para o lado
quando deixo de ser eu.

A matilde sabe mais que eu
o que eu sou
e isso assusta
A matilde
muda
como eu
por estar exausta.

Fica inspirada
diz oque sente
não teme
não diz que brinca
não diz o que irrita
a pessoa que sou eu.

E eu
e eu e outra vez eu.
o cabrao do eocentrico
o rapaz que só nele pensa
o que inventa
desculpas para dizer o seu nome.

Vai para longe
foge
como quem pode
como quem a tilda
a supracitada
diz que és.

III

A fé é um produto da vida
tal como a fome é necessária.
O resto são invenções
Não há mais arte que na comida.

o beethoven escreveu-lhe uma carta.
no tempo dele ela era outra.
e o beethoven não parecia uma traveca
e as travecas não tinham o youtube,
para dizerem o que não tinham tomates
para dizer cara-a-cara ou mal cantado.

Foste-te como o vento de uma índia
levada por um maremoto
por uma monção ou lá como se chama
aqui não há disso. aqui só há frio.
o mesmo a que me acostumaste.

Ela dançava com tipos parecidos comigo
pela altura, depois de me procurar.
A outra não deixou que me tocasse
não o meu par que sabia quem ela
era por recorrência de referências.

Gostava de ter dançado o slow contigo
que sentisses a leveza que consigo
mesmo que sem ti ter com contratempo
aquele que por formação te é próprio.

Já não te peço desculpa.
Peço-te que a vejas.
O que sou é o que te respeita
e que aquilo que eu seja
seja sempre o que querias que eu fosse.
(por mais longe que me saibas)
hoje brindaram tres vezes
tres vezes brindaram hoje
para um monsto que longe
sinto hoje que eu já fui.

Nunca mais ame quem me destrua
quem jogue como quem ossua
enquanto sabe que nao pode.
E chorei como quem pode
e quis mais do que pude.
e por mais que quisesse
por mais que temesse
assumi o erro que so foi meu
com ela, a que estava ao meu lado
a que sem precisar percebeu.

A francesa, a lydie, procurava um par
acho que olhou para mim por instantes
acho que me provocou até ao ultimo momento.
Gostava de ter dançado com ela
de lhe ter dado o passo que so a outra dei
(antes dela por certo;
ou durante se quisermos ser sinceros)
mas nem de isso fui capaz.

Somos miseraveis.
nos nossos cantos perdemos a noçao do tempo
tal como o titio hh nos recomenda.
Pomos mas caras de bisonte quando queremos
ser doces ou uma outra coisa qualquer dócil.
Pomos mascaras de veado quando cornos
nao queremos ser. De rinoceronte
depois de uma rinoplastia. De enguia
quando somos facei tão faceis de apanhar.

Os actores que se fodam. Quem aacha que sente mais por ler
quem leva a letra o tolstoi que a mtilde me ensinou ser cómico.
E toda a restante merda que o joao miguel me mostrou imatura.
Quantas pessoas me marcaram por serem?
Quantos me deram por darem com partilha?
são todos da mesma matilha bacoca e irrisória!
Rio-me agora com as cartas para a elise.
Para o sofrimento que chama os bacocos como já fui.
O idiota que tremia com cada grito dela.

Não interessa o que dizes
nao posso ficar todo o ontem
Tooda a maneira é insuficiente
e tudo o mais que isto não é huma


Não interessa o que fazes
nao posso ficar dentro de ti
os teus olhos não dizem o que queres
há sempre algo mais escondido.

e tudo o resto é merda. mas quem sabe de poesia para alé dos poetas
quem escreve as linhas que são mais do que deles?
o Mestre já se foi há tanto e só quem vê o que não queres
é que sabe onde é que ele reside meu amor.

Porque rima o que me és com o que me incomoda.
ainda toca a estúpida da tua canção.
"nunca dancei um slow", dizia a outra
tão calma tão bonita ao lado de duas palitas
uma que me dá tusa uma que pôde ser minha
a mesma que por ti deixei. a unica que lamento
coisa que tem pernas e nome, que me faz
pedir as desculpas que nunca assumi.
"fala muito de ti" disse a matilde com a verdade
a que por não me ser própria me magoa.

Não fui educado para ti. para isto. para o que tivemos.
Tu sabias tão melhor que eu porra
e eu nunca te ouvi quando me anulava
quando me vias tornar cinzento
quando o verde, não o de nojo, esmorecia.

A música acabou. foram-se as palavras de quem não viveu
de quem te inspira para além dos livros.
"somos de água a música afecta-nos
a água é mlehro condutora do som"
dizia o pintor polaco que sabia mais do que
quem amo claro o que me inspira
são polacos caralho, mal se não soubesse.

Vou põr em repeat e adormecer
quando roncamos tudo perde
por mais que faça antes
o sentido que nos incomoda.
Agora durmo como quem chora.
porque posso não sonho..



domingo, novembro 04, 2012

Não sei o número mas também não tinha papel - SW - Interlúdio I - MF

A ânsia antiga perdera-se
com a distância do que agora
importava mais.

Estava longe e ela estava perto
não se prometera nada
o próximo dia era incerto
p'la certeza de um bolso vazio
uma qualquer falta de vontade
ou a impossibilidade
de trabalhar fora da oficina.

....



I - o mote

O ás vezes precede qualquer estado
que seja humano por natureza, ou acção
que só nunca se faz por moral
ou medo artificialmente imposto.
Outros há instintivos; finge o animal
como o homem mata [outro: mente], p'ra não morrer
ou tentar, querendo ou não, dar vida.

II "outros que me tomem (...) mais que a besta sadia"

Não escondo, omito e sou parvo
ao ponto de dizer que o faço
a quem não minto.

III - O mestre escreveu a lição que não explico ao pupilo, o último cita um livro que o primeiro não escreveu


Como o pescador de atum
Sabe o que a corrente lhe traz
Pelo teu rosto triste evitei-te
A casa já gastou demais.

Hadji orchestra dodo

O titulo nao interessa para nada quando o que lhe segue o anula. O começo é um detalhe, face o caminho que se percorre.

Anulava-se constantemente nos seus vícios parvos, parvos mesmo da infantilidade que a idade e a criação justificam. Preocupo-me, para além do que sinto ou sentia, e o consentimento deste estado perante algo que nao podemos tocar para, como deus com o Barro, moldar só me destruía lentamente com cada bater nao ritmado de um coração pelo medo. Quero-a bem, quero-lhe o melhor mesmo que isso nao me inclua e dificulte a consciência de tudo o que se passa ou se venha a passar; quero-me bem também, depois de se ir, deixa de ser um fardo, vou eu de seguida e sigo talvez até que, mesmo que de súbito seja, um dia passe a preocupar-me só comigo.
A vida é um jogo de dados, de tempos aleatórios que, por cada decisão, temos ou assumimos.

Chega de esperas inúteis
Imobilidades justificadas
Pla falta de empurrões.
Passou mais um dia dos dias
Que passados pouco deixaram
Que só subtraiem ao quase nada
Ao tudo o que Ainda havia.

Estou num decimo terceiro piso
Vejo terra que só para outros valorizei.
Sorvo o chá pelo isolamento
A educação sempre foi social.