Um em muitos

Mais um. O meu primeiro. (brainwasherpt@hotmail.com)

quinta-feira, março 21, 2024

Após quase dois anos o artista retorna a uma prática que se espera diária

 I

Tudo depende do destinatário. Mais que a sua existência, a sua capacidade de compreensão. ( acho que atrás errei na pontuação; culpo o teclado, a causa é a falta de um possível jeito que vêm da recorrência que já não existe). De que nos serve usar a escrita se a semântica não é partilhada? A das palavras claro. Espera-se a subsjectividade na pintura.

Passaram mais de 20 anos desde a primeira vez que usei isto. De lá, para cá, podia ter investido em bitcoin, ter comprado acções da apple. Tudo coisas mais simples do que tentar escrever coisas que a algúem há-de interessar e, obviamente também pela minha condição geográfica, provavelmente mais rentáveis. Escrevia por exercício, pela necessidade que a fobia me trazia de me distrair do espaço (ou carruagem) onde estava e de me exprimir, dada a incapacidade de comunicar com os outros que, entretanto, melhorei, impingi e eliminei.

Hoje a minha irmã falou-me disto. Pediu que lhe explicasse o texto 2º texto anterior a este. Começa na I parte por, mais uma vez, justificar a minha falta de vontade de escrever por não ter quem me entendesse. Naquele caso concreto repeti o que neste primeiro parágrafo aponto; claro que mais dramático. Segue-se uma confirmação do que ainda hoje sinto e que naquele momento se encentava.

Quando se está bem não se cria. Obriguei-me a acreditar nisto e este pensamento fez com que eu procurasse sempre situações que me anulassem para me expandir. Esqueci-me de coisas tão simples como quando comecei a desenhar ou a pintar: a descoberta de um lápis de cera na mala que a minha irmã deixara de usar. O complemento à escrita que, tantas vezes, nos falha. A forma que cresce no papel. A acidez de um adolescente farto do mundo sem obrigar o mundo a fartar-se dele. Escrevia, pintei o que a palavra não permitia, fotografei o que quis preservar para além da memória, pensei para e por mim tanta coisa em tantas formas e feitios.

Os últimos meses têm sido marcantes para mim pela capacidade que tenho de apreciar o bom. Tal como o estímulo fraterno que me foi dado. Voltei a escrever. Fi-lo de uma forma não choninhas. Relativamente estou mais feliz. Se não escrevo, é porque hoje falo e, por mais que lhe custe, com ela - aquela a quem dedico aquele outro texto - sempre a me ouvir

II

Provavelmente vou-te dizer que te escrevi isto quando
chegar a casa. Já me conheço meu amor, mesmo que pior
que tu. O que é teu apresento-to sempre, o que é meu
Felizmente - nao sei como - já me apercebi que aturas.

Literalmente não sei o que escrever, olho à minha esquerda
tenho uma tesoura, uma caixa de um cartão SD e um cinzeiro
cheio de cigarros que deveria ter fumado contigo. Ai suspiro
(queixas-te que já o faço pouco) poucochinho

é o tempo que partilhamos. Porque estou sempre nisto
Trabalho, tabalho, trabalho, trabalho, é o que me hierarquiza
o mundo que não entendo, o valor de um indivíduo
mas contigo só quero e espero o tempo nulo.

sexta-feira, abril 01, 2022

 Provavelmente não escreveria por mais um par de anos.


Como um saco de lixo à porta, no canteiro,

eu me sinto sem saber o que dizer.

Olhei para cima, procurei as chaves,

num bolso que cada vez é mais profundo.


encontrei-as por entre momentos,

de uma noite que soma copos vertidos

para a rua distraídos são os vizinhos

que contam como o outro diz tudo.


Agora que ne lembro entre promessas

de uma exposição que agora construo

que as palavras atípicas são mudo

como eu a explicação para tudo.


Nem me interessa a rima nem nada

vejo o martins ao fundo, com o felipe,

nojento e eu mudo não digo

metade do que penso.


Até a sofia está grávida e o changuito

o mais difícil de tudos vende livros

às horas que lhe apetece. e as leituras

nunca são a outra hora que as 7 menos 13.


se soubesses miúda que atrás do bar

sempre se ergueu alguém

que não ententido por mais que bebesse

não era por beber que tinha vindo.

Era o tabaco disse-te eu vezes sem conta

a desculpa vem sempre atrelada a um vício

pequeno, grande, megalómano,

o último foi sempre o que me definiu.


Estava sobre o canteiro um saco de lixo.

canteiro esse onde a grávida cheirou

fica sobre rele a história de tudo

o luto é simplesmente uma pasnaquice.


II


Quem sabe sabe quem não sabe soubesse

e assim começo um texto que não quero dizer

porquê pergunta um transeunte

respondo que é demasiado triste.


III


tentativa de um texto teatral depois de um curso de clown, depois do início.


4 personagens. Uma mesa. bacalhau à brás sobre ela. Foco no amarelo. Cenário só será descrito no momento final da peça, dependendo do que surge,


Falemos da forma do que te inspira, entre vnhos, já vamos na quarta garrafa já me podes dizer o que te move e, acima de tudo, o que te deu a vontade de criar recorrentemente.  Quem te conhece sabe as verdades que te motivam e o que te inspira, desde os clássicos aos mais antigos desde o prinicipio de os tempo modernos. Não me venhas com respostas breves.

bebe um copo lentamente, os outros personagens inquietam-se sobre a mesa que, um deles - o mais bicha - demora tempo a apreciar.


não estás aqui por medo, raramente sais do teu covil e, agora que te apanho, tenho mesmo de ouvir a tua resposta.


2. - O que queres que eu te diga; não há nada de prfundo na minha procura constate de afirmação perante mimi mesmo. Nunca fiz para o mundo só para miml. Tal como esta conversa. Estamos juntos, enter maigos e o tudo o que te tenho por dizer é a resposta, por ser minha, falaciosa, como as tuas perguntas. Sempre que fiz para mim foi. Sempre que culminei foi porque eu o decidid; não e por estar aqui ou ali que a verdade muda. Talvez quissesses que assim fosse como se a geografia e a aceitação de outrém fossem o escape para o problema principal. Principalmente o problema é meu; lido sim com a ceitação de todos mas assumo que isso faça parte da resposta.


3. Bravo.


4. Já não há mais vinho -.-  constatando que a garrafa estava vazia, sem vinho não há poesia e aqui o editor não engravida futuras meninas que fazem capas.


4. De que falávamos.? perdi-me a meio do discuros. Quero é saber como estão de quecas. Ainda ontem apanhei uma miúda que fazia uns truques mais do que assim assim,


3. Agora é que estamos a falar. Enrola-me uma ó 2.


2. Enrolo sim.


1. Eu é que estava enrolado.

quarta-feira, julho 21, 2021

 Por entre leituras, umas

Mais clássicaa que outras,

Exprimia um choro atipico

Dos que contrastam com a tristeza

De outros dias.


Poderiam chanar-me clássico

Metricamente falando, quando

O comportamento me era alheio

A certeza de outrem é maior que a

Minha e pelo que nela ia

Por metade eu venho.


Que interesss o tamanho após

Quase tudo. Estamos de luto

Pelos mestres, pela certeza,

A palavra mesmo que nao bela

É capaz de metade de tudo.

Falls-se so luto.


Hoje era o filho do aragonês

Esqueceu-se mais uma vez

O rondon. Era o outro decoração

Lisboa, e a sua puta tradução

Para estrangeiras que não comeram

Não sabem onde se meteram.


Tudo k disseram

Disseram tudo.



sábado, dezembro 26, 2020

lembro-me de erguer o olhar p'ra ver
A rua que à minha frente subia
até ao largo com nome de um poeta desconhecido
-o seu nome envolve grito-
fazia-me gritar por dentro na espera.

Olhava p'ra cima
esperava que ela descesse
esperava, esperava, esperava
chegava
e eu sorria.
Nc dei valor não instintivo a esses momentos
Hoje, tão longe e sem os ter,
Recordo-os saudoso
nostálgico como só a idade permite.

Tento iludir o que sei certo
agarrando-me a nadas que me dão
e julgando que alguém mais me pode dar
o que sem pedir sempre me deste.
Sou uma criança
sou tão mais novo que tu
- mulher feita pala vida que custa pisar-
Precisava de um sim ou de um não
nunca o vendo nos gestos que me deu
e insisto, sem pedir.

Cresci em tão pouco,
tu mesma o disseste,
mas não deixei tudo o que havia.
Não te digo o que há pois já o sabes
mas se houve o que acho devias perceber-me
ou tentar, por assim dizer, fazê-lo.

Tanto tempo passou desde que te disse não
(Faz +/- um ano(
tu dizes que esqueceste
que bebeste essa memória.
Não acredito em ti.
Na última vez que te vi
(que talvez seja a derradeira)
Perecias querer ouvir a prova de que estava mudado
mas isso não ouviste.
O que seria?
Esquece,
já sei que há perguntas às quais tu não respondes
- por conforto prefiro não o lembrar...
Mas o que seria?
O que querias ouvir?
Sei que já quiseste e sinto-o
eu quero ainda e vejo,
cada momento
contigo a meu lado
- faria tudo mais sentido.

Fui tão fraco
fui tão criancinha
entreguei-me a caprichos ao primeiro desconsolo.
Testaste-me
e tiveste
a resposta que não querias.
Percebo o teu ódio
(Aquele que a outra promovera)
que além do não é do pouco que me traz arrependimento.

Nc tive medo de ti
só tu me davas tranquilidade
Tinha medo do que por ti sentia
e achar que o mesmo não teria de ti.
Sejamos sinceros,
Nunca precisei de dizer aquilo que és
(tu sabe-lo melhor que ng)...
A minha cabeça tão mariquinhas
do tipo tenham pena de mim
-tantas vezes mo disseste-
era incapaz de aceitar algo
que se calhar havia...

Faz um ano este mês
há cerca de um ano disse que não
atravessado pela cafunice dos meus gestos
E, desde aí, tudo foi mudado
Não somos os mesmos
mesmo que o mesmo haja em nós.
Foi há um ano
agora é que lamento.


segunda-feira, junho 01, 2020

escrevo-te outro poema
que não vais entender.
o teu português será sempre mais básico
que o meu.
Nem sequer gostas de poesia,
não segue as regras a a que te acostumaste.

foi bom rever-te nos últimos dias,
reler-te enquanto novas linhas se escreviam.
sei que é egoísta. Mas não é isto a condição desta arte?

Lembro-me de ti dos pulsos aos tornozelos,
de extremidade a extremidade
de cidade a a cidade apesar de
culinariamente não serem comparáveis.

Choro finalmente após anos,
contados digamos que dois,
o destino quando embate é sectivo
e é do destino que hoje, por ti,
fatalmente,
chore.

Dos meses passados o que há que se escreva?
Nada foi dito para além da resposta
a um como estás? o que te dói agora?
Precisas que te ajude de alguma maneira?
Amor em cuidados paliativos,
Adultos indecisos como crianças
com medo do que adultos hão-de viver.

Quero.te esquecer!
quero-te esquecer!
Porra.

Lembro-me de momentos,
de detalhes. Como a carica
da  cerveja que carrego ao pescoço.
Sinal de uma despedida que
só anos depois
se executou.

Minto, digo que é de prata. Tenho uma lata
não como a do outro verso que se apagou.

II

Quando a vi não pude dizer no que
se tornaria. A bebedeira não era
como as outras. Nem me lembro
do que lhe disse. Estava à espera
sentada
por debaixo do átrio do banco de Portugal.

Ensinei-lhe em minutos a virar garrafas
de um modo que o garçon supostamente
saberia. Não sabia, passei por parvo,
só o soube passado alguns meses.

DE que me serve enumerar soluções,
Criar comparações entre momentos
Só pelos personagens distintos. Amigos,
Este que vêm diante de vós é outro
o (nome do autor) é outro
ninguém existe senão por reflexologia.

III

Quando te vi mal falavas
não querias sujar as calças
deformaste os meus desenhos
com as nádegas
só o meu caderno te sustinha.

IV

Dormias, mais nova ensinavas
que mais que o poema importa
o destinatário.

 

domingo, dezembro 15, 2019

Escrevemos por ter um destinatário. Não o tendo fazemo-lo só por nós.

I

Escrevemos por ter um destinatário.
Não o tendo fazemo-lo só por nós,
que importa o que dizemos, como o fazemos,
as palavras usadas, o seu peso, o medo
de sermos incompreedidos,
é só "comigo" que vamos ter de lidar.

A falta de compreenão do destinatário
também inibe todo o processo. Não recorri
muito a figuras de estilo, nem é por isso
há simplesmente coisas que são idiomáticas.
A tecnologia também inibiu o processo,
é mais fácil e rápido dizer e gravar
do que pensar ao mesmo tempo que batemos
 os dedos ferrujentos cada vez menos,
por insucessos, abertos para os outros.

Ainda me lembro do último poema que
à primeira, escrevi. Não me recordo do estado
em que estava, sei que acabava
naquele momento, de vez. Éramos três
fiquei sozinho, numa casa tão marcada,
como eu agora estou.

II - a MJ

Encontrei-te por entre gente que não me importa
a quem o tempo me fez perder o rancor, sentir indifrente.
A idade não apaga os sonhos, fez-me eficiente
na partilha de uma verdade que no limite é comum.

Herdamos um peso organizado em versículos
escritos em línguas que a maioria desconhece,
só o consciente é que não teme aquilo que o define,
só um crente acredita que algo pode mudar.

III - A ver se é desta

Tentei e nada tinha a dizwr para além do que já fora dito
insisto
como um parvo sempre no mesmo.
Olho-me e apercebo-me do quão errado estive.

Se exite uma causa para tudo a causa foi sempre a mesma.
OS meus actos e fé sempre contínuos.
Penso sempre no castigo, que o mereço.
Meço o amor pelo quanto de mim precisam.

E em mim quem pensa agora penso.
Porque me deram o medo de estar sozinho?
Porque achamos que só conseguimos
se formos como os outros com o mesmo?

IV

Para chegar à ferrugem primeiro temos
de tirar a tinta. Preciso de decapante.







domingo, junho 24, 2018

hoje deixei a casa
onde ela à porta
fatalmente cheirava
cada vez menos
às escondidas.

sábado, setembro 16, 2017

anaïs

A cadela reagia quando eu a chamava
pelo nome que agora não me lembro
apesar de
no final
ser o título do poema;
tu sentida
dizias
que era como a voz do senhor teu pai.

Para piorar a maria joão
levava-a pela mão
num daqueles filmes portugueses estáticos
dos que dão tempo para pensar.

[e] Lembrei-me de ti neste momento,
nunca tive medo
do que me assustou.

sábado, novembro 12, 2016

seni istiyorum

No meio de tudo só nos restava dormir,
por mais que tentássemos nada podíamos
para além do inglês que nunca nos foi nativo.

Embalou-te o teu dia que primeiro começou,
muito antes de eu começar a escrever. Disseste,
entre o sofá e o quarto, que estavas triste
mas c'o sonambulismo não fazia sentido.

Acabei por perceber depois do teu corpo me ter,
com a frieza do seu sono profundo, expulso
para a merda de um poema
que só em meses irá entender.

Tudo volta ao mesmo passado algum
tempo e amor e coisas boa e coisas más.
Poderiamos dize que a distancia é a razão de tudo,
mas antes de a distancia ter sido inventada
ou possibilitada
a malta comia colegas de escola
vizinhas ou vizinhos
primas
mas estas já podem implicar alguma distância.

Sinceramente não consigo entender no meio dos anos que acumulei.
Sim são poucos, e a ao contrário de muitos do antigamente,
estes que são poucos também são poucos concentrados. Quem?
Quem trabalha aos quinze? quem casa aos nove para equilibrar um reino?
Há mais para se saber mas do pouco que havia poucos sabiam tudo,
hoje leem-se panfletos de intelectuais e veêm-se resumos em vídeo,
erguendo-se o polegar virtual, não sei porquê azul, a provar que a partilha
mesmo que não vivida, é válida por alguns momentos, no que diz respeito aos bonecos.

E de repente acabou-se a punheta.
Nada mais hà para dizer.
Apita a panela hawkins
Vem a criada baixar o lume.
Conta os minutos 
até a carne
estar bem estufadinha.

Estou farto de pontos.
acabo com
, (virgula)




terça-feira, novembro 08, 2016

5/8/16

I

Exige-se, para a apresentação
da obra, o seu agrupamento
em categorias. Facilitam
A leitura do autor
por um eventual organizador
de coisas.

Pessoas
julgam-se umas às outras
pelo currículo

II

Ainda me é estranho criar
no contexto de um horário que
eu próprio defini. Nem sempre
há conteúdo mas se o há
pergunto
será
de interessa literário?

Nem gajas se sacam
hoje
com recurso a palavras bonitas
Músculo
Pastilhas
o eventual cartão dourado
é que abrem as portas do mundo.

E, do meu canto, sentado
sobre valores que só eu valorizo
lamento o destino
de gajas
que só p'lo aparente
eu foderia.

Mas caídas no colo
Coi ta dí nhas
Da vontade duvido
Lamento,
Sozinho, Como já fazia.

III

A gravidade com ela funciona
esquisita pela variação do peso
instantânea como no começo.

E-me estranho o bom
por falta de costume. O mau
nada é face o que eu conhecia.

O tempo, esse é o mesmo,
e tal como eu a língua estranha
em que nos encontramos.

IV

Hit de verão é comer uma francesa
e ter de sobremesa mais 3 nacionalidades

4/8/2016

I

De repente o resultado de viagens sucessivas, tanto palavras como formas, que fui acumulando para lidar com o meu medo de transporte público comum, tornou-se a fonte da minha aflição pela eventual mostra pública.

Crescemos de medo para medo. É a única conclusão a que chego antes de acabar esta viagem. Trabalho. Faço para já o que preciso.

II

Se não estivesses tão longe, escrever-nos-íamos
muito menos. A certeza de uma chegada,
a rotina, acumula nesse momento o discurso.
Resume-se o dia vivido, enlaçam-se as mãos
no que resta. A partir daí sentimos.

Pela nacionalidade a distância não se desfaz
sinto, por ser turca, o peso da política;
receia a minha ida
proíbem-na a dela.

Até então ditadores só apareciam
em notícias
ou na memória de quem conheço.
Nunca tive medo
E sou dos que pensa e diz.

III

(desenho)

Topless portrait by royal decree of her highness S ( com cedilha) S (com cedilha)

IV

Há crianças que não tiram macacos
do nariz mas que fazem muito pior.

Não sei se é por educação ou natureza;
não é ético experimentar em gémeos
ou em qualquer outra pessoa.
Talvez os nazis tenham a resposta.

Pelo que sei
da vida
se eles são"bons"
os dois
ficam modelos.

Valorizar o belo aos pares
sempre foi prática
na decoração de interiores.

Independentemente
claro
da definição de belo
do decorador
e do interior
em causa.

V

Esqueceram-se de perguntar ao artista,
antes da sua morte,
se queria o seu quadro,
qualquer um deles,
num museu,
num catálogo
num manual escolar,
num monumento.

VI

A música era pirosa
soava ainda + a luto,
que, ao contrário do que pensava,
só quarentões puxava
à pista tão triste
como os movimentos limitados.

Nunca paguei para ouvir isto,
para além de uma cerveja, como
agora sem vergonha o fiz.

Nem sei o nome mas conheço,
a merda do pop é como o amor,
movemo-nos subconscientemente formatados
sabemos antes do tempo
quando o bombo bate
bate
bate
bate
batemos o pé, levantamos o braço,
na momento que pensamos certo
independentemente da nacionalidade,
tamanho do nariz,
ou,
Credo.

Durou a dança tanto quanto a música,
Por revolução estivemos separados.

VII

A miúda de vestido curto
aparentava ser boa de cama.

O comprimento
facilitava a experiência
o resto pouco importava.

VIII

Eram 2 as suecas
tinham cuecas.
Fodiam por diversão
1 era loira
outra morena.

O problema?
Eram amigas do irmão.

O verdadeiro artista não toca
mesmo que pense
em inspiração alheia.
Dá problemas próximos.





quinta-feira, outubro 06, 2016

No comboio, o último expresso felizmente

I

Há quem se recuse a sentar
de costas para o destino
enjoam,
mas quantos olhando de frente
não são como os outros levados?
Quantos pensam
de facto
no fardo que a viagem implica?
Os estrangeiros pelo menos
aproveitam a viagem
- por mais vermelhos que estejam -
até a cruz quebrada
tem graça
não conheço quem lá tenha saído.

II

Assusta-me a falta de idade
real, não a que aparenta.
A palidez não importa no escuro
e os furos só incomodam
um detector de metais.

É bonita
o peso do corpo
elegante
só conhece quem o sente.
Me
     Te
         -Me
           Medo
E acho que o sabe
sente o mesmo
ficamos calados.
O primeiro desde o último, p'la 1ª vez escrevo para alguém que talvez um dia me entenda

[tantas medalhas, 1 há de funcionar]

I

Fazia esquemas sentado
diante da loja de sapatos
com um esforço quase igual
à rima.

P'ra quem quer ver cona
não lugar melhor.
Até o fino é fresco
e quem quer fumar fuma.

Da companhia não falo
conheço-os
seria injusto na crítica,
e a atenção
se houve
estava onde a ásia começa;
manifestando-se em frases curtas
tesudas
por vezes
incisivas

II

Até o barco era novo;
a navegação é mais precisa
em hora de ponta,
independentemente do sentido

III

Forço-me
desde o 1º
a cumprir tarefas
em tabelas distribuídas
precedidas
de um pequeno quadrado
a preencher
com certos ou errados.

Confirmações modernas de vãs glórias antigas,
refutações activas
a quem elogiou a preguiça.

Não importa o meio
o destino
A intermodalidade
só intensifica o sol
ou confirma a chuva.

Todo o caminho se faz de cara triste.

IV

Em paralelo o suburbano de passe social
produz, pela viagem ritmado, ou consome
contéudo que p'lo número de partilhas
tem interesse

Lê, p'lo menos, a falta de revisor
não importa e acentua-se.

A caminho do barreiro
o zé
que ninguém ouvia
que sempre negou a composição
tem algo para dizer
AO MUNDO:
O mário do seixal
o quim da amadora
o nélson do pombal
confirmam-no sempre.

Dos outros 300
cerca de 203
desejaram-lhe um bom aniversário.

V - A eventual falta de criatividade provocada pela ansiedade de estar claramente tranquilo

Elimina a calma
a necessidade abrupta
ex PLÒ si vã
de criar.

Não há propósito,
fico agitado
e se agito
é do jeito que não cai
azeitona.

Talvez seja melhor
hei-de o perceber se for editado vivo
e o esforço tiver mais peso.
O verso pensado,
a pausa no pensamento,
a revisão ocasional da estrutura
etc.
etc.
etc.
e Tal.

O barco é o mesmo
o sono é que é diferente.

VI

Poderia resumir o dia de hoje em 3
blocos principais de actividades:
Fazer
Mover
Conviver
Incluir comer e beber/
se tiver sorte punheta internáutica.

Poderia alocar o tempo
gasto
em cada uma delas
Não o faço
fico ansioso pela potencial tristeza.

VII - rock hard

Com uma pedra de calçada
fez um pequeno monolito
sobre uma velha fotografia
que poderia ser nossa.

quarta-feira, junho 22, 2016

I

não estou chateado. Nem sequer
bebi mais do que uma imperial,

daquelas que o verão exige.

Poderia encontrar no solstício
e na lua cheira sobreposta
uma desculpa
bacoca
pequena
apta a cumprir uma manhã na sic.

Prefiro justificações mais complexas.
Daquelas que só fortalecem o problema.

Que interessa ao leitor o estado de espírito
ou, se preferirmos, o estado nisso não pensa.
Estou a escrever sem qualquer das razões de ontem,
De antes
De outrora
AGORA
porque só isso é que importa
Estou a escrever.

O conteúdo é só um detalhe.
Poderia falar de miúdas
de casamentos frustrados
de estar apaixonado
de problemas
mas nada disso importa.

Agora
Agora
Agora
AGORA
estou embalado
estou pequenino
até gostava de saber falar francês.

esquece o dois
o que importa é o 3

II

Daqui a dois dias, na próxima quinta, vou culminar um ano em que estudei pintura e desenho numa instituição que, aparentemente, tem nome no meu país. O meu lado mais analista, consultor, crítico, se quisermos, tem sérios problemas com a instituição referida nos pontos que tenho capacidade de analisar, mas isto não importa nada para aqui.

Vou ser avaliado em algo que me é muito. Um conjunto de pessoas que pouco ou nada contribuiu para o meu desenvolvimento artístico, tanto do ponto técnico como de vida - o que é arte sem vida -, vai opinar sobre a qualidade do meu trabalho que, bom ou mau, é muito díspar de tudo aquilo que eles alguma vez fizeram, fazem ou hão-de fazer. Como ser sensível que sou, independentemente da qualidade da crítica, mas sempre consciente de nunca por este crivo passei, estou a roer as unhas por ansiedade mesmo que, por outras ansiedades já as tenha roído ao ponto de não as ter.

Sabe-me tudo a um travo de ironia. Tanto fiz que publicamente foi apresentado, para coisas chatas e aborrecidas ao ponto de nunca as citar em processo de engate, que nada me afecta e um simples auto-retrato, agora por selfie chamado, visto por olhos de quem o despreza, ou a possibilidade de desprezo, me machuca de uma forma desconhecida.

Penso na edição do meu livro, um conjunto de textos aqui publicados. Sinto-me ainda pior. O escrutínio de 3 pessoas possibilita um nervosismo que até agora me era desconhecido,en~tao como reagirei a uma crítica a algo que potencialmente, e aqui incluo as pessoas na leitura, poderá chegar a mais de cem leitores?

Tremo.

Esqueço o 2, o que importa é o 3

III

O que mais nos importa é o que mais nos castra.
Expomos palavras, desenhos, pinturas e o caralho
que nos foda, por entre opiniões que podem magoar,
assumindo, por mais pequenos que fossemos,
que temos algo a dizer ao mundo que geralmente criticamos.

Somos e faz parte opinar se já se leu mais que um livro.
Quando é que tudo está bem para além de nunca?

Nunca
Nunca
Nunca
Nunca
Não
está mal,
Portugal.
Não,
está mal!!!
Portugal
Portugal
Portugal...

E
A inglaterra está na eminência de sair da europa unificada
e
Nada.

A grécia coitadinha tem os credores à porta,
e
é Foda,
só para eles.

Só o que é nosso é que tem de passar no crivo
para nós, nós tão pobrezinhos
Coitadinhos
Pequeninos
ao ponto de gritar aguuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuudo (voz fininha) ao mundo que já fomos um império.

Quem saiu ficou por lá
Quem devia ficar não ficou
e
ee
eeeee
eeeeeee
eeeeeeeee
eeeeeeeeeeeeeee
eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee
eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee º(até ficar sem voz)

O cravou murchou.

E

os sonhos,
são sempre
 os mesmos.


quarta-feira, fevereiro 17, 2016

Continuo à espera da tua chamada

I

Disse que me ligava no dia a seguir
à nossa última troca de mensagens;
dessa vez até correra bem, fora
a sugestão da alternativa francesa.

II - quando, por comparação, vemos algo de bom

Encetei a conversa sugerindo que ela faria,
parte da exposição
"Não"
disse ela.
era mesmo fraquinha
a outra.

A seguinte,
que também era má
- proto-conceptual, desenhos com textos não explicativos-
tinha-a ao fundo
no canto do fumo
e eu fumava.

"já tiravas as máscaras"
Passei a ser
nesse instante.

III - Medo com Medo merda dá.

O titulo resume tudo;
fica o platonismo do encontro,
os momentos em que quase se deu
o magnetismo latente a cada sorriso,
a vontade que tenho de te escrever.
Foda-se, é o dia de São Valentim

I

Contávamos o nosso encontro a partir
de datas distintas, talvez pela idade;
mais romântico lembrava-me do primeiro
encontro, do ano que contigo começara,
para ti o importante era o dia
em que pediste que fossemos mais
do que éramos.

Foi quase no dia de S. Valentim,
o lanche era uma pita do shoarma grill,
regado com o molho de alho
o mesmo que tomámos
no último dia
em que fomos namorados.

II

Ironicamente o IPhone moreu,
no dia em que se esperam encontros;
o dinheiro estava contado
tinha de ir hoje ao psiquiatra
encalhado nem sequer bebi.

Mui
uin
tú.

III

Todos os anos,
por amor
ou
por corno
neste dia escrevi.
Que se foda o valentim
Nenhum santo é casado,
muito santo foi errado
a maioria sofreu.

A criança ao ombro pesava,
O santo que que a carregava
sentiu o peso do mundo.

Injustos são os injustiçados
pisam os que foram pisados.
Da esmola grandre
o pobre [ cantado]
desconfia.

Quis-me dar amor.
já não sabia o que ele era
EU!
Eu afastei
deixei de lado,
fui parvo
um caralho
bebi para esquecer
fodi para saber
o que era ter um corpo ao lado.

Alado
Diz-me alguém que sou
são viscerais
estão ligadas pelas costas aos nervos
encolhidas pelo medo.
 Quem será que as vê?
Quem?
Quem?
Quem?
Quem?

A minha mãe não sabia cantar
embalava-me com os seus medos.
Dava-me a liberdade
de não fazer algo
de não saber o que quer.
Esforçou-se sempre a decidir.

1º - o que eu haveria de seguir

2º Como e quem deveria foder

3º - Qual havia de ser o meu trabalho

4º - os motivos porque caso

5º - Não digo para ser sucinto

Hoje é dia de São Valentim
escrevi para mim;

Comi um arroz de cabidela,
Não acendi nenhuma vela

As flores eram
naturezas mortas,

IV - À la turca

(trautear o ronda à la turca)

V - De mim para mim

[desenho]
Ataque de ansiedade

Querida dói-me o
peito sem motivo aparente.
Sou jovem
já lidava bem
com os transportes
públicos.

Será do Leite?
Será de ontem não ter dormido?
O que se passa comigo,
será calor?

Por favor.
Não me sinto bem

Mãe
fizeste uma macumba por não te falar?
Ou foi o pai só por maldade?

Estou farto da cidade
estou farto de encontros mundados
de ser um cinzeiro de um corpo desconhecido.

Em Praga até o metro tinha horários
só partia depois de chegar o autocarro.

Nunca comi uma checa
Nunca comi uma checa
Nunca comi uma checa
As formas de expressão alternativas, como a fotografia ou o vídeo, eliminam a escrita que exige um tempo e um tempo que pede concentração.

Estou  sentado e só tenho isto, não me perco com outros meios que não o que exige palavras. Estas. A minha mulher está longe, pede-me para ligar

corpos, egos, cabeças e desejos
I - Claramente o artista por demasiadas frentes ingenuamente se segrega

Claramente
por demasiadas frentes
ingenuamente
o artista se segrega
e leva,
com a preguiça na fronte
Cai
sem chegar a lado nenhum

II - aquele em que o motivo se explica

Pior que o cobarde,
o que nada faz
não promovendo da mãe o choro,
é o idiota que se dá
pondo na falha o esforço.
O bom será
pelo blazé enaltecido
o mau
esse terá
nele o motivo.

E como este poema só com duas correcções,
(reparem como me justifico)
tudo se faz
ou fez.

[ladaínha]

Estava no comboio
Sou expressionista
Estava bebedo
furioso febril
demente;
Escrevo para mim
para
mais
ninguém.

Faço tanta coisa ao mesmo tempo...

Faço
por fazer
tenho
medo
da crítica

III - Apresentação à laia de quem já se estrutura.

De nada me serviria pintar o bucólico;
quem no campo vive já não ama ovelhas,
quem não o conhece quer charters e pulseiras
de consumo ilimitado nas caraíbas.

Pilhamos o que somos em troca de salários
mínimos são os prazeres que nos guiam,
usufruídos numa percentagem contratada.

"Á minha esquerda no comboio para Lisboa
Dormem em linha 3 senhoras, cansadas.
Uma é zuca-asiática
Uma é velha, gasta 
- dá para ver pelas mãos
a outra é mulata"

são três da tarde e dormem;
são 3 e estão cansadas.
Á M.S. o primeiro, ironicamente, depois do outro que primeiro de todos foi.

I

Não me sais da cabeça e 
não me consigo
focar no exercício.
É em ti que penso,
logo esqueço
as naturezas mortas

II

Perdi o medo dos comboios e com ele
a vontade descontrolada de escrever,
riscar
uma folha de papel
com gritos que por falta de tomates nunca dei.

"É a moda dos smartphones". Distraiem
mais que um jornal; são companhias
até o que vem de Londres é instantâneo.

O de antes dói, é mastigado sem dentes
e com a idade sente-se
mais o esforço.

Agora que te escrevo, de novo
ritmo embalado estranho que não grito
A cenoura não é a aflição
um apontar de dedo feio
uma fúria promovida pela solidão.

Tentei desenhar-te 3 vezes
cortando a tendência naturalista imposta
olhei-te durante 40 minutos.
40 minutos
40 minutos
40 minutos

e por 40 minutos foste a casa
que nenhuma antes fora.

III

Acusava-me de, na poesia, não ser como a Sophia,
de o meu afecto não simbiótico, só sofrido;
de lançar carinho para depois promover ódio.

É fodido ter macacos na cabeça,
Nós que como nos dedos
são marcas de mossas.

Macacos
na
cabeça
merda na cabeça
Macacos.

O punho move-se por ela
é por ela que gritamos
é dela que vem o medo.

[cantado]
"O dioguinho
O de verdade,
vive num cantingo
e o outro Diogo
- não o dioguinho -
é o porteiro desse sítio
e não é nada simpático"

especialmente com quem deveria entrar

E gostava por cobardia de ter algo de mau para te escrever
e gostava que a caligrafia fosse agressiva
e gostava que os meus dedos sangrassem
e gostava que quem me visse agora tivesse medo.
por cobardia
por cobardia
por cobardia

Levei tanta porrada que já nem sei o que é
um afecto
um gesto
doce.

PORQUE É QUE QUANDO EM TI PENSO SORRIO?

[Imagem]

FICO COM CARA DE PARVO?
E PORQUE RAIO É QUE AO TEU LADO
PAREÇO UM PUTO DE QUINZE?

Chamo-te torniquete
,mas na verdade,
amorosamente,
só tentas estancar o que é mau.

Lidar contigo é uma recrutra
dos comandos
dos fuzileiros
dos goi
da mossad
e o tudo o mais do mundo
mas aturo
porque só te quero feliz.
.
.
.
.
.
Quando estamos juntos de repente faz sentido
o que sempre me incomodou
os sonhos e ambições que me foram carregados
deixar de ter o peso que lhes é comum
Não quero ser mais do que sou
foi só isso que me pediste
depois de me olhares nos olhos.
A falta de hábito infelizmente inibe-me
e por cobardia antecipo uma dor parva
tão parva porque é mínimo o esforço
e é-me tão facil querer-te e fazer-te feliz.
Nem a distância me incomoda,
nem o estranho que te rodeia
- deu-me a vida o estômago que conheces -
e que mal me fazes tu?

Cada encontro acarinho
cada despedida sorrio
cada dia sem te ver é menos um até que te vejo.
Estou tímido
não tenho jeito
para escrever coisas bonitas
não sou como a sophia
mas fazes-me estar mais perto dela.


terça-feira, janeiro 26, 2016

DCCCIII - No avião.

I

Tudo se resume a mais uma partida
para lado nenhum
ruída que está a casa
[mesquinhos] que são os encontros.

Voltei de longe para um vazio
que antes de o ser era a estrutura
de um futura a 3 partilhado.

Não tenho onde ir
Não tenho onde ficar
Não tenho vontade de nada
o sonho que havia já não é.

Nem punhetas bato do vazio.

II

As sanduíches da SATA são iguais às da TAP,
devem partilhar o mesmo forncedor.
É tudo uma questão de eficiência
ou simplesmente não há grande escolha.

Queria ser [],
alguma coisa sobre o amor
e aviões como quando eu tinha 200 poemas amor
não consigo,
tal como não consigo pintar.

Estou inerte.
Não o que quero com força
Até as quecas são casuísticas.

Não tenho vontades,
obrigo-me a tudo
Só acordo por fome
e embala-me somente o excesso de esforço.

PARA ONDE VOU?
PARA ONDE QUERO IR?
O QUE TENHO DE FAZER?
O QUE É QUE ACHO QUE FAÇO?
O QUE? O QUE? O QUE?

Só queria ir ter contigo ti nó ni.
Ter os teus braços, o teu jeito tosco
os teus sapatos e o teu pipi.

Ti
tinó
ni.

E levo os cabrões dos escritores franceses,
aqueles que falam da alcova e do mijo
e só me apetece fazer essas coisas;
mijar-te em cima,
frenético movido pelo [sorrir] de não te ter,
de saber que não te tenho,
de saber que nunca vou saber se te terei.

Merda.
Observam-me os meus companheiros de bordo;
Respiro

cantado
Como ela me ensinou, como ela me ensinou
cantado ends

Não quero assustar ninguém
vou evitar expandir-me.
Alugo uma casa para isso
Tenho uma casa para fazer estas coisas impróprias
sentir de mais é de gente doente
sentir não é dos tempos de hoje
hoje é para meninos do milénio.
Aqueles que não sabem o que é contacto físico
Aqueles que não tiveram amigos na rua
aqueles que acham que a foda

- Desculpem-me vizinhos do lado
perdão -
é o que vêem nos filmes.

É mama falsa, é grito estúpido
é angulos que nem no chapitô concretizam.

Deviam ler,
Ao menos imaginariam.

O filme é tão concreto
e varia tão pouco
que é só o nojo
nada mais que o nojo
que pelo real se cria.

Será que o que aprendi também está errado?
Será que gostar de alguém ao ponto de dar tudo é mau?
Será que deveria ser egoísta?
Será?
Será?
Merda
Será?

Maria minha ama minha amiga
o que me deste existe noutra que não tu?
Agora que penso pouco me sucedeu que o comprove.
Quando eu não queria, havia uma certeza do seu lado.
quando do meu lado havia eram elas que me evitavam.
Azar talvez, talvez sorte; sonhei um dia o que tive.

Foi do cume que vi a ilha
da praia ou de angra não tive noção
de que a terra é por pedra marcada,
cada um sabe o que é seu.

Alguns por tudo aspiram
Talvez um dia tudo seja de um deles.

Escreves mais, bebesse e fumasse menos, ou pelo menos tentasse fazer tudo ao mesmo tempo.

I

Cheguei à 3ª com um baitalle no bolso,
um caderno em branco, que agora só preencho,
uma caneta verde que, p'lo esforço da foda vintegenária,
assumi ser preta. Estou cansado queria esquecer-me
dela e do que a antecedeu, só pus em causa o presente.

O livro distraiu-me nas idas rápidas à retrete,
consequência de um consumo sucessivo de hamburgueres,
com ou sem ovo mas sempre com bacon e queijo.

Pelo que percebi o francês gosta de escrever sobre fodas,
o prefácio explica que choru na altura o leitor.
Eu , do que li, percebi que pensei ou ouvi pior.

Provavelmente deveria tê-lo lido antes.

Bebo, fumo e escrevo numa esplanada antes do voo.
Regresso à casa que evito pelo que nela ainda ecoa
entre as paredes contra as quais algumas vezes a fodi.

Humilde, de humilde, agradeço estar nesta ilhota,
sem nada à volta, uma esplanada que me assegura um vício.

O meu amigo está casado e eu cansado estou;
revejo nele tudo o que já por duas vezes quis.

Penso, quando não me distraio, nas decisões tomadas,
certas até perceber que só foram um erro.

Fui mal ensinado, o egoísmo não faz parte de mim.

II

Sou movido pela necessidade constante da carga,
do meu iphone e do que carregado permite.
Nem o mar ao fundo me interessa,
contrariamente ao mestre o vento é-me mais que vento,
o que me rodeia não é nada se não o partilho.

III - (Desenho)

Disse-lhe que não a queria
(+) por perto
que não seria
( - ) do que tudo.

Assim parti.
Após um abraço;
o primeiro que me pediu.

IV - o que surge tem de valer só pelo que é, se é só nosso não é de mais ninguém como o HH

Escondo-me por detrás da ideia de ser (+),
que qualquer outro, não em força ou em génio,
não em altura, por mais que o seja,
nem em maneiras e isso é óbvio.

Fui marcado por algo que não sei.
Carrego uma verdade que nem a mim disse.
A que o mar ao fundo calmamente subverte,
e que a cerveja que o aquece afoga.

Penso nela, não sei onde está,
para além da minha carne já tão morta,
faminta de uma presença que já era certa.

Bastava ver-te que acordava de súbito,
agora tremo de não saber a consequência
o novo automatismo gerado pelo espaço
pela frieza que a chorar me pediste.

No teu covil deves reunir as presas,
coma segurança de um cronómetro teu.
Consumirás só quando precises;
Estarás num canto que tantas vezes mijaste,
meditarás nas tuas próprias tristezas.

Não te quero mais como antes, o ver está na arrecadação,
a que eu te iria ajudar a construir,
por mais que os meus dedos por reflexo te afagassem os cabelos,
que os meus braços te apertasses contra mim
buscando meu peito sentir o palpitar do teu pequeno coração.

Será que alguma vez a mim o abriste?
Como as tuas mãos que me tinham
como as tuas mãos que abertas me deixaram cair?

Antes de chorar preenche-me a certeza do que tenho,
do que tantas vezes por ti deixei
por o eu contigo não ser eu sermos nós.

Ele e ela disseram que sim, à frente de mim,
à frente dos seus, e ele, como ela, prometeu,
que um só para sempre haveriam de ser
independentemente  dos extremos que vivessem.

Chorei,
Chorei,
Chorei,
Chorei,
Chorei,
até que a aguardente subiu à cabeça,
um escorrega me lembrou que há mais no mundo,
e um baloiço deu ao whisky pernas.

A máscara que pus não foi de bicho,
não sou um actor sou um cobarde,
pus a máscara do homem que nunca fui.

A recruta? só quem me rodeia a fez.

E todos eles mais felizes que nós,
sem a nossa literatura, pintura, performance,
dança contemporânea e a merda de berlim,
dinheiro contado até ao final do mês
dinheiro contado até ao final da vida
Tudo mais pequeno que nós mas melhor!

A mesa apoia-me a cabeça,
a mesa suporta o caderno,
a mão carrega a caneta que escreve;
Tudo o que faço me fode a vista,
dá-me  cabo da postura
A cara só para quem vê serve.

V - sem qualquer intuito literário

Falasse o ratinho de amor que eu teria decorado aquele texto e para mais serviria do que dividir contas por entre os convivas, e fazer partilhas por entre irmãos que não se falam.

Hoje percebo que a base do meu processo de selecção de companheiras, independentemente da profundidade ou da memória, se baseia somente numa loucura comum, com graus distintos, em quem é objecto do meu desejo. O que motiva tal escolha, no meu entender, é o meu lado feminino que assume como troféu a capacidade de moldar o objecto do amor àquilo que assumo como ser bom, o que, no final, acaba por ser uma merda: abandono quem é deveras bom e foco-me num sono irrealizável de mudança.

Ninguém muda caralho, ninguém muda por ninguém.

Um dos meus lados poéticos - nunca lhe dei nome - escreveu um dia sobre isso, a mudança é um acto reflexo e normalmente motivada pela necessidade extrema. Eu dou carinho, não bato, e isso limita qualquer vontade de mudança.

Tristemente preciso de levar porrada para perceber isto. Ou mudo o que me atrai ou o aceito como é.

(DESENHO)

O dia em que o autor decidiu engordar ou mudar a sua postura em relação ao amor.

VI - Momento musical!

Todos os dias chegava a casa diferente
ela sorria pela surpresa, a possibilidade de partilha
muitas vezes vestia o que era meu.
Sentia-me aceite mais que pela burguesia que me fez
disse-me que era das coisas que mais gostava em mim.

não serviu
não deu
acabou um dia
(BiS ???)

Era dela o resultado de tudo o que fiz.
O respeito por quem poucos guardo
o tempo que só com ela não desperdicei
As inseguranças com quem ninguém partilho

não serviu
não deu
acabou um dia
(BiS ???)




DCCCI - ou se fossemos honestos este é antes do que era para a saudade, e quem sabe sabe que foi escrito na taberna.

I


E´me estranho escrever sem ter um destinatário,
um estada de fúria que só uma gaja me dá.
Tenho o afia cheio de aparas, dois cadernos,
para além deste, e cores variadas que não uso.

Penso numa sucessão de motivos que justifacariam
um chorrilho de insultos, desenhos com ela a arder,
para além dos que já disse e fiz. Não me servem.

Distraio-me com a gorda à porta da tasca,
publicita um laço rosa que
por ser rosa
é de uma causa feminista.

Na sapataria em frente acho que se juntam mais mulheres
de interesse.

Aqui
ao meu lado
juntavam-se
homens que escreviam.
Daqueles que perdiam tempo com causas republicanas.

Faço reset.

Antes delas eu acho que tinha mais interesse.

II - Quem se lembra da VCR?

terça-feira, setembro 29, 2015

à MP e aos três dias que fatalmente partilhámos

I

Escrevo-te,
Não ouso desenhar.te quando o teu rosto
Que sabes que tantas vezes muda
Ainda não sei de cor
E salteado é sempre melhor um poema.

Lembro-me de coisas tão pequenas
mas por si graves como o teu olhar compenetrado
Pensativo com a demasia que não permites que eu aponte.

O teu cheiro que hoje senti na rua
Aqui bem perto de minha casa
Aquela que sobe para a faculdade onde estudaste
Que me distraiu de um eléctrico
carregado de turista que o low-cost patrocina,

Mas que importa a viagem de outros?

Façamos uma pausa por ter utilizado uma imagem estúpida.

1
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3
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5
6
7
8
9
10

Não escrevo por extenso para permitir a tua contagem
francófona por certo e que fará o texto mais rico.

Sinto-te
sim sinto
que estás bastante perto.

Ao ponto de escrever como
por eu ser honesto
um dia vais perceber que eu não escrevia.

Tinhas que dizer que eu escrevia bem
minha filha da mãe e com carinho to chamo
desfizes-te em segundos o que alguém
que não tu
me segredou aos berros aos ouvidos
[voz de alguém que sabe o que quer]

E fosse só isso.
Não me pediste que mudasse
que fosse mais velho
que assumisse o que me dás como certo
que esquecesse os meus medos
que te aceitasse.

não quero o personagem [voz de mulher honesta preocupada]

Só me pediste o que sou
e fizeste-me perguntar o que eu era.

Quando eu era pequeno ficava sentado a pensar no que queria
Apaixonei-me por alguém que nunca conheci
Nunca me vou esquecer por ser a primeira
Nem do seu rosto que vejo sempre nos seus cafés tardios.
Era tão pequena, mais do que imaginei.
Quanto tempo perdi com sonhos?

Ela gostava de outro diogo
o que eu durante o sono anulava,
Era digas o nome que a gente lhe dava
eu pouco me maribando chamava-lhe nomes.

Porque por um raio estou a sentir o que sinto
Escrevo honestamente caraças para alguém que mal conheço.
E rimo e faço-o com gosto. Este diogo
Não o outro mostra por segundos o que faz.

Zás
e não me apanhaste por trás
Dás-me a honestidade que pediste.

tenho medo de te mostrar este poema
como penso, como sinto
o que faço, o que digo
principalemente porque é um problema.

Rio-me.
Desta vez rio.
Tenho vergonha de te dar uma prova de amor.
Nenhuma antes leu o que escondo
o que em segredo se acumula.

Este é o meu octocentésimo primeiro poema
oito, zero e um,

Escrevo-te,
Não ouso desenhar.te quando o teu rosto
Que sabes que tantas vezes muda
Ainda não sei de cor
E salteado é sempre melhor um poema.

Lembro-me que me olhavas
que pensavas entre cada resposta
as perguntas essas eram recorrentes
rápidas, demasiado rápidas,
poro serem certas dificeis.

II

Foi o primeiro

de muitos.



domingo, agosto 16, 2015

0 - it all starts from scratch this boy who thought he would get married was just dumped by the woman who proposed


Sempre tínhamos os Domingos para nós,
nos museus as entradas eram gratuitas,
sempre uma boa desculpa para passear um pouco,
Tu, a artista, infelizmente dependias dos apoios,
A tua vida exigia que fosses independente.

Acordo num quarto relativamente arrumado,
o mesmo que exigias. O dia não está mau
simplesmente já não há passeio. Tenho roupa
para estender, já não penso no que vestir
para ver o teu sorriso. Vou só ao minipreço
tenho de comprar panos do pó e pronto
vão-se as memórias que restam. As outras
estão num armazém em Alvalade.

II

O problema do amor, aquele que eu acho que sinto
e que até há bem pouco contigo se completava
é não-me permitir corromper que ainda me lembro
com o medo que nos pôs neste estado




segunda-feira, novembro 10, 2014

Só escrevi quando estava mal ou queria saltar em cima de uma rapariga nova. Hoje não sei o que tenho disse-me a astróloga que escrevesse.

I

O motivo é outro, não sei se deveria manter a estrutura.
Não se pode mudar tudo de uma vez, ou, mudando,
se o motivo não for o de sempre, não se deverá manter
ao menos alguma coisa do que antes se viveu.

Poderia ser mais cobarde e perder-me com os 30 canais
literalmente 30, talvez os mesmos do gajo do the wall,
mais umas horas mas já estou farto dessa merda
e das punhetas sucessivas na cama, no sofá ou no duche.
E em cada minuto pelos menos uns segundos perco a olhar
para o telemóvel que não me traz resposta de nenhum lado
e para mais de 4 enviei beijinhos, miminhos, carinhos
e taradices, para mais de 4, e sempre para a mesma pessoa.

DEvias aproveitar o isolamento para cresceres, para obteres
um maior entendimento da tua pessoa diz-me o mestre
e outros mestres que não o meu em forma de blá-blá-blás
e daquela merda do keep calm que aparentemente dá para tudo.

estou-me pouco fodendo para oresto, só penso snisto, fico obcecado
só queria estar calmo, no meu cantinho, como quando era pequenino
com um lego ou outro brinquedinho que não fosse o meu pirilau.

Estou a chorar.
estou quase a chorar.
Afinal não choro.

Alguém me distraiu no facebook.
continuou a distrair-me no facebook
vem o gajo da lavandaria do hotel
trazer-me o papel para recorrer à lavandaria.
volto para o facebook.
mais uns keep calm
mais uns gatinhos
perco o fio à meada desta coisa.

Antes escrevia frases pensadas, com alguma carga poética.
O mensageiro grego era o msn messanger. como se tornasse
conversas banais de um miúdo adolescente algo de significativo.
É tudo o mesmo mas já não tenho tempo para coisas "especiais"
e já nem me concentro num texto mais que uns meros segundos.

Estou a ficar burro
estou a ficar burro.

A outra sacana estupidificou-me.
Antes eu não era assim, ficava chateado e bazava
sabia lá o que eram as emoções. Tudo tinha lógica
e, não tendo lógica, não me tinha a mim.

A taróloga disse-me que faria parte do meu crescimento
vais passar de um lado mais racional para emocional
de um extremo ao outro, vais-te magoar, mas vais crescer.
A astróloga disse que agora eu ia ficar adulto.

Será que o burro o coração de manteiga
aquele que neste instante sou
aquele que me apercebo agora que sou
por milagre da natureza
por milagre da sua consciência

por conclusão
vai deixar cair ao chão
aquilo em que acredita?

bateram-me a portinha
é o meu prego e a coca-cola.

2º (segundo) - Novo

Não sei quantas vezes pedi
que fizesse de outra forma
aquilo que hoje da mesma fez
da que me pedir fez
vezes sem conta.

Nã,
tá dormente a língua.
tenho de voltar atrás
ao que fui
por mais carga
que o hoje tenha.


Não consigo escrever
não consigo escrever
nada que me apazigúe.

Só queria chorar um bocadinho mas já nem a música lamechas me ajuda. O que se passa com a minah cabeça hoje? estou a entrar em parafuso, os cigarros já não me ajudam, só me enjoam. Estou-me a sentir sozinho como já não me sentia há anos.

Não sei o que fazer e está-me a custar tanto. Não tenho onde pintar. Não tenho um bar para além do deste hotel para ir beber um copo, não me consigo isolar. Não tenho vontade de me ir meter com desconhecidas. Não sei o que fazer.

Falta-me o talento que tanto idolatro nos outros que me inspiram. Sinto-o no meu corpo. Sinto a incapacidade de concretizar qualquer ideia. 

E logo agora que estava a chorar tinha de vir o gajo com a merda do prego que era para ser no  prato dentro de um pão e sem a coca-cola e sem a merda da coca-cola pela 10ªa vez e pela 10ª vez eu não gritei, nao barafustei fui um menino do caralho. o que se está a passar comigo? o que é desta vez?
Não se preocupa minimamente comigo, com os meus horários com o que combina comigo!!! CARALHO estou farto desta merda toda quero mudar isto tudo quero voltar atrás quero ser pequenino.

Porque é que me meti com aquela idiota que toda a gente via que me fazia mal ao cornos que me pos os cornos e que mos partiu. Magoei tanta boa gente, deixei tanta gente pelo caminho, meti-me feito parvo com gajas que nem sei o nome e para que? para ser um idiota destroçado num quarto de hotel do caralho, a receber como pessoas nunca hão -de receber na vida mas sem um bocado de alegria. Sem uma noçao de casa, sem uma partilha sem exigências.

Que Deus me perdoe que eu sei que elas nunca me hão-de perdoar, que Deus me acompanhe nas memórias que me envergonham, que Alguém exista para eu não me sentir sozinho. Foi tudo porque eu quis, eu estou no que eu decidi ter. MERDA sou um merdas.

Tinha vergonha de ser o menino da minha avó, da maria, de não ser como os outros mas como eu gostava de ser como eu era antes, na minha tristeza imaginada onde nada me faltava apesar das sacanices do meu pai. Cheguei ao ponto onde tinha vergonha de encarar quem sempre me amou, de perder dias com elas por causa de alguém que me magoava.

trouxeram-me a cola, limpei o rosto, tenho de fazer reboot.

Vou fumar um cigarro tou-me pouco fodendo para o que prometi.