Mais um. O meu primeiro. (brainwasherpt@hotmail.com)

sábado, novembro 12, 2016

seni istiyorum

No meio de tudo só nos restava dormir,
por mais que tentássemos nada podíamos
para além do inglês que nunca nos foi nativo.

Embalou-te o teu dia que primeiro começou,
muito antes de eu começar a escrever. Disseste,
entre o sofá e o quarto, que estavas triste
mas c'o sonambulismo não fazia sentido.

Acabei por perceber depois do teu corpo me ter,
com a frieza do seu sono profundo, expulso
para a merda de um poema
que só em meses irá entender.

Tudo volta ao mesmo passado algum
tempo e amor e coisas boa e coisas más.
Poderiamos dize que a distancia é a razão de tudo,
mas antes de a distancia ter sido inventada
ou possibilitada
a malta comia colegas de escola
vizinhas ou vizinhos
primas
mas estas já podem implicar alguma distância.

Sinceramente não consigo entender no meio dos anos que acumulei.
Sim são poucos, e a ao contrário de muitos do antigamente,
estes que são poucos também são poucos concentrados. Quem?
Quem trabalha aos quinze? quem casa aos nove para equilibrar um reino?
Há mais para se saber mas do pouco que havia poucos sabiam tudo,
hoje leem-se panfletos de intelectuais e veêm-se resumos em vídeo,
erguendo-se o polegar virtual, não sei porquê azul, a provar que a partilha
mesmo que não vivida, é válida por alguns momentos, no que diz respeito aos bonecos.

E de repente acabou-se a punheta.
Nada mais hà para dizer.
Apita a panela hawkins
Vem a criada baixar o lume.
Conta os minutos 
até a carne
estar bem estufadinha.

Estou farto de pontos.
acabo com
, (virgula)




terça-feira, novembro 08, 2016

5/8/16

I

Exige-se, para a apresentação
da obra, o seu agrupamento
em categorias. Facilitam
A leitura do autor
por um eventual organizador
de coisas.

Pessoas
julgam-se umas às outras
pelo currículo

II

Ainda me é estranho criar
no contexto de um horário que
eu próprio defini. Nem sempre
há conteúdo mas se o há
pergunto
será
de interessa literário?

Nem gajas se sacam
hoje
com recurso a palavras bonitas
Músculo
Pastilhas
o eventual cartão dourado
é que abrem as portas do mundo.

E, do meu canto, sentado
sobre valores que só eu valorizo
lamento o destino
de gajas
que só p'lo aparente
eu foderia.

Mas caídas no colo
Coi ta dí nhas
Da vontade duvido
Lamento,
Sozinho, Como já fazia.

III

A gravidade com ela funciona
esquisita pela variação do peso
instantânea como no começo.

E-me estranho o bom
por falta de costume. O mau
nada é face o que eu conhecia.

O tempo, esse é o mesmo,
e tal como eu a língua estranha
em que nos encontramos.

IV

Hit de verão é comer uma francesa
e ter de sobremesa mais 3 nacionalidades

4/8/2016

I

De repente o resultado de viagens sucessivas, tanto palavras como formas, que fui acumulando para lidar com o meu medo de transporte público comum, tornou-se a fonte da minha aflição pela eventual mostra pública.

Crescemos de medo para medo. É a única conclusão a que chego antes de acabar esta viagem. Trabalho. Faço para já o que preciso.

II

Se não estivesses tão longe, escrever-nos-íamos
muito menos. A certeza de uma chegada,
a rotina, acumula nesse momento o discurso.
Resume-se o dia vivido, enlaçam-se as mãos
no que resta. A partir daí sentimos.

Pela nacionalidade a distância não se desfaz
sinto, por ser turca, o peso da política;
receia a minha ida
proíbem-na a dela.

Até então ditadores só apareciam
em notícias
ou na memória de quem conheço.
Nunca tive medo
E sou dos que pensa e diz.

III

(desenho)

Topless portrait by royal decree of her highness S ( com cedilha) S (com cedilha)

IV

Há crianças que não tiram macacos
do nariz mas que fazem muito pior.

Não sei se é por educação ou natureza;
não é ético experimentar em gémeos
ou em qualquer outra pessoa.
Talvez os nazis tenham a resposta.

Pelo que sei
da vida
se eles são"bons"
os dois
ficam modelos.

Valorizar o belo aos pares
sempre foi prática
na decoração de interiores.

Independentemente
claro
da definição de belo
do decorador
e do interior
em causa.

V

Esqueceram-se de perguntar ao artista,
antes da sua morte,
se queria o seu quadro,
qualquer um deles,
num museu,
num catálogo
num manual escolar,
num monumento.

VI

A música era pirosa
soava ainda + a luto,
que, ao contrário do que pensava,
só quarentões puxava
à pista tão triste
como os movimentos limitados.

Nunca paguei para ouvir isto,
para além de uma cerveja, como
agora sem vergonha o fiz.

Nem sei o nome mas conheço,
a merda do pop é como o amor,
movemo-nos subconscientemente formatados
sabemos antes do tempo
quando o bombo bate
bate
bate
bate
batemos o pé, levantamos o braço,
na momento que pensamos certo
independentemente da nacionalidade,
tamanho do nariz,
ou,
Credo.

Durou a dança tanto quanto a música,
Por revolução estivemos separados.

VII

A miúda de vestido curto
aparentava ser boa de cama.

O comprimento
facilitava a experiência
o resto pouco importava.

VIII

Eram 2 as suecas
tinham cuecas.
Fodiam por diversão
1 era loira
outra morena.

O problema?
Eram amigas do irmão.

O verdadeiro artista não toca
mesmo que pense
em inspiração alheia.
Dá problemas próximos.