Mais um. O meu primeiro. (brainwasherpt@hotmail.com)

terça-feira, janeiro 26, 2016

DCCCIII - No avião.

I

Tudo se resume a mais uma partida
para lado nenhum
ruída que está a casa
[mesquinhos] que são os encontros.

Voltei de longe para um vazio
que antes de o ser era a estrutura
de um futura a 3 partilhado.

Não tenho onde ir
Não tenho onde ficar
Não tenho vontade de nada
o sonho que havia já não é.

Nem punhetas bato do vazio.

II

As sanduíches da SATA são iguais às da TAP,
devem partilhar o mesmo forncedor.
É tudo uma questão de eficiência
ou simplesmente não há grande escolha.

Queria ser [],
alguma coisa sobre o amor
e aviões como quando eu tinha 200 poemas amor
não consigo,
tal como não consigo pintar.

Estou inerte.
Não o que quero com força
Até as quecas são casuísticas.

Não tenho vontades,
obrigo-me a tudo
Só acordo por fome
e embala-me somente o excesso de esforço.

PARA ONDE VOU?
PARA ONDE QUERO IR?
O QUE TENHO DE FAZER?
O QUE É QUE ACHO QUE FAÇO?
O QUE? O QUE? O QUE?

Só queria ir ter contigo ti nó ni.
Ter os teus braços, o teu jeito tosco
os teus sapatos e o teu pipi.

Ti
tinó
ni.

E levo os cabrões dos escritores franceses,
aqueles que falam da alcova e do mijo
e só me apetece fazer essas coisas;
mijar-te em cima,
frenético movido pelo [sorrir] de não te ter,
de saber que não te tenho,
de saber que nunca vou saber se te terei.

Merda.
Observam-me os meus companheiros de bordo;
Respiro

cantado
Como ela me ensinou, como ela me ensinou
cantado ends

Não quero assustar ninguém
vou evitar expandir-me.
Alugo uma casa para isso
Tenho uma casa para fazer estas coisas impróprias
sentir de mais é de gente doente
sentir não é dos tempos de hoje
hoje é para meninos do milénio.
Aqueles que não sabem o que é contacto físico
Aqueles que não tiveram amigos na rua
aqueles que acham que a foda

- Desculpem-me vizinhos do lado
perdão -
é o que vêem nos filmes.

É mama falsa, é grito estúpido
é angulos que nem no chapitô concretizam.

Deviam ler,
Ao menos imaginariam.

O filme é tão concreto
e varia tão pouco
que é só o nojo
nada mais que o nojo
que pelo real se cria.

Será que o que aprendi também está errado?
Será que gostar de alguém ao ponto de dar tudo é mau?
Será que deveria ser egoísta?
Será?
Será?
Merda
Será?

Maria minha ama minha amiga
o que me deste existe noutra que não tu?
Agora que penso pouco me sucedeu que o comprove.
Quando eu não queria, havia uma certeza do seu lado.
quando do meu lado havia eram elas que me evitavam.
Azar talvez, talvez sorte; sonhei um dia o que tive.

Foi do cume que vi a ilha
da praia ou de angra não tive noção
de que a terra é por pedra marcada,
cada um sabe o que é seu.

Alguns por tudo aspiram
Talvez um dia tudo seja de um deles.

Escreves mais, bebesse e fumasse menos, ou pelo menos tentasse fazer tudo ao mesmo tempo.

I

Cheguei à 3ª com um baitalle no bolso,
um caderno em branco, que agora só preencho,
uma caneta verde que, p'lo esforço da foda vintegenária,
assumi ser preta. Estou cansado queria esquecer-me
dela e do que a antecedeu, só pus em causa o presente.

O livro distraiu-me nas idas rápidas à retrete,
consequência de um consumo sucessivo de hamburgueres,
com ou sem ovo mas sempre com bacon e queijo.

Pelo que percebi o francês gosta de escrever sobre fodas,
o prefácio explica que choru na altura o leitor.
Eu , do que li, percebi que pensei ou ouvi pior.

Provavelmente deveria tê-lo lido antes.

Bebo, fumo e escrevo numa esplanada antes do voo.
Regresso à casa que evito pelo que nela ainda ecoa
entre as paredes contra as quais algumas vezes a fodi.

Humilde, de humilde, agradeço estar nesta ilhota,
sem nada à volta, uma esplanada que me assegura um vício.

O meu amigo está casado e eu cansado estou;
revejo nele tudo o que já por duas vezes quis.

Penso, quando não me distraio, nas decisões tomadas,
certas até perceber que só foram um erro.

Fui mal ensinado, o egoísmo não faz parte de mim.

II

Sou movido pela necessidade constante da carga,
do meu iphone e do que carregado permite.
Nem o mar ao fundo me interessa,
contrariamente ao mestre o vento é-me mais que vento,
o que me rodeia não é nada se não o partilho.

III - (Desenho)

Disse-lhe que não a queria
(+) por perto
que não seria
( - ) do que tudo.

Assim parti.
Após um abraço;
o primeiro que me pediu.

IV - o que surge tem de valer só pelo que é, se é só nosso não é de mais ninguém como o HH

Escondo-me por detrás da ideia de ser (+),
que qualquer outro, não em força ou em génio,
não em altura, por mais que o seja,
nem em maneiras e isso é óbvio.

Fui marcado por algo que não sei.
Carrego uma verdade que nem a mim disse.
A que o mar ao fundo calmamente subverte,
e que a cerveja que o aquece afoga.

Penso nela, não sei onde está,
para além da minha carne já tão morta,
faminta de uma presença que já era certa.

Bastava ver-te que acordava de súbito,
agora tremo de não saber a consequência
o novo automatismo gerado pelo espaço
pela frieza que a chorar me pediste.

No teu covil deves reunir as presas,
coma segurança de um cronómetro teu.
Consumirás só quando precises;
Estarás num canto que tantas vezes mijaste,
meditarás nas tuas próprias tristezas.

Não te quero mais como antes, o ver está na arrecadação,
a que eu te iria ajudar a construir,
por mais que os meus dedos por reflexo te afagassem os cabelos,
que os meus braços te apertasses contra mim
buscando meu peito sentir o palpitar do teu pequeno coração.

Será que alguma vez a mim o abriste?
Como as tuas mãos que me tinham
como as tuas mãos que abertas me deixaram cair?

Antes de chorar preenche-me a certeza do que tenho,
do que tantas vezes por ti deixei
por o eu contigo não ser eu sermos nós.

Ele e ela disseram que sim, à frente de mim,
à frente dos seus, e ele, como ela, prometeu,
que um só para sempre haveriam de ser
independentemente  dos extremos que vivessem.

Chorei,
Chorei,
Chorei,
Chorei,
Chorei,
até que a aguardente subiu à cabeça,
um escorrega me lembrou que há mais no mundo,
e um baloiço deu ao whisky pernas.

A máscara que pus não foi de bicho,
não sou um actor sou um cobarde,
pus a máscara do homem que nunca fui.

A recruta? só quem me rodeia a fez.

E todos eles mais felizes que nós,
sem a nossa literatura, pintura, performance,
dança contemporânea e a merda de berlim,
dinheiro contado até ao final do mês
dinheiro contado até ao final da vida
Tudo mais pequeno que nós mas melhor!

A mesa apoia-me a cabeça,
a mesa suporta o caderno,
a mão carrega a caneta que escreve;
Tudo o que faço me fode a vista,
dá-me  cabo da postura
A cara só para quem vê serve.

V - sem qualquer intuito literário

Falasse o ratinho de amor que eu teria decorado aquele texto e para mais serviria do que dividir contas por entre os convivas, e fazer partilhas por entre irmãos que não se falam.

Hoje percebo que a base do meu processo de selecção de companheiras, independentemente da profundidade ou da memória, se baseia somente numa loucura comum, com graus distintos, em quem é objecto do meu desejo. O que motiva tal escolha, no meu entender, é o meu lado feminino que assume como troféu a capacidade de moldar o objecto do amor àquilo que assumo como ser bom, o que, no final, acaba por ser uma merda: abandono quem é deveras bom e foco-me num sono irrealizável de mudança.

Ninguém muda caralho, ninguém muda por ninguém.

Um dos meus lados poéticos - nunca lhe dei nome - escreveu um dia sobre isso, a mudança é um acto reflexo e normalmente motivada pela necessidade extrema. Eu dou carinho, não bato, e isso limita qualquer vontade de mudança.

Tristemente preciso de levar porrada para perceber isto. Ou mudo o que me atrai ou o aceito como é.

(DESENHO)

O dia em que o autor decidiu engordar ou mudar a sua postura em relação ao amor.

VI - Momento musical!

Todos os dias chegava a casa diferente
ela sorria pela surpresa, a possibilidade de partilha
muitas vezes vestia o que era meu.
Sentia-me aceite mais que pela burguesia que me fez
disse-me que era das coisas que mais gostava em mim.

não serviu
não deu
acabou um dia
(BiS ???)

Era dela o resultado de tudo o que fiz.
O respeito por quem poucos guardo
o tempo que só com ela não desperdicei
As inseguranças com quem ninguém partilho

não serviu
não deu
acabou um dia
(BiS ???)




DCCCI - ou se fossemos honestos este é antes do que era para a saudade, e quem sabe sabe que foi escrito na taberna.

I


E´me estranho escrever sem ter um destinatário,
um estada de fúria que só uma gaja me dá.
Tenho o afia cheio de aparas, dois cadernos,
para além deste, e cores variadas que não uso.

Penso numa sucessão de motivos que justifacariam
um chorrilho de insultos, desenhos com ela a arder,
para além dos que já disse e fiz. Não me servem.

Distraio-me com a gorda à porta da tasca,
publicita um laço rosa que
por ser rosa
é de uma causa feminista.

Na sapataria em frente acho que se juntam mais mulheres
de interesse.

Aqui
ao meu lado
juntavam-se
homens que escreviam.
Daqueles que perdiam tempo com causas republicanas.

Faço reset.

Antes delas eu acho que tinha mais interesse.

II - Quem se lembra da VCR?