Mais um. O meu primeiro. (brainwasherpt@hotmail.com)

terça-feira, setembro 29, 2015

à MP e aos três dias que fatalmente partilhámos

I

Escrevo-te,
Não ouso desenhar.te quando o teu rosto
Que sabes que tantas vezes muda
Ainda não sei de cor
E salteado é sempre melhor um poema.

Lembro-me de coisas tão pequenas
mas por si graves como o teu olhar compenetrado
Pensativo com a demasia que não permites que eu aponte.

O teu cheiro que hoje senti na rua
Aqui bem perto de minha casa
Aquela que sobe para a faculdade onde estudaste
Que me distraiu de um eléctrico
carregado de turista que o low-cost patrocina,

Mas que importa a viagem de outros?

Façamos uma pausa por ter utilizado uma imagem estúpida.

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Não escrevo por extenso para permitir a tua contagem
francófona por certo e que fará o texto mais rico.

Sinto-te
sim sinto
que estás bastante perto.

Ao ponto de escrever como
por eu ser honesto
um dia vais perceber que eu não escrevia.

Tinhas que dizer que eu escrevia bem
minha filha da mãe e com carinho to chamo
desfizes-te em segundos o que alguém
que não tu
me segredou aos berros aos ouvidos
[voz de alguém que sabe o que quer]

E fosse só isso.
Não me pediste que mudasse
que fosse mais velho
que assumisse o que me dás como certo
que esquecesse os meus medos
que te aceitasse.

não quero o personagem [voz de mulher honesta preocupada]

Só me pediste o que sou
e fizeste-me perguntar o que eu era.

Quando eu era pequeno ficava sentado a pensar no que queria
Apaixonei-me por alguém que nunca conheci
Nunca me vou esquecer por ser a primeira
Nem do seu rosto que vejo sempre nos seus cafés tardios.
Era tão pequena, mais do que imaginei.
Quanto tempo perdi com sonhos?

Ela gostava de outro diogo
o que eu durante o sono anulava,
Era digas o nome que a gente lhe dava
eu pouco me maribando chamava-lhe nomes.

Porque por um raio estou a sentir o que sinto
Escrevo honestamente caraças para alguém que mal conheço.
E rimo e faço-o com gosto. Este diogo
Não o outro mostra por segundos o que faz.

Zás
e não me apanhaste por trás
Dás-me a honestidade que pediste.

tenho medo de te mostrar este poema
como penso, como sinto
o que faço, o que digo
principalemente porque é um problema.

Rio-me.
Desta vez rio.
Tenho vergonha de te dar uma prova de amor.
Nenhuma antes leu o que escondo
o que em segredo se acumula.

Este é o meu octocentésimo primeiro poema
oito, zero e um,

Escrevo-te,
Não ouso desenhar.te quando o teu rosto
Que sabes que tantas vezes muda
Ainda não sei de cor
E salteado é sempre melhor um poema.

Lembro-me que me olhavas
que pensavas entre cada resposta
as perguntas essas eram recorrentes
rápidas, demasiado rápidas,
poro serem certas dificeis.

II

Foi o primeiro

de muitos.