Já não conheço as a folhas, não escolho as palavras
do modo súbito de antes, já nem bebo
o mesmo por uma questão de preferência.
Escrevo ainda sem pensar no texto;
Desabafare é o motivo de tudo.
do modo súbito de antes, já nem bebo
o mesmo por uma questão de preferência.
Escrevo ainda sem pensar no texto;
Desabafare é o motivo de tudo.
I
Os irlandeses falam de hitler, movidos pela indiferença
geográfica ou temporal. Hoje ninguém se arrepia;
as cinzas que existem são consequência do que fumamos,
Falam. Não conversam, sobre o sentido de um símbolo
Direito, sinistróide, ou com bolas a acompanhar.
Hoje, ou hoje em particular, já não existem segredos
todo o grafismo serve para vender.
Chove, o português que ia a sair hesita,
Fica a falar também. "Não vou conduzir, diz"
o sinistro agora é outro.
II
As irlandesas cocupam o balcão, por ofício
de um lado. Do outro por aparência, lê-se
Dédalo já se afogou, é não o [ ]
Falam agora com eles, eu observo. Não desenho
escrevo. Não aproveito a gramagem do papel
irrito-me agora que o sei, perde-se o tempo.
Metade do bar está vazio, é vespera da véspera de natal.
Pedem mais um copo, pedem outro. Folheia mais
e mais e mais outra página. O que farão amanhã?
Serão mais felizes que eu? Eu espero-a mais um vez
anseio por ouvi-la e nem há uma hora partiu.
Será que não escrevo por causa dela? Será?
Pinto mais agora que penso nisso. Será por não falar
tão bem português? Falam de casa agora.
Está na hora de ir.
III
Olá, é a vez do três, sou o 4º freguês
deste estabelecimento, o msmo que ficou
com mais vinte cêntimos que devia.
Não disse nada e fui na conversa
Irrito-me com outras coisas.
sou boa pessoa quanto tenho
paciência.
IV
A pintura assume uma posição preponderante no meu trabalho artístico simplesmente por causa da sua natureza individual. A vontade de criar expande-se a outros suportes mas todos eles necessitam de um apoio, colaborativo ou subordinado, que limita a sua espontaneidade; A escrita também partilha a natureza da pintura, a nível processual, mas o seu objectivo é ainda mais egoísta por ser maioritariametnte a forma escolhida para um desabafo, não a pratico, reajo com ela a qualquer infortúnio ou a uma inesperada tristeza.
Ultimamente tenho discutido com outros e pensado no significado de arte. Ao colocar a questão explicito que peço que me digam o que ela é e ninguém me responde afirmativamente, cometendo a conhecida falácia da negação. do pouco que percebi toda a arte exige uma lógica ou justificação, uma folha de sala. Nunca a fiz ou pensei antes da obra estar concluída, e quando a obra faço não mais penso que em me divertir, ou em criar algo que para mim tenha significado ou ressonância. Consome-me o receio e que nada do que faço seja considerado Arte, fico triste por eu que faço não saber responder a isto.
Continuo a fazer apesar de tudo; cada vez mais me apetece expandir para outros campos. Mais que pintar ou filmar corpos dirigi-los, assumir e ocupar o espaço com o que me consome e ocupa a cabeça. Mas quero partilhar este trabalho, não pode ser só meu. O telento tem limites que tocam nos outros em meu redor e que me complementam. Quero fazer parte de um grupo, encontrei o que mais me faltava, ela que me inspira, que me aprova e critica e o facto de estarmos preparados um para o outro é o sinal que me faltava. Disse um ano. Que um ano era o tempo que faltava; está quase, mesmo quase e as pessoa começam a orbitar, o grupo está a reunir-se.
Continuo a fazer apesar de tudo; cada vez mais me apetece expandir para outros campos. Mais que pintar ou filmar corpos dirigi-los, assumir e ocupar o espaço com o que me consome e ocupa a cabeça. Mas quero partilhar este trabalho, não pode ser só meu. O telento tem limites que tocam nos outros em meu redor e que me complementam. Quero fazer parte de um grupo, encontrei o que mais me faltava, ela que me inspira, que me aprova e critica e o facto de estarmos preparados um para o outro é o sinal que me faltava. Disse um ano. Que um ano era o tempo que faltava; está quase, mesmo quase e as pessoa começam a orbitar, o grupo está a reunir-se.