Mais um. O meu primeiro. (brainwasherpt@hotmail.com)

terça-feira, janeiro 17, 2012

Mais não escrevo porque estou particularmente infantil.

A sobriedade dá ao cérebro uma melhor noçao de cansaço, o cérebro porém limita o acesso ao descanço de que se necessita, logicamente que dentro dos limites que cada parte possui. Se não fosse o tabaco que comprei e referi há 2 posts atrás provavelmente não teria consciência de tudo isto e, por certo, não teria escrito os 2 desabafos imberbes que antecedem este; já estaria a dormir.

Crescer tem destas coisas e, por mais simples ou óbvio que nos pareça passado alguns anos, durante o crescimento em si se só nos doer as canelas estamos com muita, mas mesmo muita, sorte. O durante é uma merda. Tenho estado sozinho neste apartamento que sempre foi habitado ou visitado por muitos que aqui pernoitavam ,ironicamente para eu não ter frio, e, à medida que me tenho dado a conhecer a mim mesmo, cada vez mais sinto a necessidade de assim estar recorrentemente. Os outros a maior parte da vez só nos distraiem de nós quer seja por euforia alegre ou triste e daí só resulta o anular do tempo que é nosso e que nunca nos será devolvido. Faço coisas independentemente da sua dimensão ou morosidade, faço sem cabeças rolarem ou demónios surgirem pelo canto do olho e durmo sem a boca saber a papel. A princípio custou mas só temos de saber deixar ir,pois, por menos natural que nos pareça abrir mão do que /queremos, o desumano é considerarmos que algo é nosso à partida principalmente quando nos limita de volta.

Há tantos menos que nos fazem ser mais, há poucos tudos mas alguns fazem de nós nadas. É uma questão de sorte e mais não escrevo porque estou particularmente infantil.

At home.

A casa parece-se aos poucos com um lar. Adquire esse estado por ser vivida, não ter vidros partidos nas molduras das paredes, as paredes estarem sem buracos e sem leite que se derramou por impulso. Falta-me a gata somente para me dar o único carinho que havia na minha direcção antigamente; também me queixo de uma forma injusta, agora os meus amigos visitam-me e partilham a casa comigo, especialmente quando está limpa e não há pó nas paredes. Já não tenho saudades - deles - tão frequentemente como antes e eles para além disso já não têm medo da minha companhia e de quem me acompanha como antes.

Pareço outro. já não vejo televisão ao Jantar.

the house is clean, the paper has to filled - no muv

Desci sozinho a bica não a buscando ou o conforto do alcoól de outrora, tinha que comprar tabaco para fumar enquanto o chá, que me iria embalar o sono, arrefece-se. Ele aproximou-se de mim, desta vez não me cuspindo na cara, exigindo a compreensão pela vez que me cuspira.

A conversa não me agradou e foi-se tornando cada vez mais pesada ao mesmo tempo que chá ia arrefecendo e se bebia cada vez melhor e por tragos cada vez mais vigorosos. Chamava-se Rodrigo, apanhei eu no meio das suas palavras embriagadas, tinha estado em África com ela e sabia, como muita gente que não eu, parte das estórias que a minha acabaram por mudar subitamente. Refugiava-se num olhar assustado que me assustou pelo nojo que o meu subconsciente transmitiu a mais que uma parte do meu corpo. Tivesse cuspido, teria um motivo óbvio, explicável, para assim estar e, como da outra vez, ele não teria fugido. Fugiu e eu nem iria pôr um TU na questão que rapidamente deixou de ter QUEM. Só me vem a cabeça que pesa o QUANTOS que com cada I (romano) me alivia, estranhamente, o espírito.

quarta-feira, janeiro 11, 2012

My own, now truly mine, housecleaning (III)

I.a.

Piso as escadas,
vejo de mais alto mas desço
canso-me aos poucos a caminhar
Levassem p'ro céu,
fossem lá dar;
nõ para
n vou lá chegar.
Canso-me mas p'ra lá não caminho.
Tudo oque faço é inceroto
e não sou levado p'lo vento
que as minhas pernas nao empurram.

I.b

Quem melhor me conhece
por timidez.
é quem menos me responde.
E, quando o faz,
leva-me a lado nenhum.

I.c

Dá-me lídia a mão que recusei
por pensamento só em mim centrado
dá-me a mão mas afaga-me o resto
sente o peso de novo dos meus actos
sente-o em mim.

Estás rubra mas não como antes ficavas,
o tempo sedimentou o que nos cobre
tudo aquilo que sentiste também vincou
esta máscara que já não reconheceste
só do outro te lembravas.

Olha o rio que tão diferente etá
mas que ainda guarda o seu nome desconhecido
Lembras-te? foi aqui que nos separámos
que por medo quis fugir de ti e me esqueci,
Lembro-me agora.

I.c

Cala-te cabeça descontrolada
Cessa já de pensar
Qto mais pensas mais eu de ti quero
e eu não t quero falar
Cala-te
Dá o espaço que tu tiras
coça-te mas longe
trazes sangue
estou cansado ao ponto
de chegar a versar de ti.

I.d.

As ondas batem na areia,
deixam na costa o que
dela tavez levaram
as ondas deixam de ser ondas
quando na costa batem.
trazem também o que marcado
folhas incertas que no fundo
têm sentido,
corpos mortos decompostos
pelo bater que não larga.
Sente-se na praia sujo
cheiro a mar que vem de longe
e sinto a sua chegada
estou sozinho e conspurco-me
faço-o sem me molhar.

I.e

Gostava de ser capaz de escreves odes vastas como o mestre e que dessa forma me explansasse em páginas que, por estarem cobertas de mim, fossem eu. Tivesse uma personalidade ou um pretexto para o fazer já que jeito me falta na poesia que, por ser feita sem jeito, nunca passa de linhas riscadas e não vincadas de sentimentos que or vezes senti. Fosse diferente, olho para a montra e inspiro-me.

II

Levaste-me comigo p'ra outro mundo,
Saímos do casulo. Adeus céu!
Entrámos e em seguida veio o escuro.
Há quanto tempo é que ele fora teu?

O pano ergueu-se mas não vi o muro,
mister caleidoscópico iludia.
Visionário idiota, eu no fundo
via tudo o que nunca te diria.

Ás vezes despertava p'ra te ver,
Tu concentrada separavas vias
Ah era em ti que agora me perdia.

Nada mais do que tinha queria ter
Sem querer c'o sorriso cativaste.
era e não sou o que fui já domaste

III (canções).a

A minha irmã Raquel
uma vez com o garfo
não teve cuidado
Quase que me pões zarolha

III (canções).b

Dá-me um motivo
p'ra me ir de ver
as conta q'eram tres
contigo não se aplicam.

Duvido que existam
mais casos como este
parece que deus fez-te
à margem de regras quaisquer

São só mulheres (voz esganiçada)
Diz alguém sobre ti
Acumula-se a dor
mas não chega o fim.

Que não sejas como foste p'ra mim
que sejas como eu não quis
como eras quando me olhaste
como eras quando me deixaste


III (canções).c

Se o menino jesus descer à terra
vai ficar assustado
a cruz onde foi pregado
está espalhada por todo o lado

IV

Não gostava de ter asas neste instante
e sempre, sempre as quis ter
a minha queda seria mais um fracasso
que a idade por qualquer motivo
ainda não permite.
Assim o mundo aponta o dedo a quem
não usa o que o fado lhe deu.
S cair, se se partir por completo
o recepiente que contém o que
transborda neste maço
foi só porque assim quis.
Quem compreendo o que se quer?
Tivesse asas, tivesse asas afinal.
Voasse p'ra bem longe daqui
não as tenho e só por isso
caio depois de saltar
como tantas outras vezes caí
não me despeço
porque não posso partir.

My own, now truly mine, housecleaning (II)

I

Dá o tempo chuva como se água faltasse para beber,
ninguém liga nos seus passos
acelerados quando o tempo é mínimo.
Passa um lá em baixo que a maioria já nem pega,
quem à frente vai passa gozando por não nos ter escolhido
e espero e espero num ritmo cada vez mais taquicárdico.
Ah o peito dói sem o alívio das pernas.

Até que outra chega e relaxa o corpo por 2 metros.
mesmo estando cineticamente apertado
mas também que interessa? por pouco sentir
saio a seguir, lá fatalmente hei-de esperar de novo.

II

Compõe-se um texto de parte, de nada, ou de uma mistura dos dois, resultando ambos do nosso dia-a-dia. Quer se queira quer não o sujeito não se liberta do que o liga ao mundo e, se escreve, só o faz para se alhear dele ou, em alguns casos, para o reverso. Partilha a sua opinião, o seu estilo, o seu processo de sentir por mais "inverdadeiro" que seja. Quem opina sente o mundo, quem [ ] também quem sente é humano, logo parte de um mundo não só dele.

III

Por vezes penso seriamente nos meus amigos. A amizade tem muito que se lhe diga, e quando nela falo façoõ só depois de adornar o meu raciocínio de umas [ ] que induza o riso nos outros, que não os meus amigos porque soletro (sim faço-o desta forma para não perder pormenores) situações deveras hilariantes.

Claro que nem todos são hilariantes, claro que nem todos são ridículas, claro que há casos em que é mais evidente. P-E-D-R-O; peço desculpa, escrevendo é mais ridículo o que se escreve do que aquilo de que se escreve sobre.

Recomeçando. Não fode, é triste é gordo mas não feio, desprezado mais por ele do que p'lo mundo, não fuma cigarros mas fuma charros porque fazem esquecer. O que é mau, melhor péssimo. O rapaz já nem sabe o que é a luz, o que é real ou não. Ele até parece não ser de cá e cá é o mundo. Fala, fala fala mas não vive. Quado digo que vou deixar de fumar sou como ele.

IV.a

Dá-me um cigarro lídia,
Mais não quero neste instante
dá-me, fumo-o e vais-te
Acalma-me que me enfureceste.

Tenho um vício, sei-o
não o nego, não sou fraco
Dá-me outro, quero mais
A fúria suplante a calma.

Pouco a pouco acumula-se
nos pulmões cinzentos a mente branda,
e á volta do corpo o manto
não é espesso eu te vejo.

mas quero esquecer e mais te peço,
do que ingrata, inocente me o'freces
desse maço com fim certo
e mais próximo do que o meu é.

IV.b

A névoa crescia no quarto
com o ofegar de sentimentos
ninguém falava de compromisso.

IV.c

Como dizia o sinal em mim
Puxa
Tenho regras absurdas
e tu sabes
mesmo que já não te importe.

Sorte?
Quem não a teve afinal nestes dias incertos?
Restos que comemos com a humanidade que nos falta-
E penso mais um segundo que se soma em instantes
e estes quando passam fazem-no em horas
Dias, meses até serem histórias.

Partimos deixando só parte de nós.
Empurra
Empurra
e nada mais te peço.
Vem ter comigo afastando o que sou.
E muda, muda, muda tudo
deixa-a ir, a ideia que me define.

IV.d

Integrar,
assumir em nós
tudo aquilo que se ache certo
ou não.

Deixar.
perder o que somos no tempo
Fumar,
sugar o cigarro.
Passo a passo
Deixar de ser.

IV.e

Perdemos o significado num filtro
numa beata que arde sozinha
ou entre arte que já ardeu ou arde.
Usamo-nos
levamo-nos ao limite do que somes
sempre em nós talvez entre outros
pequenos voos que aliviam o peso da terra

Esperamos
com a certeza que é certa
na incerta certeza de que vai chegar.

IV.f

Santo é quem não é mártir,
humilde é quem é santo
vamos de quebranto
somos a nossa graça.

nada é o que não é tudo
e tudo mais por vezes é nada
não fica o santo fica a marca
sem tudo a marca é nada.

V

A tristeza que cresce
cada dia que passa
A minha vida tece
tornando-a farsa

Finjo sentir alegria
Num mundo de dor
Finjo que quero a vida
Quando lhe sinto rancor.

VI.a

Fosse a escrita a lápis de carvão tão fácil como afiá-lo com este afia comprido, e creio que a um preço bastante competitivo, num bazar chinês. É natural é óbvio o mover do pulso que segura o lápis e a firmeza do que suporta o objecto, neste caso, de plástico.

Quando escrevo, independentemente do que uso para o fazer, tenho de pensar de forma que a mão reflicta com linhas traçadas de um modo, por vezes, decifrável o que penso. Penso, não sai de mim como quando preparo o carvão, um lápis tem mais essência que a página que escreve.

O senhor padre e por vezes meritíssimo juiz daquela localidade que, mesmo sendo beirã, não se sabe ser alta ou baixa, estava surpreso com a atitude de seu sobrinho. Ao contrário do seu tio joão nunca se mostrou ser um homem de fé e embora julgue no seu ser, acabava por ser só julgado na vida; como sabe quem tem olho observador, naquele tipo de vila nós só somos parte dela e , tal como a mão do sóbrio sobe sempre onde está o nariz, "o senhor padre", por ser a cabeça, ainda sabia mais e, quem não se comportava de acordo com o seu juízo, tal como como o corpo dói na parte que, por excesso, de zelo ou virtude, se magoou, recebia um castigo que podia ir de um rosário, até à santa, que, por ser ela a dar, é melhor.

VI.b

O túnel branco era o mesmo de sempre tendo só o azulejo, ou lá o que aquilo fosse, ganho uma sujidade estranha desde a primeira vez que aqui estive. Mais um ia, mais gente a seguir em frete e como sempre, sempre no mesmo sentido.

Minto, não é só a sujidade que mudou, já havia e crescreu , é mais correcto; acrescentaram-se sinais que proíbem o fumo individual e, para piorar a coisa, instalou-se um sistema audiovisual que, se em termos visuais às vezes surpreende, emu ainda só tive vontade de queimar naquele sinal vermelho com um cigrro acesso cortado numa proporção que não adivinho no interior de um círculo que não é círculo é uma coroa.

Merda.

Hoje foi um dia diferente. Se chorasse de riso com a música de fugitivo que sendo doce ou não só me dá gula quando a barriga não está cheia. A musica que se seguiu, um solo de piano tocado e cantado por cima por um triste homem provavelmente encornaca ou que assim quer parece por uma questão de Marketing, fez-me chorar por outro motivo. Tdos à minha volta estava envoltos por uma triste que, embora fosse própria, era humana, O preto com o seu andar de bairro e calças que, como as minhas, caíam embora por vontade própria; a mãe adolescente ou que nesse estado conhecera a maternidade; a gestora ao fundo que confundi sempre comalguém que conheço. Obeservava depois olhando p'ro tecto do túnel em que me encerrava percebi, no relexo que não via, que a tristeza que percebe mesmo que deles era minha.

Não podia fazer nada. Seguia as palavras que tentava compreender em vão cantadas por algúem mas que não sabendo sabia serem tristes. Até que o metro chegou; deixei de ouvir. Entrei e fui carregando o de todos, o que só foi mas em mim.

VII

Passam os dias lentamente,
é de manhã quase hora de ir dormir
E ela um pouco mais longe de mim.

O horizonte nunca é o mesmo.
As nuvens por mais iguais que sejam não são as mesmas.
Por mais que carregue um nome
ele morre e trago aquilo em que ele não diferiu.

Fumo talvez o meu último cigarro
Talvez o primeiro de uma dia que p'ra outros começa.
Têm pressa mas rua ainda nada se ouve.

Pouco-a-pouco o sol ergue-se.
Apagam-se o mínimos ainda acessos
A nau há-de ir, a mulher há-de acordar
há-de haver o dia em que não desperte.

VIII

Seis da manhã quase a chegar a casa,
Certo com as horas por cada beata
que no cinzeiro eu já acumulei
Pelo que na noite eu de mim deixei.
Entre copos [] e merdas desnecessárias
sempre achando que o corpo não pára
As palavras que larguei que entretanto esqueci
que de um só trago eu ergui.

Ironia, como o resto só se perde em mim
Ironia como o resto só se perde em mim.

Seis da manhã estou mesmo a chegar
espero que o papá não notar
carrego no botão ou não para abrir o portão
n n n n n n n n n n n n n n n
que faço agora?
Daqui a nada já são horas.

IX

triste sim triste é como me vejo
por que é que será que nunca tenho
coragem para aquilo que quero
um dia me aproximo, desespero.

X.a

Inegável o meu cinzento neste mundo,
neste mundo tão cheio de côr
eu destoo não contrato.

O contraste implica o que ele é
eu sou o que sou e não fico
bem ao lado do resto
por simplesmente não bem ficar.

Que não presto há quem o diga
mas o que algo vale é o homem que o diz
Tenho uma côr
o seu valor
só a mim a poucos interessa.

X.B.

Cinzentos são os outros para mim
o casal como seu chinfrim
a criança preta com o lenço branco sentada
a sua mão cuja vida passa
como a passagem ao fundo
deste trem velho mas que por novo passa.

Têm todos a sua criada,
têm todos o caminho que percorrem
Ficam mais velhos e velhos marcam
mesmo que nvos acabem por morrer

X.c.

O velho não mudou a sua expressão
da forma triste que o mundo encara
encarado pelo mundo ele é;
sua esposa honrada beata
não mexe um sorriso porque é Domingo
hoje é o dia em que ele sofreu.
ó cristo, ó eterno Deus homem,
quem te tornou por instantes divino?

O teu povo de estúpido vive sozinho,
foge com o sangue que nas mãos lhe meteste.
E a consciência
que mais que pai é mãe nos castiga
Humana mas divina relíquia
Adormecemos à noite é o mesmo.

E no dia dia em que adormecermos
fica a esperança que não mais voltes.

My own, now truly mine, housecleaning (I)

I.a - Sobre a criação do monstro

Toma tudo de mim que me abro
Toma
Não julgues que sou fraco,
Quando faz sol tu não sorris?

I.b - Sobre a recorrência

Jogas, mas jogas sempre ao mesmo
no mesmo tabuleiro que já percorrese
Com as saídas do dado cada vez mais repetitivas.
Converge, converge tudo como os número que são grandes ensinam
1 e 1 são dois só por experiência
O resto são histórias que acumulas.

Sabes onde te esconder
Tudo aquilo que ali procuras
Que mais que o mesmo esperas encontrar?
É tudo meu amigo é tudo igual
só to esforças porque sabe que gostas
mais um nome podes dar a tudo.

Um corpo é um corpo um corpo é nada
Sabes que é só por ti que sentes
quem manda é só quem percorre
quem inicia o rito tão desumano
Quem foge de si nos corpos que consome
Quem nada tem achando que tem tudo.

II

Um dia iremos lembras estes dias
com a nostalgia que desse dia será própria
Teremos então a idade que dá sentido ao guincho
ou a uma praça que à juventude nunca será alegre.

As rotinas serão previsíveis
e os passos serão dados sempre no mesmo sentido
e o que disse um corpo durará sepre o mesmo;
ficaremos cansados aos poucos de correr,
mesmo que a diferentes velocidades
na passadeira rolante que será a vida

à nossa frente a janela de um mundo
que só é nosso na parte que possuímos
naquele dia presa ao canal da memória
e pouco a pouco
pois só pouco teremos
acalmará o nosso passo
Com a mesma força com que o coração deixará de bater.

Amigos
Quantos haverá?
Mulheres
Terei alguma?
Filhos
Estarão por perto?
Onde estará a minha ama nesse instante?
quem me vai embalara tristeza
Com histórias que já há tanto tanto ouvi?
Terei sede, sede do que fui
sede como quando nesse bairro me perdia
mas dessa vez beberei sozinho
cada um tem a parte que é dele.
Mas vou-me recordar da mesa que cada um pintou
que a prima, ou a que assim é chamada, não nos vendeu.

Consumimos cada canto com o fulgor que já não teremos
com o espírito que um trapo velho não suporta
Que um charro naqueles dias permitia
Lembramo-nos, mas esquecemos,
com um programa p'ra nós de manhã.

III

A goma prende-se aos dentes,
ou às gengivas se for ocaso,
Talvez seja por isso que os pais consentem
que atéos filhos mais chatos as consumam
Ficam calados, caladinhos ninguém os ouve!

Tem de haver um motivo p'ra me darem esse doce
só por iso nunca gostei dele.

Queria era sempre dos outros
Aqueles que o papá escondia na estante lá mais em cima
Naquela de onde caíram livros por mim forçados
pisando-me a cabeça com uma semana de estudo.

Se soubesse teria dito merda,
não sabendo simplesmente chorei.
e quantas vezes não o disse e tivesse eu chorado
nada simplifica o crescimento
mais que atingir a estante antes inanlcancavel
que por agora o serem de nada já nos serve.

IV

Na rua já ninguém passa
aos poucos tudo fica deserto e frio
e a luz que há é falsa.

Sobre a folha reside a tinta que suja a mes
sob a folha estão as nódoas
e o branco lentamente ganha sentido.
o jornal cobre o lápis de cor
e é coberto por dicas semanais sem interesse
o cinzeiro ganha a cinza que saiem com um sopro
o sopro aos poucos ganha um tom cinzento
Tic-toc, tic.toc, tic-toc,
marca o relógio o compasso de existir,
avança o sono ao seu som
estou só na noite que implica afectos
estou cheio de afectos que não dou.

Daqui a nada vou-me levantar,
com cada passo vou na direcção do meu quarto
espera-me o prazera que eupróprio me submeto
tudo o que a mim só eu posso dar.

V

Jogavam matrecos os que matrecos são,
ficando as putas, não brasileiras, pelos cantos
que a dinheiro apresentam um [ ]
as brasileiras mas do outro lado do balcõ
com troca de $ a quantidades variáveis
tanto davam café como cerveja
que a preços já tabelados podem ser de difrentes cores
mulheres de tamanho reduzidos e homens talvez mais pequenos
talvez um um dia doutora desta instituiçãp
que por mais bela ou feia que seja
fica montra de uma ciência que depende da clarinista
e que considera a alquimia uma posição não tão assexuada
dão-se com vícios sem a garantia que expanda
sabendo que um dia todos a vão ouvir.