Do Rivera eu tenho o nome
Um pouco mais fechado
Pela amplitude da nossa língua
E os sons tristes das suas vogais.
Da frida tinhas a sobrancelha
É escusado usar o plural
Que assentava tão melhor
No teu rosto infantil,
E limitava expressivamente
O olhar ingénuo que das ao mundo.
A diferença entre nos também existia
Subtraída de décadas que nem chegam a haver.
Talvez importe mais a vida, o vivido
Fosse outro e talvez não te tivesse medo.
Não corro como antes, não tenho pressa.
Tudo o que tive estava partido
Por amor colei os dedos com super cola
Muito mais que 3 vezes.
Cacos havia que me alegravam
Tantos outros só me fizeram chorar.
Tudo o que tive estava partido
Partido estava e não por mim.
Tenho medo de te partir
Que cambaleando te encontre
E que de encontrão caias
Que cambaleando tente e nao te agarre
Que por descuido, falta de pratica
Por entre os meus dedos toques o chão.
Estou farto de tristezas provocadas
De monstros com ar delicado
De gente por dentro pelo de fora consumida.
Sao tão más as pessoas e a maldade pega-se.
Peço a deus por cobardia que nao fique uma besta
A fé existe da cobardia se alimenta.
E eu cobarde tenho medo de ti,
Nao do que me possas fazer
Cacos, insisto nos cacos, foi o que tive
Mas do que te podes tornar se me colar a ti.
E entretanto perco-me o medo fode a lógica
A mariquice destrói o bom.
Dele tinha o nome
Dela tinhas o pelo
Dela tinhas o meu amor.
Mais um. O meu primeiro. (brainwasherpt@hotmail.com)
domingo, setembro 30, 2012
sexta-feira, setembro 28, 2012
3 e 40, sambas a tocar de um tipo que era mais feio que muitos e que, aos 26, morreu mais novo que muitos mais.
Não se conhece ninguém poucas horas antes da aurora. No limite só nos deixamos de conhecer, cada vez mais quanto menos falta para ela chegar. A noite fora do nosso existe para a perdição, para evitar um quarto isolado, uma casa que não abriga ou ismplesmente um fantasma que só existe enquanto a memória ainda funciona. As paredes ou a morada não importam, por mais mudança que se faça, o que faz a casa está em nós e não num catálogo do ikea ou em telas compradas em praias no golfo do México ou no Brasil.
Estou só, acho que pela primeira vez desde há anos estou só. Não tenho ninguém a quem ligar, não me apetece ligar a ninguém, e nem o único número que sei de côr depois dos meus 20 serve para outra coisa que ocupar espaço na minha memória, ou um susto por marcação reflectiva. Mas esse número tem história, tem um café com leite sorvido lentamente para não queimar, tem um acordar a tempo de apanhar um avião, e é do tempo em que, apesar do muito peso, ainda me conseguia levantar.
Estou sóbrio, acho que pela primeira vez desde há anos estou sóbrio a estas horas e neste estado civil. Tenho diversas garrafas para beber, não me apetece nenhuma. Não me apetece sair para beber de uma que eu não tenha. Estou só. Finalmente estou só. Talvez volte a sorver um café como no outro parágrafo sorvi, um dia.
Estou só, acho que pela primeira vez desde há anos estou só. Não tenho ninguém a quem ligar, não me apetece ligar a ninguém, e nem o único número que sei de côr depois dos meus 20 serve para outra coisa que ocupar espaço na minha memória, ou um susto por marcação reflectiva. Mas esse número tem história, tem um café com leite sorvido lentamente para não queimar, tem um acordar a tempo de apanhar um avião, e é do tempo em que, apesar do muito peso, ainda me conseguia levantar.
Estou sóbrio, acho que pela primeira vez desde há anos estou sóbrio a estas horas e neste estado civil. Tenho diversas garrafas para beber, não me apetece nenhuma. Não me apetece sair para beber de uma que eu não tenha. Estou só. Finalmente estou só. Talvez volte a sorver um café como no outro parágrafo sorvi, um dia.
II
Do meu estado estranho a ausência de medo, a vontade criativa, o nojo crescente por atitudes, excessos e faltas passados e consciência de um desconhecimento geral do que sou - sensação essa promovida por um total alheamento das minhas vontades e valores, sempre receei o que sou por mais que o desculpe com as atitudes dos meus progenitores.
Amarram-me a um poste. Dele posso sair por aquilo que aprendi e sou. Cada flecha que me fere é ao poste que aponta, a minha impassividade é o que de facto me fere. Cada vez menos me posso ferir o meu sangue suja o que me rodeia cada vez mais.
todas elas gostavam mas ainda não consigo ler o H.H.
De mim só carregas o cheiro nos pulsos
hoje marcados por mim como um presente
mais reles que a doença que queres curar.
hoje marcados por mim como um presente
mais reles que a doença que queres curar.
terça-feira, setembro 18, 2012
domingo, setembro 16, 2012
Adeus meu amor. Sao horas de partir é a música possivelmente triste que o define pelo que me faz sentir por dentro. Pela primeira vez misturo o que penso com o que sinto e disso também surge essa consequência; quando o mestre tocou ninguém dançou, quando a que por nos canta cantou ninguém chorou e a pena que nao se impõe muito para além de mina seria a mesma para cada um dos casos.
Agora acelerou um pouco, apetece-me lentamente dançar como quem expia um mal do seu corpo. Acumulei tanto, de mais, e só na memória me movo como deveria. E abre mais um pouco. E nao preciso de beber. E nao bebo.
Danço.
Agora acelerou um pouco, apetece-me lentamente dançar como quem expia um mal do seu corpo. Acumulei tanto, de mais, e só na memória me movo como deveria. E abre mais um pouco. E nao preciso de beber. E nao bebo.
Danço.
sábado, setembro 15, 2012
quinta-feira, setembro 13, 2012
Casa da mae revisitada
Da varanda observo o mesmo mas de amarelo
Mais sujo coberto pelos dias que passam
Entre cada regresso a casa apressado
E até há bem pouco tempo envolto
Numa vergonha que por amor
Todas elas me avisaram que eu sentiria.
Eu sou o mesmo por mais velho que esteja,
Ainda me habitam os mesmos medos
Criados por entre estas paredes velhas,
Discussões conhecidas ao ponto de se preverem
E outras provas de um afecto que do passado
Diferem por já ser tolerado o vernáculo
Quecas com pluralidade de sujeitos
Mal dizer de políticos que já nao reprimem
E a vidas comentadas nao serem minimamente relevantes
- por mais capas de revistas que preencham.
Sempre me deu gosto fumar nesta varanda
A mesma de onde tantas vezes saltei
Em mim ganhando o cigarro um adjectivo queirosiano
Aquele que nesta varanda li
E que os apontamentos amarelos
Leitura Europa américa para burros
Tão bem me explicaram ao ponto
De ter seguido uma vida exemplar.
Minto, como sempre minto a mim mesmo
Diagnosticando-me a calma que ambiciono
O prazer nas pequenas coisas que faço
Saltando como um suicida recorrente
De amor- será amor- em amor, de responsabilidade
De vontade por mais pequena que seja
Anulando o eu que mal conheço
O que estas paredes sem espelho nunca reflectiram.
Começam a acender-se as luzes
Pelas mãos guiadas por uma responsabilidade
Provavelmente imposta.
Os problemas sao os mesmos independentemente do prédio
Do andar, do seu lado, e da sua dimensão.
Todos temos estômago mesmo que diferentemente o saciemos
Todos temos pila e cona por mais sádicos que sejamos.
E o estômago, a pila e a cona exigem
Responsabilidades que os permitam
E poucos têm as que defacto procuram.
Vou dormir. Já pintei um pouco
Inspirado que estou por outra
Outra fase que nunca pensei ter
Foi sempre a idade que me encantou
A inocência perdida que eu restituiria
Precisava de salvar como preciso que me salvem
Queria dar o que nao recebo e queria.
Estou cansado do que faço
É pelo que faço que me agito a dormir
Mais sujo coberto pelos dias que passam
Entre cada regresso a casa apressado
E até há bem pouco tempo envolto
Numa vergonha que por amor
Todas elas me avisaram que eu sentiria.
Eu sou o mesmo por mais velho que esteja,
Ainda me habitam os mesmos medos
Criados por entre estas paredes velhas,
Discussões conhecidas ao ponto de se preverem
E outras provas de um afecto que do passado
Diferem por já ser tolerado o vernáculo
Quecas com pluralidade de sujeitos
Mal dizer de políticos que já nao reprimem
E a vidas comentadas nao serem minimamente relevantes
- por mais capas de revistas que preencham.
Sempre me deu gosto fumar nesta varanda
A mesma de onde tantas vezes saltei
Em mim ganhando o cigarro um adjectivo queirosiano
Aquele que nesta varanda li
E que os apontamentos amarelos
Leitura Europa américa para burros
Tão bem me explicaram ao ponto
De ter seguido uma vida exemplar.
Minto, como sempre minto a mim mesmo
Diagnosticando-me a calma que ambiciono
O prazer nas pequenas coisas que faço
Saltando como um suicida recorrente
De amor- será amor- em amor, de responsabilidade
De vontade por mais pequena que seja
Anulando o eu que mal conheço
O que estas paredes sem espelho nunca reflectiram.
Começam a acender-se as luzes
Pelas mãos guiadas por uma responsabilidade
Provavelmente imposta.
Os problemas sao os mesmos independentemente do prédio
Do andar, do seu lado, e da sua dimensão.
Todos temos estômago mesmo que diferentemente o saciemos
Todos temos pila e cona por mais sádicos que sejamos.
E o estômago, a pila e a cona exigem
Responsabilidades que os permitam
E poucos têm as que defacto procuram.
Vou dormir. Já pintei um pouco
Inspirado que estou por outra
Outra fase que nunca pensei ter
Foi sempre a idade que me encantou
A inocência perdida que eu restituiria
Precisava de salvar como preciso que me salvem
Queria dar o que nao recebo e queria.
Estou cansado do que faço
É pelo que faço que me agito a dormir
quarta-feira, setembro 12, 2012
sábado, setembro 08, 2012
procuro justificar excessos e a perda de uma consciência que só retorna pesada sempre que eles culminam em atitudes parvas, pequenas e ridículas. Sou tão triste como os meus gestos o provam, e a falta de vontade de chegar a um lado qualquer, uma ambição ridícula e tão curta quanto os dias ou horas que me duram os desejos ou sonhos só dão à dor mais dor e menos importância ao que eu faço.
Sou tão pequeno como alto é o meu corpo. Quantos que me elogiaram nao estarão arrependidos do que me disseram, quantos sonhos de outros de outras nao desfiz. Sou tão pequeno e assustado, inseguro de tudo o que os outros prende, medíocre na obra nos gestos nas conquistas, tudo conseguido ao acaso, apanhado na corrente de uma vida que cada vez se repete mais. Como saio daqui? Nem vontade existe.
Talvez amanhã tente de novo. Talvez. Já disse vezes demais que o faria com uma certeza que também foi gorada
Sou tão pequeno como alto é o meu corpo. Quantos que me elogiaram nao estarão arrependidos do que me disseram, quantos sonhos de outros de outras nao desfiz. Sou tão pequeno e assustado, inseguro de tudo o que os outros prende, medíocre na obra nos gestos nas conquistas, tudo conseguido ao acaso, apanhado na corrente de uma vida que cada vez se repete mais. Como saio daqui? Nem vontade existe.
Talvez amanhã tente de novo. Talvez. Já disse vezes demais que o faria com uma certeza que também foi gorada
quarta-feira, setembro 05, 2012
Own housecleaning (the cais do sodre one)
Sobre a casa antiga
Pingava a pega preta,
entre visitas aos lavabos
por limpar por um de nós.
Instantes havia em que
ouvíamos, e que chamados
à razão por uma consciência
mais ecologista que outra,
a fechávamos mals servidos,
de um banho solitário.
Pingava, pingava a pega,
prta como o fado de um dia,
pingava e só às vezes
entre vezes a ouviamos,
distraídos que estávamos
do resto que só por
vezes em que se deu prestava.
Hoje pingava e eu chorava
quase tão preto como ela.
hoje o poliban seco
mais que eu seco estava.
Eu homem chorava
face a pega que pingava
preto ou não de luto
por um sovaco já enxuto
ou pentelheira a depilar.
Eu olhava, eu chorava
enquanto a pega pingava
no poliban e p'lo chão em sim.
Subscrever:
Comentários (Atom)