No final do dia o corpo só te dói por tudo o que já antes fizeste e sofrendo não o mostras porque pesa a consciência do grito injusto porque também já o provocaste. Infelizmente desta vez é contigo e por isso te abre os olhos aos que de errado fizeste e que tudo provocou. Apetece-te sorrir a uma força qualquer que equilibra o mundo, chorar por dentro a ti e gritar a ela mas equacionando tudo só te resta o estado de apatia a que te deste.
E agora lembras-te do bom do que te fez seguir do que te fez correr do que te fez querer mudar, e agora percebes que se desvaneceu aos poucos dando lugar a algo que só com tempo e um estado qualquer que vejo em gente feliz se dá apreço. Querer assusta porque implica uma entrega e com ela, à medida que se vai acumulando, vêm expectativas pedidos, partilahas de um tecto, de um código genético, de dias, de noites de alegrias, de problemas e com isso tudo um receio de não servir. Fosse por não querer, por não amar mas há vidas que resultam num medo de não servir, de ser posto de lado e com isso tudo passa a ser premeditado desde o mais simples beijo até a uma piada parva que tem intenções sub-entendidas.
Não tivesse eu contribuído para isso. Não tivesse medo fosse eu mesmo e não valesse nem mais nem menos do que sou quando me dou a alguém que também aceito p'lo que é.