Mais um. O meu primeiro. (brainwasherpt@hotmail.com)

quarta-feira, julho 20, 2011

664 - Depois de saber que me leram um texto antigo, com mais de 6 anos.

O texto antigo

O novo.

Acabei por ter o que pedira. Vivi uma felicidade no início certa e mais para o final aparente e que, mesmo sendo mentira, me alimentou o resto dos dias em que ao meu lado não estava. Sorri e dei o que de melhor e pior em mim tinha, ou seja, tudo o que sou. Tiveram mesmo os que se riam de mim a inveja que eu já senti, disseram que formava, com ela, um casal bonito por entre as nossas corridas numa fnac qualquer, escondidos por detrás de prateleiras, as nossas danças cada vez menos trapalhonas do meu lado e um ou outro gelado que apesar de variarem nos sabores eram bons.

Tudo o resto também acabei por ter. Diluí a minha razão num sentimentalismo que me faltava e acabei por perdoar ao ponto de ir contra as minhas estruturas tão brutamente impostas. Fui pisado metaforica e literalmente, fui traído de mais que uma maneira, quis acreditar no que sabia ser falso e, no final, mesmo que ele pairasse por perto não tive o medo de me dar ou de sofrer. Foi por minha cegueira que sofri, não queria prever jogadas no tabuleiro pelo pequeno prazer de viver os dias, uns melhores outros piores, que vivi.

O que não esperava também acabou por acontecer. A príncipio julguei que iria odiar alguém, que seria incapaz de nomear uma pessoa depois de tudo o que acontecera. Supreendi-me com a minha atitutude, cada palavra que fealmente soltei com o peso do crescente acumular em mim saiu por instinto que acabei por controlar pois, por mais injustiçado que me sinta, eu é que me meti onde estava metido e os sinais, óbvios para todos os que me rodeavam, passavam diante de mim e só por mim eram ignorados. Estou chateado comigo, irritado até, mas a sensação de que aprendi mais que muitos acaba por minimizar esse fardo incómodo da consciência do que errado fiz ao longo de muito tempo.

Ao mesmo tempo que tudo concluiu juntaram-se outros aspectos que mais importância dão a esta mudança. Financeiramente voltei ao que era e tinha antes de a conhecer assutando-me um bocado a minha condição e a postura de presentear desnecessária, mais óbvia agora que caixotes empilhados representam tudo o que lhe ofereci. Mais um aspecto a mudar. Surgem oportunidades de mudar a minha carreira profissional e agora, ao contrário de antes, não tenho alguém ao meu lado que não tentando perceber ao que diariamente me sujeito me dificulta a sua concretização, e agora, ao contrário de antes, não vou abdicar do meu desenvolvimento por alguém que não eu ou por um futuro que sinto sempre incerto apesar de acreditar nele. Mais um aspecto a mudar, entre outros.

Estou também estranhamente mais confiante em mim e nos outros. Tinha vergonha do que mais me define, do meu humor inesperado, da minha cabeça, dos meus gestos e expressões. Quem me conhece percebia o diferente que eu era por ter algo ao lado, diziam-me sempre mas só agora é que o percebo. Sentia-me uma má pessoa quando raramente mal eu a alguém fazia; eu não vivia por ir sobrevivendo de estímulos cada vez mais escassos.

Ao contrário das outras vezes não procurei esconder-me por entre pernas novas ou conhecidas. Isolei-me com aqueles que me são mais próximos por já não existir a vergonha que antes me impossibilitava a proximidade por exigir mentira; tudo aquilo para o que eu não fora educado era parte da minha vida como anteriormente sugeri e o facto de o acumular em mim e não o partilhar , mesmo que precisasse de o fazer, desenvolvia uma ira que se reflectia nos que ao meu lado estavam e queriam ainda mais perto estar. Eu parvamente evitava-os, e agora que os tenho percebo o quão parvo fui e a necessidade de os ter próximos; não me julgaram, nunca o fizeram simplesmente preocupavam-se comigo e eu julgando-me nunca me inteirei das suas atitudes sinceras. Não minto que tinha medo de me dar e de sofrer de novo mas até esse comportamento se mostrou errado ao fim de algum tempo. Qualquer relação é uma roleta russa e a bala pode estar no cano à espera de nos levar com ela; ninguém se conhece inteiramente do ponto de vista pessoal, como podemos exigir conhecer os outros? Sinceramente eu nunca achei que fosse perceber programas de rádios franceses como hoje sei que entendo tal como nunca me achei capaz de aceitar o que já escrevi ter aceite.

Agora é altura de viajar. Instambul já esteve mais longe e a cadeira entretanto vazia pouco-a-pouco ou de súbito há-de se preencher.

quarta-feira, julho 13, 2011

No Caxuxa - Começa com citação da avó, mote para descrever outras ou outrém

Mote

"Ontem fui comprar pêros para ti; tinham bom aspecto e até eram caros, mas abrias e estavam podres"

I - A abelha voadora IS

Escondia-se por debaixo
de seus cabelos longos
do outro
que nunca era o mesmo
Expunha.se
queria ouvir o que não acreditava
por mais vezes que a tivesse cobrido
Voava,
parecia não ter nenhum poiso
o outro
nunca era o mesmo
o medo,
nunca foi outro.

II - A abelha MB

Delicada nos gestos
modalmente indelicados
sustenta vários
vícios só de outros.
Pensava noutra língua
por outros era a mesma
ria-se,
não sabia estava presa.
Tinha o mesmo que o poeta
o problema da rainha
a que crescida,
só se sentava à mesa.

III - a rainha AM

Tinha um sorriso lindo
ligeiramente desalinhado
o dente errado
sentia-se na mordida.

O bom bem representava
deixava o que importa de lado
o cuidado desvanecia.

"Tome tome rainha
um pouco mais de mim
eu acho que só assim
volta um dia a voar"

Faziam fila à porta
espantados com a proeza
Representava,
nunca só para mim

IV - A linda obreira JL

Apresento-vos o meu trabalho
feito do meu coração,
Tem um espaço para si.
Consegui,
Já sou alguém.

A rainha
filha da mãe
Quis tudo o que é dela.

Ficou a obreira num canto a chorar
depois de tanto trabalhar
parece que no nada se viu.

Deus que é engraçado
pô-la no mesmo lado.

A rainha é que não subiu,
sem nada ficou
e nunca mais jantou
da Travessa.

V - O apicultor - EU

De fumo envolto
sempre embuçado
julga-se o Deus da colmeia,
mas sem a rainha
ou a simples obreira
não terá ceia
não terá o seu.

Um dia distraído
pelo que ela lhe dera
esqueceu-se do fumo
e a cabeça descobriu
não sentiu
mas algo novo lhe doeu.

IV - O mel

É bom enquanto há
mas sem aditivos falta não faz
mais vale a água açucarada
se for filtrada não passa nada.

sexta-feira, julho 08, 2011

De subito fez-se luz (nao sei o numero)

Como antes passei por um invertebrado
que como sempre se riu de mim.
Antes acreditava em desculpas esfarrapadas
em argumentos idiotas
Agora que sei quanto a casa gasta
as contas são outras.

I

P'lo menos no Ikea dizem, mesmo que por alto, quantos casacos suportam os cabides. É a diferença dos escandinavos percebem de unidades de peso.

Receita de sucesso.

A conquista exige luta, a manutenção respeito.

(...)

De súbito surge o novo,
O referencial é o antigo
Atordoa a diferença
tenta não se passar a factura
É estranho o excesso
Do bom só se desconfia
Por haver quando não havia
não pode ser sincero.
Palavras com carinho magoam
se não sucederem um punho
Um abraço um choro
Uma queca um grito
E quando chega a sorrir
só se me esforçar
não há um outro motivo
algo que me é escondido
e que sorrindo
crê que não vou perceber.

quinta-feira, julho 07, 2011

Antigo

I - já não me lembro mas a ideia era assim

Tivesse-te conhecido no tempo
em que se fumava na estação
de comboios
subterrâneos.

talvez o resto,
fosse diferente.

II

Fumo as memórias por entre os dedos
que prefiro não roer por educação imposta
Mas surgem e inesperadamente puxo
uma-a-uma sem se esgotarem.

Problemas simples outros complicados
Detalhes que o roberto já sabia
e tusso mas durmo sossegado;
e arranham por dentro passeios
estradas e subterrâneos passados.

..................................................................

Merda porque revolvo incessadamente
como um idiota de um parvo
a minha história a minha cabeça
á procura de uma razão.
Não sou eu quem deve
gritar Miserere. (porra)

De súbito muda

Ensaio I

Ali, até a Rua curava,
A água caía despressurizada
Arrastava com ela a merda
à flor da pele enquanto escorria
sobre o corpo envergonhado
Abraçado a ele próprio.

Dormia-se pensando no hoje
como num holiday inn
tacto era uma sensação boa
a mínima que se tinha
Antess de mais um dia acabar.

O trabalho era uma pausa
terapêutica na justificação
e o whisky vertido um gesto
que se acreditava quebrar a rotina.

Da janela o rio parecia outro,
se descesse não era para fugir;
embalava-me com o vento
as luzes descontínuas do outro lado
para onde tão poucas vezes fui.

Ensaio II - soneto tentativo

Até a rua me curava sem
sequer ter reparado no seu nome;
Esqueço o que tinha, p'lo que trouxe
um mero abraço sincero, mãe

Se tu soubesses o que tinha sei
que me olharias de forma doce;
me porias no teu colo p'loe que fosse
eu é que o chão teria a que me dei.

Não me lembro de noites, do vertido
Das correria parvas, dos excessos
Do que em vão atirei sempre sorrindo
De me esconder sem luz sempre por medo.

Abriu-se a porta, vou entrar, eu quero
Por sorte este tardar p'ra ti é cedo.

III ensaio solto.

Cada gesto não me parece
que deixa de ser pensado.
Teme
e treme no instante
aquele mesmo
em que se deixa ir.

Vê.
com os olhos
de quem observa;
Categoriza
pelo dado conclui
e ui
como gerlamente acerta.

Ás vezes não pensa
Não se apercebe
fica mais bonita
como a chaleira
a que rosna e não ferve.

I - (e agora começa) Hoje.

Sinto-me eu próprio aqui;
fico com um barco atracado
no porto da primeira partida.
Fala-se e come-se o mesmo
repete-se e entende-se o chamamento
de tudo o que no profanao é divino.

II- a rotina

Aconchega-me o leito enquanto trabalho
e parece que me esqueço de ti;
És tu quem vejo entra cada viagem
Entre o que crio em troca de cigarros
e do que bebo mal doseado contigo.

Olhas para o gráfico e ris-te
Crês que o esforço está na côr;
Explico-te entendes que há mais que isso,
nenhum poema me levou mais que cada número
Cada variação, suplemento, conteúdo
que esse slide com título em a paraste.
Sinto-me eu próprio aqui,
não um conjunto conjugado com outro
por um motivo qualquer parvo,
pequeno para quem não o entende,
idiota para a maioria que conheço.

Falas de mim juntando os dias
percebes que o disparate tem gaguez
que a gaguez vem de antes
que o antes vai sempre mandar no depois,
e resolves, ou tentas, muito antes de surgir.

Espreito pela janela
que me ofereces por entre os dias
Do outro lado tudo.
Sem medo é assim que me tens.

III

Cheira a citrino mas engana
é doce, doce, doce.
Se não soubesse talvez fosse
ARGH CHIiiiiii do (dito a fazer caretas por causa da acidez, comer um limao se necessário)

Ah,
Como gosto de surpresas
desta mais que é boa.

IV - O antes (é chato, querer ir para a garagem e acabar no 12º)

Falava-te de estórias entre
disparates meus e gente disparatada
Ouvias como quem tem algo para contar.
Aparentemente vendias tópicos novos
Para conversas minhas futuras.

Tinhas um espanador num canto;
E eu que até há pouco acreditei que o pó
Aspirado tinha melhor fim
Não percebi que me faltava um lá
na casa onde acabaste por entrar.

"Suddenly i saw you in someone else's shoes"
e foste-te sem saber que o caminho
se for feito leva a algum lado.

Era da casa que eu te falava,
Talvez por lá ninguém estar;
Tinha medo do regresso, sentia-o
Incómodo como a água de África.
Não me escondi, tu rias-te
por entre os medos parvos de quem sabe
quantos dias de vida lhe restam
e os poucos momentos em que te apresentaste.

Rodava tudo à minha volta por não haver semáforos,
sem saber não tinha o peso no peito
por o colesterol não estar ao lado;
Até dizia algumas coisas com graça
não me expulsavam de estabelecimentos
comerciais eram os meus gestos e vendia.

Não queria acreditar, depois de tudo
que o que me define velava há dias
ou há mais tempo não interessa,
o que é o tempo p'ra quem não existe?
Antes era um vulto que rondava
sem saber nem poder tocar o mundo
um ganz um bruno com mãos que não sentem
com olhos que limitam o que quer
com um corpo dormente e limpo;

Antes
Antes tocava o que q'ria e fugia
Para casa como se lá estivesse seguro.
Agora deixo a luz ligada como um farol
um sinal de que alguém lá habita
por entre aquelas paredes pesadas,
sujas de leite atirado
sangue derramado,
ecoadoras de gritos de maldade.

Hei-de voltar quando tiver tudo,
agora só faço o que quero, mesmo que não precise.
Mesmo que me canse
mesmo que alguém se irrite
E um dia
Hei de camar casa
casa
CAsa
caSA
caaaaaaaaaaasaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
Casa
Casa
Casa
CasA
Casa
casa
casa
casa
CÀAAAAAAAAAAAAAAAA SSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSAAAAAAAAAAAAAAAAa
POrra
A um sítio onde se vive.

V - o imediatamente antes

É triste a chegada do tristemente esperado,
a lógica falha e p'rás sensações não fomos educados.
Pesavam-me as divisões sem vida,
e o vazio só pelo que ingiro era preenchido.

Fomos com o deprimente deprimido;
evitando as ruas que logicamente trariam
por horários conhecidos a tristeza do luto.
Descemos e ainda não tinha chegado a de auto cultura
mais uma fonte de preenchimento.
Bebi a russo como fui ensinado,
sem educação a nada brindei
o motivo ainda não me era conhecido
e em cada copo ficou um pouco de mim.

Queria dançar e eles também e fomos,
onde me contou que ainda bem vindo
não era, viam-me sempre como um torto
- quantas vezes não estive eu já sem luz?

Dancei e perdi-me ainda mais
come se cada passo fosse um ritual
shamanico, católico, moçulmano, budista ou meu
e quando ele se foi comungámos talvez a distintos
sinceramente nem me lembro bem, ídolos.
" eu vou mas em 10 tu tás lá!"
passaram a mais e de minutos a dias.
É tramada a consciência se moral
alguma tem imposta com pouco de egoísmo.

Valeu-me a verdade pingada ou comichosa
que sem saber me deu quando a vi.
Milagrosa é visão que o jejum permite
sensível é a verdade ao bêbedo
e idiotas passam a saber ser idiotas
que ao ébrio nunca idiota foram

"Sejam felizes mesmo que tristes
e os outros tristes felizes façam
Mesmo que só a tristeza apalpem
Porque a felicidade não entra p'lo nariz"

Caído o peso era cedo para tudo
Estava em casa a da rua que curava
entrei a sorrir num táxi
1/2 bebedo disse mundo.

VI - porque tem lógica tudo resumido

Sinto-me eu próprio aqui,
entre o que crio em trocas de cigarros
e do que bebo mal doseado contigo.
Cheira a citrinos mas engana
é doce doce doce.
Antes tocava o que q'ria e fugia
para casa como se lá estivesse seguro
Caído o peso era cedo para tudo
"porque entrei num táxi tenho o mundo".

VII

Casa Trabalho
Casa Remédio
Cama Dormida
Casa Trabalho
Casa Farmácia
Casa Remédio
Trabalho Dormida
Trabalho Casa
Farmácia Remédio
Dormida Trabalho
Remédio Fado
Remédio Dormida

Trabalho Remédio
Remédio Trabalho?
Casa Trabalho
Travessa Remédio?

Trabalho Remédio
Remédio Trabalho.
(repete-se até ficar sem ar)

segunda-feira, julho 04, 2011

Poesia da última semana, pela qualidade podem imaginar o quanto estou feliz.

I - Para quem só sabe contar até 12 aquela coisa do AM até tem utilidade

Caríssima saiu-me a água
Pelos poros sujos e os sacos dos olhos
Pisados nos dias
Que bebia como quem tem sede de algo.
Carrego o negro até no avesso
Envergo o que cobre quem se lamenta
Sou o more que andando não suporta
mais nada porque o resto ruiu.
Na arca ficou o puco por pilhar
O arremessado em dias de plenitude.
Desfeita já não treme com a conquista
das terras que na fronteira se encaixam.

"Baixou a cabeça o injusto, a pomba
desceu com o rio noutra forma vestida
Não tinha química a água a lixívia
por inexistente só o diminuiu"

Ó alguém do mundo que quero
Ó gravidade ao contrário que exista
Expurga este prequeno homem
Do mais pequeno H com 2 O poluído.

Prece ouvida, cabeça já no alto
é de lá não de baixo que o bem vem,
Ressuscita o impura c'o sujo como mãe.

II - Tentativa: O alcool desinfecta, whisky é quase água em escocês e o freguês tem a razão que só ele sabe

Dá-me o JB com gelo
2 pedras e um dedo de água
Por mais merdosa que seja com o álcool passa
a ser melhor até 2 dedos.
(1 do gelo, o resto do pedido)
Mais do que isso só o estrago,
sem o alcool não consigo
ó meu amigo
dar mais que um trago,
e de águ gu gu gu a
preciso para viver.

III - Carinha na alcova, carinho na bolsa.

Carrego cheio, esvaziado o copo, o corpo
De JB movido ao fim da escada
Abre-se a porta à gente na rua
e a lua puxa e leva-nos aos fados.

___________________________________

"Amar de mais é doidice
Amar de menos é maldade"

IV - Tentativa II mais inspirado com menos gosto e bastante piroso

Carrego esvaziado o copo o corpo
Cheio embalo-me nas escadas ingremes
Adormecido levam-me ao fatalmente dito
por outrem que eu so sonho outo lado,
Arrepia a forma entristece o conteúdo
choro lentamente porque posso
entender, é coisa de quem sofre.
e foge por entre as frestas da porta
encerrada por respeito a quem dorme,
uma palavra mais pequena que com sorte,
pelo peso não volta a ser cantada
E perde-se nas ruas do bairro mal afamado
Rodeia os drogados da fonte gratuita
brinca pelos dedos de quem os vê pela cortina
e continua pela colina acima,
e faz suar (á parte mas sim suar) o sino da sé velhinha
e lentamente sai do que me prende
e eu continuo um mariquinhas...

Muda a voz, muda a postura nõ soa ao mesmo
Vem da vida a tesão e o afinadinho fofinho
duvido que já tenha sido bem fodido
porque já nem da vida me distraia
todo o calor que existia
Assim de repente ficou mais declarado;
Venha outro, mais um que me distraia do que rodeia
alguém que me mova com a voz
que me tire da cabeça as palavras
que as subsitua por pouco pelas suas.

Abraço sob a ventoínha insuficiente o copo
Carregado tão bem com pedi
Sem ele não teria ido aos fados
Sem ele não teria cantado
Sem teria ficado farto
Sem ele teria [ ]
Sem ele não teria passado
A porta que me chamou do outro lado dos remédios.
Com ele me vou e em caracol surjo
Numa ilha perdida c'o Tejo ao fundo
o outro mais triste e bêbedo que eu.

Os anjos são roucos e acalmam-me como podem
JB puro não como os outros meio aguados
Fico aos poucos mais perto dos céus
Para o que é meu alado salto
Já tou darto de
no quarto
me esconder de mim.

V - Tentativa III sobre o mesmo tema

É mais cedo que o costume
e não me dói o corpo
Do cansaço ou sangue
A conta gota extraído.

Vou para o mesmo
o de sempre que não deixo
Que me assegura o mais simples
Vício que me garante um sorriso.

Faz sol na cidade
e a janela para o rio descanso
me dá sem eu o sentir.
A porta não se fecha mas fico
por ter a certeza que posso fugir.

VI - 28/06/11

Que me habite o que em mim
por vezes trago sem o saber
Que surja a luz que não se vê
Mão, treme por mim e outros
diz ao mundo o que é dele
e não receies o corpo parvo
face a mente que te interessa.

Pensa,
Pensa mais devagar do que podes
é pela mensagem que o fazes
é pelo que te rodeia que vives.

VII - + um.

Já chega desta merda
esta mesmo
este bedum
A que eu e tu
ou até msmo nós
numa só voz
chamamos ou chamámos
por sermos parvos
de vida.
Tu sorris ó meu idiota?
Não andavas com a corda
a que o amável te ofereceu
agarradinho ao pescoço e ao céu
por acreditares que esse caminho serve.

Quem não crê não teme
quem não vê nao pensa
ou finge que o faz.
Quanta gente é que aqui
neste pedaço [] de massa
acha que não se arrasta
para um enorme vazio?
"Parem a convulsão"
Chiu...
Não ouço nada.
Chiu...
não passa,
fico por enquanto na mesma"

VIII - 1st of July

A premeditação fode tudo
é bem pior que o conceito
aquele previamente concebido.
Envolve mais que gente
situamo-la no que pressentimos
e que não vendo juntos programamos
juntamos
simples planos
variedades diversas
e por situações disperas
esperamos que não surja algo de novo
mas,
de repente e de um canto inesperado
vem algo e nós parvos
ficamos subitamente c'o nervoso
miudinho ou não
como jogadores de roleta ou de outrojogo.

Fossem só pares e ímpares
vermelhas e pretas
dividise-se tudo por dois.
É pelo verde que se treme
saindo o zero não depois.

IX - Direito por tortas.

Pedimos algo que acabamos por possuir
mesmo que no instante menos próprio
A muleer que amamos e de que fugimos
Precisamente descrita e assim disponibilizada,
Ou simplesmente uma estalada ou par de cornos
que queríamos inócuos por uma amada.
É preciso tento, não basta q'rer
Têm as hipóteses de ser ponderadas
Hão de surgir mas só p'ra nos foder,
só aparecem em alturas erradas.

X - A HK. a pessoa não o clube.

Disse-me ontem, d aforma
Que pesada fica com a repetição
que pensar nas razões nunca serviu
A não ser claro que suporte a solução.

Eram os gestos mais duros sintomas
não o problema a ser resolvido,
E assim esquecia o que doía
inventando desculpas na dor de outra.

O amor estupidifica o melhor
de qualquer homem fica o nada
E o que é próprio minga no vazio.
Achava-me louco. mau, desrespeitador
Achava que dava sempre de menos
sentida que devia mais do que
alguma vez pedira.

Lentamente
tan tan mente
men en te
men en te
te vi como um apêndice ferido
um que por hábito não quis amputar

"VAI GANGRENAR"
gritaram os sábios
"ISSO ESTÀ COMPLICADO"
murmuravam os amigos
"EU AVISEI-TE
disse-me quem sabia
"Dá má energia"
Disseram os bruxos
Estimulando o arroto

Não quero perdêlo
a necrose nao vai existir
eu AGUENTO isto tudo.
Caralho eu mudo
Porque é tudo culpa minha.

(rápido)
Vou começar a ir onde não iria
Vou tratar por tu idiotas
Vou achar que é normal
Até mesmo especial
gente que se cagando
suportando o vício é amigo
Vou comprar um Kimono
Vou ficar mais mongo
dar $ p'lo vazio.

(devagarinho)
Pouco a pouco
pouco de cada vez
pouco ou chinho
até não ser um menino
até ficar lentamente bom
talvez mais feliz
sorridente
indiferente
ao que antes me incomodou.

(locutor de rádio)
Acho assim o nosso herói,
Que tudo o que de mau tinha
com aquela tipa iria mudar

...

Passou um dia, uma dia a seguir
se não falho as contas passaram dois
e depois 3, até semanas
e não é que a sacana
ficou indiferente na mesma?
Deêm sal À lesma
- gritou quem me conhecia
e como não percebia por ser outro mais quis.

Nem um esforço ela fez
nem uma vez nunca 3
4 não houve porque mais não tolero.

"tens de ser sincero contigo
Olha para o teu umbigo"

ELA È ASSIM

[VOZ de doido, rápido]

Ela não muda
ela não muda
não
não muda
Ela não muda
Não
Não muda
Não

Eu não sou assim tão mau
tenho um bom pirilau
e p'lo que consta sou bom de cama
E isto é só a merda básica
A primeira derivada...

[CRIANçA a enumerar]
Tenho casa paga
Sou minimamente
inteligente
Tenho conversas de interesse
Sou delicado
dedicado se apaixonado
Protejo
sou educado
Até posso ser de confiança
estou só com quem quero
Espero
Porque espero que esperem por mim
TEnho um humor caricato
Ofereço o bocado a a que chego
....