Mais um. O meu primeiro. (brainwasherpt@hotmail.com)

quinta-feira, junho 30, 2011

I

Uma vez disseram-me que estava em modo meio-homem. Não percebiam o que me tinha sucedido já que estupidamente lhes contara o quão feliz eu estava. Coisas mudaram lentamente como a minha consciência do eu que sou, ou era. Á medida que me olhava ao espelho, perdido entre as rotinas de cremes a que me impus para não dar a alguém o peso da idade e das suas, ao longo dos meses ia percebendo o que me contaram; não estava mais pequeno, estava era agrilhoado a uma esfera cada vez mais densa (como se progredisse na tabela periódica) enquanto corria numa passadeira de atletismo. As quedas eram frequentes mas, devido ao costume, pareciam já não doer nada; estava dormente como o Waters a dada altura do muro, e parvo assumi que era por conforto.

O desconforto acabou por ficar óbvio. As desculpabilizações carinhosas ou boas passaram a ser simplesmente estúpidas. E o excesso do bom a que me impûs terminou como eu nunca aprendi a acabar. Coisas há que precisam de saúde e de educação, outras há que necessitam da sua falta, e olhando-me ao espelho vi-me com o chapéu que nunca me puseram na sala independentemente do castigo.

"não foste educado para isto" uma vez disseram-me, "Não fui educado para isto" agora percebendo respondo eu.

II

De nada serve crescer
Mantém-se o dilema.
Luta grande
Ou Luta pequena
é e será Luta mesma.

III

Há aqueles a quem escrevem poemas feios e que os merecem jolies
Há os outros que têm bonitos mas nem merecem uma linha,
Também os há com sorte.

(...)

É triste querer tudo de quem nada traz nos punhos, os dois, que estende.

sábado, junho 25, 2011

Citando o JP que se lê GP

"Está com bom aspecto a senhora - diz a outra
O aspecto não dói - diz a primeira"

Há primaveras que chegam com o solstício que não é de Inverno.

Há primaveras que chegam com o solstício que não é de Inverno. Há tanto que é até o instante em que percebemos que nada foi. Agora vê-se, põe-se lado a lado tudo como quando se comparava o passado no passado recente porque na altura era um presente que agora só pode ser distante; como outrora avalia-se os x's que preenchem a escolha múltipla aparentemente simples mas que na altura nunca o foi e que até levou as mãos a suar e por isso a largar por vezes a caneta que imprimia a folha com o que em nós estava. E agora olhando percebe-se que as árvores eram silhuetas de edíficios que nenhum surrealista pobre foi capaz de edificar a partir da sua imaginação, o céu era um inferno invertido e o inferno era o oposto desse mesmo céu. O caminho era uma paragem de autocarros numa IC qualquer a que se chama vida.

Até a música soa ao que durante nunca soou. O que antes não se ouvia é nosso e tem, mesmo que por pouco, o sentido que deixara de ter.

segunda-feira, junho 20, 2011

Á chiqueta F. Nascimento

I

Assim é Lisboa
Faz de ti uma Pessoa
na boca do mundo.

II

Por mais que bom haja
Só o sujo ficará
mesmo aquele imposto

III - Variações sobre o mesmo tema comparação de personalidades distintas. (começo à campos o resto logo se vê)

Veio ter comigo junto ao quiosque do Camões,
Cabisbaixo como sempre mas sob a luz diurna,
Estava mais cheio do que antes lhe faltava
Era o mesmo parecendo outra pessoa.

Conto-me as estórias que eu já sabia dele mesmo
Ouvia-as com a novidade que o verdadeiro permite,
Qualquer filtro destrói uma memória que a partilha
Tende sempre a dividir por campos distintos.

Sabia a minha também por outrém
A partilhada com o interlocutor da sua
Senti-me o que ela já antes fora para mim,
Uma imagem desfocada que alguém achou que viu.

Rimo-nos do mode que os nossos lutos permitiam,
Perdera um amigo que eu desconheço
Ele sabia que eu algo também havia perdido,
Já passara pelo mesmo mas com as idades inversas
eu Nada lhe disse, ninguém perdi ainda, mas senti
Nos seus gestos marcados o que nos era comum.

Os cigarros esses foram-se acumulando
como as lágrimas que não tivemos coragem
ou força de soltar por tonificação de glândulas
baseada no repetitivo esforço.
Falámos enquanto caminhavamos para o seu destino
Não nos preocupávamos com a Garrett e os turistas
Ninguém nos veio vender Haxixe no Rossio
Não parámos para beber uma ginja naquele pequeno estanco,
Precisavamos somente de trocar algum cromo
Daqueles que faltam para preencher a caderneta.

Era um deles
não era como eles
ouvi dizer que já foi pior.

Seguiu o seu caminho sacro pesando-lhe a cruz do que se foi,
Sorri c'oa vontade de escrever e com a surpresa decisiva
Que um simples café junta Universos paralelos.


O que dói não é o corno é o ângulo de entrada.

Para apreciar ao som disto. Aqui.




Caxuxa: Ninguém por enquanto por perto

I - As paredes são diferentes, o local é o mesmo, o estado mais ou menos

A vida é tão parva que há quem traia e se consuma pelo ciúme.

II - É bárbara a consciência

O mau hábito tornando-se costume muda,
A mais simples percepção da realidade
Consome-nos o medo que afasta o necessário
Espantalhos somos em nós do que queremos.

A consciência essa chega-nos mais tarde
geralmente quantificada pelademasia
Com o rótulo que só nós temos de saudade.

Os gestos de puros ficam sujos
e incomodam as sensações calejadas ou
Se alguém não evitar sofridas.

O que se dá bom pesa c'oa densidade
desconhecida até o então da entrega.

Quem escreve espera que passe
Que passe ao compasso da bebida.

III - O sub é o que queremos, do sub de outro vemos o que nos dão.

Há quem beba luz e escuro,
Fique porque mais nada há p'ra alumiar
Outros clamam p'lo que ao seu lado
nunca deveria ter deixado de estar.

IV - II + III - I

Nunca foram as unidades métricas culpadas,
pela pequenez de uma pessoa.
Sempre existiram degraus ou outras
maneiras de chegar ao alto.
Há quem estique o braço
Mesmo que só com isto não possa.

Vive conformada a maioria,
é por arrasto que sente
E os rectos esses hão-de ser curvos se deixarem.
Sempre, sempre se quer mais um pouco de tudo
nada a ninguém chega
E os braços vivem de acordo com a cabeça
que o coração a terra gruda.

V

Já é tarde p'ro que antes fora cedo, são horas de ir deitar.

VI

Já é tarde deixa de te armar em pessoa,
Esse escrevia num armário
Tu és alto demais p'ra mobília padrão
Não es como os outros (a maioria)
és um outlier para cima
e isso dá-te outro peso.

Pensa que daqui a nada tens coisas a fazer
Tens de estar apto a pensar,
tens de ter uma voz que o bagaço
o gin
o whisky
e um cigarro,
Só te acabam por estragar.

E deixa-te de rimas pobres
São bem piores para quem sofre
"Esta pessoa vai sentir que pode
dentro de minutos se tiver sorte
que esta coisa é coisa pequena" - [voz de interlocutor]

Por isso rapaz tem calma, tem calma e pensa
Sabes que como outro qualquer problema
Da vida nunca terá solução melhor.

Isso,
Começa a deixar a rima num canto
num lugar qualquer ao qual não podes
não queres, ou tens medo de chegar.

Sê um homem rapaz
Sê o que a tua barba implica
Não tenhas medo do próprio que tu és.

Recomeça,
sabes que são quase horas do ó-ó
do bem bom que precisas
Como tens feito sem ninguém te acompanhar.
Até mudaste os lençois pá
até a deixaste sair de tua casa
Até da casa da outra saiste
Até p'ra casa de outra o táxi não apanhaste
E pelo que vejo ja nem expandes a tua conversa
Aquela que sempre tiveste a desconhecidas.

(vá podes, só desta vez) - Voz de responsável de infantário

Acaba a bebida
Nao sejas menina
Vai para a caminha
Sonha com o que queres
Quer sejam mulher
Ou simplesmente porcarias.

Isso,
Um último trago
Mais um
Agora outro
Esta quase
mesmo quase
Pronto,
Vamos que dói o pulso.


Epitáfio

Gajas malucas
vão para o caralho
mais vale eunucas
dão menos trabalho.

domingo, junho 19, 2011

4/06/11 provavelmente Antes do Meio dia.

Ditamos regras que não esperamos exercer
Com o medo que nos dá a reacção
A algo que consideramos furtivo.

Negamos tudo o que nos foi ensinado a negar,
E deitamos sentenças sobre nós
Pesando-nos o trilho p'lo que há.de vir.

E quando surge um dia o inaceitável
O que mais dói é o peso de não o ser
e as horas perdidas c'o medo.

18 de junho de 2011 - Voltei a escrever e como podem ter notado isto anda para o fraquinho

I

De nada serve chorar mais uma vez
A vida é curta demais para ser cíclica
Há características que só concedo à história.

Lamento muito do que me aconteceu,
Supreendo-me até, mesmo tendo passado
mais tempo que suposto, de coisas que me aconteceram.

II

"Olha rapaz, é a vida.
Goza-a o melhor que possas
mais cedo do que pensas
ficas
caústico e pensativo
como eu.
Já nem sorrio com as crianças traquinas
Sentadas irrequietas ao meu lado"

Acho que é o que o velho me diria
se largasse a bengala
e não tivesse vergonha
de mostrar a sua boca
(já só tem gengivas).

O resto vai no comboio
na linha traçada e certa
Saindo uns antes e outros depois.
Ninguém põe nada em causa,
Tão-se todos pouco fodendo pa tudo.

Ás vezes aparacem uns tipos mais arruaceiros
Roubam usando navalhas como argumento
Ninguém faz nada e as crianças choram
Precoces com o conhecimento crú da verdade.

"o indie que se foda
Os intelectuais de esquerda também
Os tipos do jornal que levem no cú"
- para eles é tudo ao contrário:
Nunca andaram nesta carruagem
Nunca pisaram este chão
Nunca olharam nos olhos de quem sofre
De quem se arrasta no que os leva,
De quem se assusta a caminho de casa
De quem pensa sair antes e fugir
não conseguindo por cobardia paternal
E o peso na consciência dos cornos que já antes a fizeram sofrer.

E o maquinista faz o que lhe mandam
Pára, arranca, arranca e pára,
Não se preocupa se alguém se perde no caminho;
Só os vê pelas câmaras que ninguém respeita
e tende a focá-as nas pernas de uma tipa qualquer
Normalmente com um ar muito rasco
por a falta de virtude nada mais exigir.

É mais fácil acreditar que as fotos da traição
Estupidamente claras, óbvias e flagrantes
São produtos de uma montagem qualquer
Do que na existência de um éden incerto
Aberto somente aos que são rectos na vida.

Não há nada mais certo que esta ou outra linha
Que o seu príncipio, que o seu fim
Mesmo que o horário seja distinto
do comboio o tipo
bem como o seu número de paragens.

III

O que mais me importa é tentar ser sempre um bom rapaz e fazer aquilo para o que fui educado, também de acordo com preceitos que me foram ensinados por quem me educou.

IV

A poesia surge-me, nunca me obriguei a ela. Pensando sobre a minha evolução como pessoa e, por disso depender muito, inclusivé aquilo que passo para o papel, nas alterações, tanto na temática como na forma, dos meus poemas, vejo que partilham estados ou, se preferirmos, paradigmas.

A minha produtividade é constante quando estou só, aumenta seriamente quando conheço uma nova pessoa ou quando dela me separo, e é nula nos momentos de alegria falsa, ou simplesmente conformista. Nas últimas semanas, estando eu só de novo, terminei a última condição; percebo agora que não era a falta de tempo que me limitava a produtividade, esse nunca foi o motivo, vivia era num ambiente que me castrava a criatividade. O irónico de tudo é que foi este mesmo campo da minha pessoa que me colocou na mesma casa, que já antes partilhara, o elemento diferenciador. Simplesmente, pouco-a-pouco, foi-se escondendo num ghetto qualquer sempre que sentia que estava a ser observado por essa pequena (ilegível).

O tempo consome tudo mas ao mesmo tempo que somos levados cresce com ele o semeado até dar o seu fruto, este é também com ele que amadurece.

A agricultura tem muitas coisas interessantes, mas a base para a sua análise terá de ser sempre o fim a que se destina. A inexistência de propósito só permite colher o que ocasionalmente surge, o que escapa às passaradas, às doenças, às intempéries, à criançada; trinca-se o que houver.

Há quem produza para subsistênca e tente colocar em pequenos terrenos de tudo um pouco. Trata com cuidado do que cresce, tem de pensar na despensa que vai alimentar a boca de toda a família; na cebola, no alho, no refogado, na batata. Cada uma das bocas tem os braços que a terra, que um dia os há de cobrir, trabalham e até lá os cansa e nutre.h

Há quem compre a terra que emparcela que produza muito e venda p'ra lucro.

Nenhum dos modos gosta de daninhas e pragas. Tem de se ter cuidado com elas, se surgem podem implicar que se replante tudo de novo. Também existem erros, se queremos batatas não podemos plantar courgettes. Acima de tudo é preciso atenção e carinho e esforço e pensar, todos ao mesmo tempo. Tem de se ter cuidado para não se desgastar o terreno, fazer pousios, depois de gasto já nada mais cresce.

Agora escrevo demasiado, inclusivé coisas sem sentido. Pinto em horas indevidas. Surgem-me na cabeça coisas estranhas e já não tenho medo de um não ou de um olhar [feio]/[reprovativo]. Ponho cá fora o que é meu; sorrio. Há quem goste do que faço, há quem se importe com o que digo.

V

You feel a bit tense, everything is going to be fine. Good Luck. That cl... Essa nuvem que te paira na cabeça dá-te cabo do penteado.

nao e a solidao que me assusta so a possibilidade de nao sair dela.

Overdose de incenso.

Não é o Diabo que incomoda, são as suas personificações.

Lições dos quase últimos 3 anos de vida.

1º. Não ser possessivo.
2º. Não abdicar nunca daquilo que nos define por obrigação
3º. Não tratar ninguém como um coitadinho, permite recorrências e acaba por levar ao ponto dois por obrigação
4.º Ao mínimo sinal de que é necessário dois para manter uma relação seguir o ponto um e seguir cada um o seu caminho
5.º Espaço de armário só deve ser concedido pouco antes do casamento, pesa na separação quando estiver vazio
6.º Caso não se siga dois e a pessoa gostar de arremessar objectos contra ti nunca ofereças sapatos de salto alto.
7.º Quem te avisa teu amigo é, quem te avisa mais do que uma vez além de amigo tem uma paciência do caraças
8.º Nunca faças ou aceites algo que te faz sentir vergonha face os teus familiares. Torna os almoços de família pesados principalmente quando se fala de coisas que eles nem imaginam que se passaram contigo.
9.º Se algo te é escondido é porque te pode incomodar. Só deves brincar às escondidas até ao 7º ano ou com os teus filhos, feito fora desses casos é estúpido.
10.º O que tens de melhor deve ser potenciado e o que tens de pior limitado por quem te acompanha
11.º Quem te acusa de algo que não fazes nem nunca esperas fazes é porque ou o faz ou já o fez.
12.º Voltando ao sete muitas vezes os teus pais também são amigos. Sabem mais da vida do que tu nem que seja por mais terem vivido. Se o que te disseram no primeiro dia é igual ao que te repetiram no último garante que o escutas da próxima vez.
13.º O sexo pode ser secundário para uma vida em conjunto mas é essencial para diagnosticar outros problemas numa relação.
14.º Quando te trocam por alguém não te deves sentir inferiorizado mesmo que o orgulho te doa. Há quem te troque pelo que merece, há quem te troque pelo que precise e há quem seja simplesmente idiota. Nenhum deles tem a ver contigo.
15.º Pegando no doze o meu pai disse-me: " tens é de sentir que está a viver, se não vives, por mais que te custe deixa-te de merdas".

Viva o Eastwood da Silva. Interpretação Livre.

É normal que não gostem de nós por aquilo que temos de mau. É triste que não gostem de nós por algo que tenhamos de bom.

Uma pessoa mais de uma vez me criticou por tudo ser tão certo, por eu querer o bom, por querer fazer as coisas vada vez melhor. Assustava-se dizia, a minha avó deve ter orgulho, os meus filhos, caso algum dia os tenha, deverão sentir algo entre os dois.

Sobre a mentira

Basta uma para que tudo soe a falso.

quarta-feira, junho 15, 2011

+ outro

Escondemonos por entre comptadores portateis
Assentes nma responsabilidade
Quase sempre assumida
Pla necessidade estupida de comer
só nos pesa o esforço
só nos arrasta o cansaço
sentir é p'rá casa
onde maioritariamente dormimos

+ uma quadra

Há coisas que passam c'oa luz
Outras morrem num buraco
Cada um com sua cruz
De enterrar minha tou farto.

Crescer tem destas coisas.

Costumo ir a Igrejas em processo de agradecimento, raramente peço algo directamente para mim. O meu pai complementou bastante bem a noção de peditório com trabalho sempre mostrando que a segunda opção era mais realista. Porém não sou mal agradecido tudo o que tenho e sou a alguém o devo, claro que o papá me dirá sempre que tem a ver com o seu "esforço" mas do pouco que sei de genética creio que há muitos resultados específicos.

O que importa falar neste contexto é da mudança que dois dedos de testa a mais e um par de "colhões" mais à séria permitem. Passei de um dia para o outro de agradecer por ter o que hoje agradeço ter perdido, fui já não sou um menino e crescer tem destas coisas...

terça-feira, junho 14, 2011

"dá-me um para me ir de vez" com imagem

"Tanta casa sem gente, tanta gente sem casa" - graffitis em Lisboa

Irrita-me solenemente ser olhado como um cabrão quando o apetrecho me foi colocado indevidamente.

segunda-feira, junho 13, 2011

Requiem

Putras não se choram, a lágrima não as extrai. Tentemos com terebentina.

sábado, junho 04, 2011

A vida é pior que um boomerang, o que enviamos vem dez vezes mais forte. Tenta ser bom senão não aguentas.

A vida é pior que um boomerang, o que enviamos vem dez vezes mais forte. Tenta ser bom senão não aguentas. Claro que um braço forte ajuda em todo o processo mas não há ginásios para tudo o que se lança na vida e nem num templo ecuménico penso que existam Santos para tudo o que há no mundo.