Mais um. O meu primeiro. (brainwasherpt@hotmail.com)

quinta-feira, dezembro 31, 2009

+ um(a) no mesmo carrocel que me tem como involucro.

Apanhar a linha verde para trás como antes. Perdi-me troquei o verde por azul o que em termos de pantones - algo que recentemente aprendi - não sei o que quer dizer.



Cais do sodré. Fila para bilhetes, malta agitada mas de uma forma estranha tal como o meu célere teclado que estando sujo parece débil, fuga para a plataforma de aquisição de cartões verdes recarregáveis e, há algum tempo avaliados pela capacidade de contorção, manhosos para actividades recreativas. Nenhum tempo de espera...nenhum nenhum. Uma pequena conquista que somo ao ano que está prestes a culminar de um modo que há pouco tempo era diariamente comum...de volta a s.pedro.

quinta-feira, dezembro 17, 2009

Peço desculpa pelo meu inglês mas como o outro disse: e se fosses para a cona da tua mãe=

Mais um jantar que alimentou a subida de uma rua que outra vez hoje se desceu. Um jantar escuro e feio e sujo como as mesas que, por analfabetismo conveniente, se amontoam do que outro, outro e outro e talvez outro ainda antes de mim não comeu mas que se não fosse de plástico comeria.

Mais um hamburguer. Mais um. Um daqueles novos que custam um pouco mais do que os outros. Preços que se justificam pelo facto de me concederem o direito de ir buscar um guardanapo ou mais para limpar a merda que eu hei-de fazer e uma palinha ou mais para hidratar todos os outros processos que caso contrário me daria uma pedra - não das que vós gostais - mas sim das dos rins.

Primeira trinca. Vejo um vulto ao fundo com ar de indiano mas que por certo é paquistânes pela forma encurvada com que anda. Recolhe facturas. Uma duas três quatro cinco e foge com elas consciente do crime que alguém por cima dele comete de uma forma fiscal.

Segunda trinca. Constato que hoje não há muitos "bichas" neste armazém que muitas vezes é gaiola. Estranho. (smiley confuso). Continuo a comer. Não tenho com quem falar. Como rápido e, ironicamente permitido pelo silêncio menos chato que o costume, chateia-me a velocidade com que o faço que é quase tão triste como imaginar uma máquina fria a violar o titio álvaro.

Dói-me a barriga. Última trinca. Deito o lixo do tabuleiro no lixo e penso se o vão limpar com mais que um pano de seguida.

Escadas rolantes. Nova visão, um starbucks na esquina. "Penso mas vou para a bica, bebo no orignal lá em cima, vejo uma cara conhecida pelo menos". Desço. Acendo o cigarro. Páro um bocado, aprecio o primeiro bafo, passa um carro, sigo no túnel de vento criado. Lá em cima sentado o senhor do teclado que agora passou para guitarra. Varia num azul lisboeta sobre um clássico capitalista natalício. É propício penso eu. Desfaço um slide na cabeça. Perco a pressa. Invento um tema. Estou cansado vou em frente mas páro volto sempre ao mesmo lado vou. E custa e custa estar tudo igual o que é o normal? o que é ser especial? o que importa afinal? Estou cansado vou em frente mas páro volto sempre ao mesmo lado vou.

Acelerada a guitarra na mente sou levado para onde a banda sonoramente me leva. E tenho...

"Olá, como é que estás?
.....
Desculpa lá o toque só agora é que percebi que estavas a pensar....ainda estás a trabalhar ali? como é que aguentas? tás com um ar cansado...aproveita o natal.
...
Igualmente"

E não cito o autor (eu próprio) oralmente expressado sou uma nódoa física que como a ana drago diz só sai com o que o Eça antes referiu. Merda. Esqueci-me do que estava a pensar.

Cheguei. Acendo outro cigarro. Não aprecio o bafo que só se acumulou ao outro. Uma bica sim sff.

"Como estão a correr as vendas?"
?
"Não trabalha na Bertrand o senhô?"

"Pensava que sim, mas se diz que não vende não vende".

Café no balcão mais um não que não trabalho acolá, mas um que não trabalho ali, mais um que não faço isto mais um que não preciso de copo de água.

PAROU TUDO! (Citando kleber, exactamente o mesmo tom)

Altura de beber o café...

Um trago. Trago pouco. Dois tragos. Menos trago. Três tragos. Trago nada. Aliviado. Sinto agora o bafo que não o sendo sabe a último. Cobro um grão de açucar com os 70 que devo. Páro. Respiro. Penso no que antes vi enquanto era de dia. Nunca sentira aquele olhar antes. 6 ou 7 horas depois aprecio a beleza do ódio que ali vi. Começo a caminhada com ele. Atravesso com ele a rua que os peões cromaticamente não respeitam. O ódio. O ódio que aquele olhar tinha e eu alheio no meu canto engravatado no meu canto medroso...o ódio que nunca vi mas que ali me foi dado e que só agora percebo...

O menino portou-se muito mal,
Ou simplesmente me parece, vê
A forma como o olham. Sem porquê
ninguém assim nos olha...Não não vale

olhar assim,achas que é normal?
Alguma coisa ele fez. Agora ten
tas-te a grisar. Não faças nada crê
somente no que digo que se cale

O resto deste mundo. Nada diz
nada acrescenta para além disto viste
e mais não dá este tão triste mundo.
Aceita o ódio que p'lo medo existe.

Num instante se desfez p'lo que fiz
o quê não importa pelo luto.

E caminhei um pouco mais. E passei o quiosque sem beber um capilé. E parei e olhei não passei vinha um carro o menino ao meu lado arriscou. E o taxista gritou sentido pela vida quase posta de parte com um carinho deveras familiar.

"E se fosses (não não é apanhar...)" " E se fosses para a cona da tua mãe" - Aposto que por lá se sentir seguro.

Avancei mais um pouco e de repente pensei sobre o dito. Parece que fez sentido tudo.




sábado, dezembro 05, 2009

My own house cleaning

I

Estou á espera num bar qualquer nos limites que não conheço de mim
Arrasto um medo que nunca me foi próprio
pelas ruas, vielas e travessas que sempre me aliviaram.
Estranho tudo o que sou ou fui.

Saltam das janelas como alvos de treino
- num filme de policias manhoso qualquer-
memórias tão frescas como um quejo que propositadamente cheira mal
Sque já provou e gosta é que não desconfia.
Pum, Pum, Tr tr tr
Maus um que foi abatido.

"Cuidado não alvvejes o refem que não te quer mal nenhum coitadito"

Café
(mais um)
cigarro
(um de muitos)
sono
(o de sempre)
Companhias funestas à plenitude do ser.
P'lo menos ao contrário do resto são auto induzidas,
Por entre dias feio bons maus bonitos
Tardes de merda tardes de riso
Noites de punheta de foda e [luxúria]
Por entre a vida que dura até que a cobardia aguente.

"São só rotinas são só rotinas
mais cedo ou mais tarde vais estar assim"

Disse-me alguém alguém em cada uma delas,
Alguém sempre um pouco mais frio, mais seco
Como eu com o envelhecer de um corpo cada vez mais rijo
mais impermeável ao choro que agora
mais do que antes
arde ao sair.

Está tudo sobre a pele, à sua flor.
Chegasse ao coração ou ao centro de tudo o que sinto
tudo aquilo que me turva o olhar.
PErcebesse porra o que se passa o que me consome,
Desse ao mundo o que nem a mim mesmo dou.

Riem-se todos ao meu redor.
Dois pretos, duas gajas e um gajo
mais dois
mais ou menos brancos que não vejo.
Falam da vida, veêm a bola
parlham o que nem ao papel dou
Não quero ser mais como eles, não posso pedir isso.
Gosto de mais de mim para me eliminar em momentos de loucura
de [ ]
Quero que me tomem como sou com as minhas regras básicas:
Valores, moral, gostos e tudo exponho tão gratuitamente
tão obviamente
tão monotomament
tão
Porque ão me dão o mesmo mesmo depois de eu pedir
Porque?

Acho que acertei num transeunte.

II (III de outro)

Nada pode ser tudo
Tudo pode ser nada
C'o tempo vem o luto
luto contra a ressaca

Tento e tento e não passa,
Como se um whisky fosse
Dos que o corpo arrasta
cada vez p'ra mais longe.

Esqueço o futuro hoje
Só o passado enxuto,
Caído p'lo que trouxe
Sem nada me ergo e mudo.

III ( IV de outros)

Solto palavras guilherme,
Como eu quero ouvir.
Imagina alguém ao leme
na altura de decidir
Duvido que certo te leve
o que desconhece
é por onde deve ir.

Guilherme o que escreveste
é parvo é pequeno
onde é que o aprendeste?
Qual é que foi o teu medo?
Quando é que tu percebeste
que essa vil gente
é mais sério do que o vento?

Guilherme, foste feliz
com essa atitude?
Consegues ver o que fiz?
não menti na juventude
Elogios nunca os quis
Vi-os por um triz
só duvido que alguém mude.


quinta-feira, dezembro 03, 2009

Continuando. ´(há mas são verdes, há quem diga que estivessem)

Introdução.

Verde do que há,
e à verde de nojo
ou de verde de monstro
nojentamente criado
verde de gasto
sem sequer ter tido uso
verde do que não mudo
verde
verde
verde
verde

verde do que só verde é
e verde nunca como um monte
ou árvore também esverdeada
à juventude acabada
sem sequer ter envelhecido.

pobrezito,
fosse a culpa da côr.

Receitas
1º Dito
Depois de um murro, ainda com a pala
só precisa de um olho o poeta
perspectiva da a mente
com os seus pontos de fuga partilhados
cansados ou não não importa
zarolho ou não tenta ver o mundo
ou simulá-lo
na caixa de petri que ele é e incuba
tudo o que talvez por causa importe.
2º dito
moraliza o senhor autor
no valor que ele assume universal
película ele é de tudo
ampliável ao ponto que a sua alma
mais ou menos fraca potencia
e dita o senhor poeta a verdade resteliana
ou negreiramente do futuro apologista
nao interessa só maldita tem de ser
a puta da vida que rege
a mão que escreve
a propria com ou quase sem instinto
controlado p'lo apre(e)ndido
estimulado pelo que lhe mete medo
credo.credo
no que só de mim dele parte.
Maldito
Falaram-me uma vez no que se esconde
apontaram-me uma vez o que surge
Ditaram-me uma vez em pequenito o que rege
Grito por vozes que tudo mude
Mas o que é um bloco de papel por timbrar
Assinado à letra de quem não assina
O que é um velho que ensina
Um conjunto de peixes já por si salgados?
E vem, e vem id(o) ao de cima
e o papel fica negro não estruturado
Preenche-se num canto acabando noutro lado
e a forma aos poucos fica gasta
ninguém percebe nem quem o faz
(institivamente é claro contraria o apreendido
apreensivamente o homem assustado
põe tudo de um só gesto tão bem educado
Aquilo que parecia ser dele
numa pequena folha de papel
e sente-se aos poucos um pouco expurgado
saiu toda a merda esta alividado...)
E num instante sem saber como
em gesto em forma e até no modo
foi tudo dito do que havia por dizer
Mal dito o dito ninguém vai perceber,
Gritou-se no escuro,
Tivessem escutado.
Ego cogito, ergo sum
E duvido que mude sem ser medicado
só sinto por vezes
e fico alterado.
A base
Tempo, Kronos o que comia calhaus.
Engana o tempo o vício
ícios mudam com ele
Até o papel
já foi mais escuro e frágil.
Dá-se o corpo à mente
sente-se como petrarca
Dá-se o mundo à máquina
as flores que há são dentadas.
Essas cores alturas há em que soam
e sons há que por vezes sabem
mudam-se os tempos e as vontades com eles
o mundo que é nosso não era o seu.
O mestre e o calhau, não come mas atura-o
Ó tu que me lês e citas,
serás um pouco parvo?
Tu que olhas para um quadro
Em tudo o q'vês acreditas?
Consideras que o vermelho
Estruturalmente é pensado,
Que o monstro tão bem deitado,
maior é que o seu tamanho?
Ah meu homem tem cuidado,
Pedras que pinto não tomo,
A tudo aquilo que posso,
Rodeia vil tracejado.