Mais um. O meu primeiro. (brainwasherpt@hotmail.com)

quarta-feira, julho 30, 2008

Só preciso de um afecto
Não de um mão que se afasta ao beijo
de um pescoço que se move com o arfar para longe

um carinho

um gesto

uma prova qualquer que o que tenho não é só meu

Choro num quarto preenchido por momentos que só o sono justificam
Durmo ao lado

sozinho

Tube, metro umderground u-bahn

I

A linha estendeu-se mais um pouco
Chega agora aonde não posso entrar.
Crescemos os dois em sentidos opostos
é crónico, é assim que é.

São 15:50 e ponto
acaba de falar a voz mecânica
promoveu por instantes a reutilização.
O preço subiu mas agora o bilhete tem algo de electrónico.

Não é hora de ponta ainda
Posso reparar em todos os que alcança o meu olhar miópe
Estã0 tristes
Por mais que cresça só vão em sentidos limitados.
Estão fechados
neles mesmos.

II

Não consigo escrever
O metro na baixa já não chega vazio
As pessoas ainda não sorriem
Tangentes que estão de perceber o que é a vida.

Se cresceram não sei não tenho referências
O puto do acordeão é que parece ter crescido
O cão mais velho por problemas dentários
o copinho já não carrega na boca.

A idade tem destas coisas
O que era um reflexo só passa a ser esforço
Não era o puto parecia ao longe
O cão era outro bem mais velho.

III

Lês o jornal senhor
maquilhas.te ó mulher
Velha esqueces a dor
Come a puta quem quer

terça-feira, julho 22, 2008

Quê?Quê?

Lembraste de quando eramos pequeninos?
Brincávamos por de baixo da mesa de vidro
e um edredon aparava-nos as quedas de uma luta inofensiva.
Os gestos nunca eram premeditados por mais que doessem,
Acreditavamos que as palavras do pai eram assim.

Tinhas cabelo á tigela de um loiro que nunca vou ser capaz de pintar
O meu nunca fora tão claro,
Tinhas saias que condiziam com os meus calções
E um sorriso irritante que reproduzias
sempre que dizias abrir quando era para fechar.

Foi teu o meu berço,
Foram tuas as minhas grades e as paredes que conheceste.
Até o meu chapéu de pele branca à russo
em momentos que mais que uma fotografia guarda.
Noutras pego-te ao colo assustado mais magro do que era no ínicio
Tinha um carinho que, com o teu crescer, embruteceu.

Estudaste na mesma escola que eu,
Os corredores que me levaram sempre frios foram também os teus.
Os cantos em que brincava, sempre mais tímido que tu,
Até os ferros a que eu não chegava mas que tu percorrias sem medo de cair.

Quem me embalou embalou-te na vida
Quem me deu à boca foi à tua boca que deu
Quem me buscava às cinco às cinco te buscou
Quem se juntou por ti por mim o fez...

__________________________________________________

Crescemos, crescemos com o mesmo.
Que subtileza nos fez distintos?
Nos fez gritar com aparente maldade
Chorar por gestos que não percebemos?

O que PORRA? O QUE?
O que tive a mais e tu a menos
O que a mentos tive e tu a mais tiveste?

O QUE?
Choro agora a frente de um computador de merda que nem sequer é meu não tendo dormido as horas que são minhas porque também tuas foram
o que?
O que me dá a consciência aos actos que tu não tens e o que me faz não perceber o que tu percebes?
O que porra? O que?

o que?
O que?

abraçasse-te
abraçasse o teu choro abraçasses o meu.
Tinha o sangue como o meu mas mais sujo.
Os olhos brilhavam como só o escuro do
mundo promove.

Arfava o que a consumia e
inspirando
sentia-se o estado.

Vem para a caminha são horas de dormir.
Vem que estás vem que não estás bem.
Vem,
Quero-te envolver nos meus braços que
tentando proteger-te
muitas vezes sentistes brutos.
Vem,
Somos injustos com quem em nós vê justiça
vem,
vem devagarinho
não ajas com a pressa a que te entregaste consumindo
vem devagarinho
admitindo
que é devagar que o fazes.

II

Vais somando cl até somarem nada.
Levas de arrasto um momento,
Passa estranho pela glote

"Sou tão forte já bebi bebi muito
Mas não bebi o suficiente..."

Diluido o cerebro com ele vai a consciência
O coração esse foi-se mais cedo
1
12
123
1234
12345

Desperta o corpo pois já não sente!
Salta mais alto não tem medo de cair...

sobe,sobe,sobe,sobe
sobe,
sobe,
sobe,

5
4
3
2
1
desce,
desce,
descem, desce, desce, desce

São horas de ir dormir.
A rua é uma cama
a almofada é um lancil
São horas de ir dormir
De ser um bébé bem comportado
De cair para o lado
Com dentes desinfectados
Com o hálito a elixir
São horas de ir dormir
O mundo é o meu quarto.

segunda-feira, julho 21, 2008

voutentarchegarnaotardedemais

Auto retrato com maquina a ver.se

domingo, julho 13, 2008

momma's housecleaning I. 2003

Trazes as flores ao peito das-me a cor
que num jardim armado por betão
tao triste erecto desumano vão
oxidam as palavras com a dor.

Quando ha cor é de carne dessa flor
que o tempo faz para comer glutão
serve-se o corpo antes da queda o chao
c'o peróxido limpo se há de por.

Ganha tudo um sentido nao so nosso
a rosa empalidece pouco a pouco
pouco a pouco faz parte do que envolve
das a resposta que teu ser resolve.

Trazes as flores ao peito mas nao posso
pinta-las na estrutura tudo é oco.

quinta-feira, julho 10, 2008

Hoje que não faço muito muito escrevo.

Começo.

título: "De manhã a ouvir ein berliner radio."

Os texas diziam que precisavam de um amigo e não de um namorado. O que quererá a DJ mostrar com tal musica, tal música tão fofinha...soubesse eu. Agora londres arde e sim eu vivo junto a um rio a um rio maior que qualquer outro um rio lindo um rio que é meu que preciso quando estou longe e que acalma qualquer chama que me queime por dentro só por eu o sentir à distância pelos meus dedos envolto e eu por ele envolvido.

Sobretudo sobre elas

Mostram a face que, por base, sempre parece melhor.
Sometimes i just wish things or somethings were different. It's sad but it's true. What do you think? Am i really that crazy to put words like this in fucking page that is not made of paper, am i?

Mon petit cerveaux,
s'est un peux defoncé
j'ai beaucoup crée.

Mon ombre a besoin
d' eau qui est seulement mienne

mienne

meine

"man, lá tás tu com essas macacadas estrangeiras!" Exclama o leitor português que até aparenta estar um pouco mais chateado com a vida que não tem porque perde o seu tempo a ler a merda que, como o parkinson escrevia em todos os seus textos, alfabeticamente orquestrei.

O que será feito do Parkinson. Esse grande homem que, segundo me lembro e não com algum tipo de raiva, era um bocado tremeliques. A última vez que o vi estava a apanhar um comboio para lisboa - perdão para Cascais - e lá estava ele a olhar para a linha que um dia o havia feito escrever um poema que até acabou por enviar para o público. Ele nunca foi egoista, gostava de partilhar aquela linda paisagem com o mundo indo até o aparentemente mais pequeno dos detalhes: gaivotas, variações cromáticas, barcos de pescador, faróis...

Era um Alberto Caeiro que estudava literatura e que por isso tinha mais requinte. Lembro-me que falamos sobre o que estava a ler para uma das suas cadeiras. O último livro que passara página a página pelas suas mãos fora o príncipe do machiavel. Fora uma leitura não prazenteira pelo que os seus tristes olhos mostravam e pelo suspiro que lançou para o Tejo como se a beleza do que à sua esquerda estava fosse a única verdade do mundo.

O tejo estava tão bonito,
Passavam gaivotas pela linha que divide,
o sol nesse limite se ia...
Chorava o mundo agora sem o seu calor
sem a cor que antes de ir era rubra.

Pouca-terra, pouca-terra, pouca-terra
lá diz o comboio entre os seus tchus tchus.
Pudesse sair na próxima estação e correr em direcção do sol
abraça-lo contra o meu corpo frio
disforme face o peso da ciência que me foi imposta.
Pudesse sair da máquina que é a vida.

Sou mais uma engrenagem num sistema mal oleado
gasto há medida que cada ponteiro marca um mês, um dia, um ano novo.
mas tudo se atrasa lentamente
tudo há de marcar + cedo ou + tarde algo errado
Todo o império há de cair
cair
cair
cair.

Mas isso nunca me interessou...
não vivo o tempo sou por ele levado
vou em direcção de uma direcção entregue
desde o instante em que ensovado respirei.

"never thought you'd fucked with my brain"
never
but there was nothing else you did.
queria escrever uma fábula como o senhor das fontes fracês mas, olhando à minha volta, todos os que vejo me fazem lembrar o mesmo animal nojento mesmo que com estaturas diferentes.

quarta-feira, julho 09, 2008

I

Sentado numa cadeira de cabedal qualquer manhosa
capaz até de alterar as características ergonómicas
Satisfazendo nesse instante o conforto que o profissional,
o que supostamente sou por estar assim vestido
Reparo que assim tão limpo nunca vira o céu
que daqui sentado o horizonte não existe.

Passam pássaros em terra não por haver tempestade
Fica gente em casa perdendo-se por entre os lençois que a carne encontra
adormece quem o pode por entre as horas em que o que sou pernoita
mas com eles também dorme o corpo que a eles carrega.

Ao fundo o mar sei que existe mesmo que não possa ir de encontro dele,
As ondas trazem de volta à terra o que cada idiota lhe deu
A merda, a merda vem ao de cima partindo do fundo que só ela conhece
e o homem banha-se, revira-se, fode e sente por entre o que dele saiu
Ñojentos os homens que não aqui estão, como a grua que limita o céu quando não estou míope.

Voasse para longe e encontrasse o que me está tão perto,
Desta altura não lhe chego e fico triste...
subisse a escada sem medo, oh sentisse por entre cada entranha
por entre o bocadinho da minha pele que é minha
a qu'embora não o pareça, sei que não o parece e isso irrita-me,
SENTISSE o que de facto é meu e me define.

Grito por entre todos estes senhores de mundo num tom que nem um cão sente.
Ao alto só chega o nojento e o óbvio o resultado do processo
a formiga, a que trabalha, a que limpa a merda essa é que sabe o cheiro da vida
O quão redondo é um número que, como um ferreiro, martelou
martelou martelou martelou a cada instante de um horário mesmo que dele esteja isento.

E marcham as formiguinhas as formiguinhas marcham
tão pequeninas que são e cegas a sentir um cheiro a mijo da que precede
da que a precede mas que a ela vÊ de cima.
as formiguinhas marcham, marcham as formiguinhas...

Tivesse um isqueiro e queimasse uma a uma pois com a lupa não consigo...
Não percebem o quao pequeninas são depois do que a rainha lhes disse
"sem vocês não como não como não como ñ como
se não como morro e sem rainha não há formiguinhas"
Coitadinhas têm de trabalhar de dar à senhora de comer.
Têm.
E vão e vêm no caminho que lhes é dado a partida mas cortado por o que
entre um 1 e um 5, sim entre dois números em termos reais está definido,
Têm, vão vão vêm, vão vão vêm vêm vão vão vêm Têm.

o caminho é so um
mas pode ser cortado
traço um risco e nesse instante acabo
o trilho que alguém percorreu.

Vejo agora o céu,
insisto no quão limpido está e que deste angulo não há horizonte.
Sorrio por saber que o tentei procurar.

Escreve em português o meninito. ou será menino?ou será criança?

Não sei o que é e por não saber disso sobre isso acabo por escrever.
los dias pesan más
que cualquer noche triste,
en el obscuro existe
la luz la que te dás.

llenas el vaso quieres,
todo de ti vacio
"Mierda! que hago tío?
Cando me llega viernes?"

e el tan rápido tiempo
solo en lunes se frena
un dia más te pesa
"más un vaso yo quiero!"

terça-feira, julho 08, 2008

E um dia a musa foi questionada! Qual o motivo disto tudo?

respondesse por mail...
Estou a ouvir música muito melosa que uma vez me mostraram num carro, cuja marca sou dos poucos que sabe pronunciar correctamente, junto à praia. Não sou presunçoso, simplesmente aquele S não existe nesta língua que, por eu falar melhor que outra e até pensar nela, há-de ser sempre a minha e, por eu a carregar no meu corpo fraco, raquítico, quem a conhece saberá sempre de onde sou.

Nunca me vou esquecer da forma como previa que o Tim iria cantar determinada palavra e até a forma como a iria cantar por entre as guitarradas funks que ela, tão pequenina, promovia com as palavras tão meigas e que, criteriosamente escolhidas, de mãos dadas ao seu absoluto ouvido tinham o único sentido do mundo, eram tudo.

Nunca mais lhe falei mas vejo-a sempre que toca a música com que acordo. Elas que despertam ao mesmo som que eu não sabem o quão amplo pode ser o diametro do meu braço que, talvez por ela lá estar, é sempre mais quente e acolhedor. Fui piroso agora. Peço desculpa a mim mesmo o único a quem esta merda interessa...

Só eu ouço o Sr. Maia, nao o meu vizinho que embora tambem seja para o inchadote não é preto nem canta funk, como eu ouço neste gabinete, neste escritório, neste mundo de gente engravatada e não engravatada de pederastas punheteiros filhos da puta que recorrem a putas não tão grandes como as suas mães e talvez outros mais nojentos e sempre católicos.

MERDA, merda de mundo em que só eu e quem eu quero não têm a coragem ou a tesão para fazerem aquilo que querem...

Falo e não faço, nunca fiz ou quando o fiz só me lembro com tristeza.

Estou a ouvir música muito melosa que uma vez me mostraram num carro, cuja marca sou dos poucos que sabe pronunciar correctamente, junto à praia.

quarta-feira, julho 02, 2008

Once i went to Ibiza.

Once i went to Ibiza. Era tan más pequeño que hoy. Só falava uma língua que me lembre. Aber ich magte jetz tias alemanas.