Mais um. O meu primeiro. (brainwasherpt@hotmail.com)
domingo, novembro 27, 2005
II
P'ra me ver debruço-me sobre um livro escrito por um que nem sequer era. É triste mas eu também o sou e, por o ser, é tão mais difícil.
I
Voltei a ler Bernardo Soares e, o pouco que li, deu-me vontade de chorar por ser meu o seu desassossego. A compreensão implica infelicidade, o que dizer de mim que me identifico?
A vida tem uma banda sonora que mesmo diferindo é a mesma ao longo de um dia e eu tenho tanto para ouvir. Saí do comboio e, já no caminho de sempre, passaram por mim os carros que, nunca iguais, me fazem sentir sempre inveja. Não por eu pisar sempre o mesmo piso que aos poucos me gasta os pés. Dá-me uma sensação de conforto saber que, mais tarde ou mais cedo, vou chegar à casa talvez desfeita por aquele que supostamente a criou.
Tenho os pés molhados. Sinto neles e nas mãos o frio que só agora, por distracção, me dá entender que o Inverno finalmente chegou. E eu, tal como ele, me vou escondendo, mesmo que menos, num nome que não possuo.
Agora percebo que é meu o que me faz tremer.
A vida tem uma banda sonora que mesmo diferindo é a mesma ao longo de um dia e eu tenho tanto para ouvir. Saí do comboio e, já no caminho de sempre, passaram por mim os carros que, nunca iguais, me fazem sentir sempre inveja. Não por eu pisar sempre o mesmo piso que aos poucos me gasta os pés. Dá-me uma sensação de conforto saber que, mais tarde ou mais cedo, vou chegar à casa talvez desfeita por aquele que supostamente a criou.
Tenho os pés molhados. Sinto neles e nas mãos o frio que só agora, por distracção, me dá entender que o Inverno finalmente chegou. E eu, tal como ele, me vou escondendo, mesmo que menos, num nome que não possuo.
Agora percebo que é meu o que me faz tremer.
quinta-feira, novembro 17, 2005
300 e tal
I
No comboio como sempre
Já faz parte de um dia esta viagem
que p'lo mesmo passando só difere
naqueles que a compõe que outras trazem
vidas que não a minha e que os rege.
mesmo que a outro lado, isto é passagem,
eu certo vá, o fado, à priori, mete
cada um numa incerta carruagem
Parece que depende e a vida cede.
mas no fundo só iludem os sentidos,
que mesmo sendo meus não concebi.
Penso por isso no que já não vejo.
Estou nesta carruagem ( é castigo?)
Dum comboio qualquer que antes vi
Quero o mundo, mas eu, só eu, não deixo.
II
No palacete das chagas não especificadas mas que presumo serem cinco
Sou tão pequenino entre estas paredes de pedra
nem o reflexo no mármore que piso me dá ilusão de ser maior.
Quero saltar, tocar no tecto
e agora que quero não consigo.
Sou tão pequenino.
Tinha medo antes de entrar
depois parece que o medo se foi
anseio p'lo depois
mesmo que n mostre quanto valho.
Sou tão pequenino.
Estou num canto
quase que o preencho
sou tão pequenino
estou sozinho
não o quero e mereço.
III
Segundos antes da entrevista propriamente dita
O que me reveste talvez seja eu
num futuro assim não tão distante
o que me reveste quase doeu
mas o que dói é o que se perde.
O que mais custa é o andar
nestes sapatos que mal usei
o que me veste eu gastei
ao deixar no armário que me cobria.
Será que me escondo aqui dentro
será que peco e me iludo
sou um miúdo fosse graúdo
soubesse que a vida é uma merda
Merda é mas vive-se
preciso de ajuda p'ra andar e sei-o
o teste só se faz porque veio
um salvador que não salva tudo.
Estou sozinho neste mundo
Piso o chão com medo de sombras
Se não fossem as pessoas
se fosse só eu era feliz.
IV
Depois no armazém mais próximo.
a)
Um copinho pequenito que vale um €
Um pão com carne que um € vale
e eu tão grande sem saber o que dão por mim.

b)
"Até segunda dizemos qualquer coisa". A seguir só se deram as despedidas.
Respondi, expus-me e, ao contrário do resto, não sei o que esperar. Gosto de conhecer os critérios, as bases para um julgamento que, a meu ver, importa. Simplesmente nada é simples e só um bocado é como queremos.
Expus-me como disse. Mostrei o meu pensar mesmo que contraído p'lo nervosismo que só temos quando algo importa. No fundo quero que se abra, talvez aqui, um pouco mais do meu futuro.
Estou sentado mas não é assim que espero. Espero talvez até segunda e, mesmo que sentado, por esperar, por importar, não o faço como aparento. Estou a correr; estou a cansar-me. O coração bate como se vivesse como não vivo.
Pensar agora tem o esforço o que só o ventilan permite.
VI
a)
Tudo se cinge a uma ou outra pequena coisa.
Reside somente o problema no seu não conhecimento.
A ignorância traz por vezes desvantagens
claro que menores que a sua alegria.
Estou neste ponto de paragem
sento-me numa mesa qualquer
raras vezes é a mesma de seguida
fico sentado até ela partir.
Quem olha e não vê não compreende
estes pequenos gestos que compõe o dia
estes pequenos nadas que somados dão tudo
Tudo
p'ra que é que é o resto?
Panóplias de reflexos que nem sequer assumimos.
Quero um cigarro quero-o e não o sei sabendo-o
quero que ela chegue
quero e quero que seja assim.

P.S.: I'm blue, just a little blue, and because I'm nervous a bit yellow. So I'm green or I seem to have that colour. Okay, it doesn't matter. I'm blue and yellow and altough I need hope I'm not green.
b)
+ 1 p'ro caminho; + 1 p'ra espera.

VII

Até que acabou.
Estou feliz
estou feliz mesmo que de uma forma relativa.
Mostrei-me e passei
mostrei-me e ouvi
o que queria.
Foi um dia que começou tarde
uma coisa grande mesmo que talvez pequena
Resolvi dois problemas
Todos de uma vez.
No comboio como sempre
Já faz parte de um dia esta viagem
que p'lo mesmo passando só difere
naqueles que a compõe que outras trazem
vidas que não a minha e que os rege.
mesmo que a outro lado, isto é passagem,
eu certo vá, o fado, à priori, mete
cada um numa incerta carruagem
Parece que depende e a vida cede.
mas no fundo só iludem os sentidos,
que mesmo sendo meus não concebi.
Penso por isso no que já não vejo.
Estou nesta carruagem ( é castigo?)
Dum comboio qualquer que antes vi
Quero o mundo, mas eu, só eu, não deixo.
II
No palacete das chagas não especificadas mas que presumo serem cinco
Sou tão pequenino entre estas paredes de pedra
nem o reflexo no mármore que piso me dá ilusão de ser maior.
Quero saltar, tocar no tecto
e agora que quero não consigo.
Sou tão pequenino.
Tinha medo antes de entrar
depois parece que o medo se foi
anseio p'lo depois
mesmo que n mostre quanto valho.
Sou tão pequenino.
Estou num canto
quase que o preencho
sou tão pequenino
estou sozinho
não o quero e mereço.
III
Segundos antes da entrevista propriamente dita
O que me reveste talvez seja eu
num futuro assim não tão distante
o que me reveste quase doeu
mas o que dói é o que se perde.
O que mais custa é o andar
nestes sapatos que mal usei
o que me veste eu gastei
ao deixar no armário que me cobria.
Será que me escondo aqui dentro
será que peco e me iludo
sou um miúdo fosse graúdo
soubesse que a vida é uma merda
Merda é mas vive-se
preciso de ajuda p'ra andar e sei-o
o teste só se faz porque veio
um salvador que não salva tudo.
Estou sozinho neste mundo
Piso o chão com medo de sombras
Se não fossem as pessoas
se fosse só eu era feliz.
IV
Depois no armazém mais próximo.
a)
Um copinho pequenito que vale um €
Um pão com carne que um € vale
e eu tão grande sem saber o que dão por mim.

b)
"Até segunda dizemos qualquer coisa". A seguir só se deram as despedidas.
Respondi, expus-me e, ao contrário do resto, não sei o que esperar. Gosto de conhecer os critérios, as bases para um julgamento que, a meu ver, importa. Simplesmente nada é simples e só um bocado é como queremos.
Expus-me como disse. Mostrei o meu pensar mesmo que contraído p'lo nervosismo que só temos quando algo importa. No fundo quero que se abra, talvez aqui, um pouco mais do meu futuro.
Estou sentado mas não é assim que espero. Espero talvez até segunda e, mesmo que sentado, por esperar, por importar, não o faço como aparento. Estou a correr; estou a cansar-me. O coração bate como se vivesse como não vivo.
Pensar agora tem o esforço o que só o ventilan permite.
VI
a)
Tudo se cinge a uma ou outra pequena coisa.
Reside somente o problema no seu não conhecimento.
A ignorância traz por vezes desvantagens
claro que menores que a sua alegria.
Estou neste ponto de paragem
sento-me numa mesa qualquer
raras vezes é a mesma de seguida
fico sentado até ela partir.
Quem olha e não vê não compreende
estes pequenos gestos que compõe o dia
estes pequenos nadas que somados dão tudo
Tudo
p'ra que é que é o resto?
Panóplias de reflexos que nem sequer assumimos.
Quero um cigarro quero-o e não o sei sabendo-o
quero que ela chegue
quero e quero que seja assim.

P.S.: I'm blue, just a little blue, and because I'm nervous a bit yellow. So I'm green or I seem to have that colour. Okay, it doesn't matter. I'm blue and yellow and altough I need hope I'm not green.
b)
+ 1 p'ro caminho; + 1 p'ra espera.

VII

Até que acabou.
Estou feliz
estou feliz mesmo que de uma forma relativa.
Mostrei-me e passei
mostrei-me e ouvi
o que queria.
Foi um dia que começou tarde
uma coisa grande mesmo que talvez pequena
Resolvi dois problemas
Todos de uma vez.
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