O choro trazia-me alívio. Doiem-me os olhos p'lo que deles jorrou. O que é certo dá-me felicidade, tudo o resto so aumenta a minha tristeza.
Um homem chora - não digam que não. Custa-lhe é fazê-lo. Já lhe dói o ser; p'ra quê trazer dor ao corpo?
Mais um. O meu primeiro. (brainwasherpt@hotmail.com)
quinta-feira, junho 23, 2005
segunda-feira, junho 20, 2005
330 Num café qualquer
I
Sem corantes nem conservantes fez-se o sumo.
Bebo-o.
Perdi o comboio e espero
Enquanto o faço bebo.
O cigarro que é sempre o último arde
sobre o cinzeiro que o publicita.
Escrevo sobre um guardanapo
Enquanto espero espero que não acabe.
II
1
Vivo em funçao do incerto
Dos sonhos que p'ra mim tenho
Quanto mais avanço eu venho
A saber que são só restos.
Nada depende de mim.
Quando afinal só depende
Estou a beber, tenho sede,
Só tenho a saber o fim.
Se aqui estou é por querer
Não querendo eu o motivo
Tudo aquilo porque vivo
Faço-o só por viver.
2
Quero um ufano destino
Não tendo aquilo que quero
P'los sonhos eu só espero
Esperar é meu castigo.
Não me mexo, nada faço,
Como se a mim fossem ter
Acabo então por por perder
O caminho por um passo.
E mesmo vendo não mudo.
Tudo percebo. E então?
Ao vento abro mais a mão
Como a ela fosse tudo.
III
1
Um só sorriso tudo dá
-não interessa quanto dura.
Elimina-o
no fundo ele fica
"Sorria"
assim me lembro.
2
defino-a p'lo contrário
"um bébé gordo e feio".
P'ra quê dizer o que é?
Quando estamos juntos é tão pequenina
Tão pequenina quanto eu.
Só me apetece dar-lhe miminhos
E nós
(Tão pequeninos)
Fazemo-lo sem inocência.
Vezes sem conta perguntamos o que é certo
- gostamos de o ouvir.
Despedimo-nos sem dizer
adeus.
Sem corantes nem conservantes fez-se o sumo.
Bebo-o.
Perdi o comboio e espero
Enquanto o faço bebo.
O cigarro que é sempre o último arde
sobre o cinzeiro que o publicita.
Escrevo sobre um guardanapo
Enquanto espero espero que não acabe.
II
1
Vivo em funçao do incerto
Dos sonhos que p'ra mim tenho
Quanto mais avanço eu venho
A saber que são só restos.
Nada depende de mim.
Quando afinal só depende
Estou a beber, tenho sede,
Só tenho a saber o fim.
Se aqui estou é por querer
Não querendo eu o motivo
Tudo aquilo porque vivo
Faço-o só por viver.
2
Quero um ufano destino
Não tendo aquilo que quero
P'los sonhos eu só espero
Esperar é meu castigo.
Não me mexo, nada faço,
Como se a mim fossem ter
Acabo então por por perder
O caminho por um passo.
E mesmo vendo não mudo.
Tudo percebo. E então?
Ao vento abro mais a mão
Como a ela fosse tudo.
III
1
Um só sorriso tudo dá
-não interessa quanto dura.
Elimina-o
no fundo ele fica
"Sorria"
assim me lembro.
2
defino-a p'lo contrário
"um bébé gordo e feio".
P'ra quê dizer o que é?
Quando estamos juntos é tão pequenina
Tão pequenina quanto eu.
Só me apetece dar-lhe miminhos
E nós
(Tão pequeninos)
Fazemo-lo sem inocência.
Vezes sem conta perguntamos o que é certo
- gostamos de o ouvir.
Despedimo-nos sem dizer
adeus.
sexta-feira, junho 17, 2005
329
"40º em Santarém". As previsões de hoje foram claras pessoas vão suar no interior. Mesmo aqui a temperatura mostra que o calor é insuportável. Estou frio, falta-me algo por ter em excesso outra coisa. Porque é que ele tinha de ser assim, porque é que Ícaro teve de voar com as asas que ele próprio construiu.
Está calor e estou frio. Hoje posso voar.
Está calor e estou frio. Hoje posso voar.
327 - Escrito autobibliográfico
Sidoro Brago é um anagrama do meu simples nome que vim mais tarde a saber que até poderia existir. No fundo foi o que se passou com aquilo que me define. Eu sempre me considerei estranho e à parte deste mundo que o meu pai, tão bem definiu, como um mundo de anormais; é um bocado agressivo, admito, mas olhava p'ro meu lado e achava que valia, segundo os meu próprios padrões, muito mais que os outros causando assim o meu isolamento.
Enquanto adolescente agarrava-me aos livros para escapar à realidade. Estudando não pensava no que se passava ao meu redor e deixava de ter pensamentos que hoje vejo serem estúpidos. É claro que isto não me consumia muito tempo: só estudava quando já era tarde mas é sempre bom dar a entender que já fomos ou que temos a capacidade de sermos responsáveis.
A primeira namorada permitiu a primeira grande mudança. As que tive depois permitiram as que depois vieram.
Estou diferente. Aquilo que sou só saberei quando deixar de o ser. Quando me definir vou fazê-lo mal.
Enquanto adolescente agarrava-me aos livros para escapar à realidade. Estudando não pensava no que se passava ao meu redor e deixava de ter pensamentos que hoje vejo serem estúpidos. É claro que isto não me consumia muito tempo: só estudava quando já era tarde mas é sempre bom dar a entender que já fomos ou que temos a capacidade de sermos responsáveis.
A primeira namorada permitiu a primeira grande mudança. As que tive depois permitiram as que depois vieram.
Estou diferente. Aquilo que sou só saberei quando deixar de o ser. Quando me definir vou fazê-lo mal.
326
Não me apetece fazer tudo o que não me dá um prazer instantâneo. Talvez me possa considerar um hedonista mas, por outro lado, posso fazê-lo erroneamente.
Tenho o direito de estudar e deveria fazê-lo mas a inclusão de obrigação no raciocínio faz com que todo o interesse se disolva e que, no fim, o estudo só exista se houver qualquer tipo de coacção agressiva.
Estou a escrever porque me apetece e não por ter de o fazer. Ao longo de quase dois anos o que era diário passou a um acto não previsível e cada vez mais instintivo.
Merda, já estou farto de novo. Vou fumar um cigarro.
Tenho o direito de estudar e deveria fazê-lo mas a inclusão de obrigação no raciocínio faz com que todo o interesse se disolva e que, no fim, o estudo só exista se houver qualquer tipo de coacção agressiva.
Estou a escrever porque me apetece e não por ter de o fazer. Ao longo de quase dois anos o que era diário passou a um acto não previsível e cada vez mais instintivo.
Merda, já estou farto de novo. Vou fumar um cigarro.
quinta-feira, junho 16, 2005
325 - Tentativa de saída não estando habituado à luz
(...)
Foi nesse instante que o nosso anti-herói ao remover a porcaria dos outros encontrou uma pequenina pedra com propriedades mágicas. Ao se aperceber que de mais ninguém aquele conjunto de elementos era a sua mente sentiu que de tudo era possível.
Levado pelo sonho gritou pela janela:
"Quem quer casar com o carochinho que da pedra é dono?"
Como era de esperar apareceram imensos pretendentes -digo imensos porque não foram só fêmeas que lhe disseram sim- mas, de eles todos, só uma jovem bastante parecida com ele lhe chamou a atenção e o fez pensar que resultava.
Hoje ele confirmam-se as suas suposições e só hoje se percebe porque é que assim foi. A pedra dela era do tamanho da dele.
Foi nesse instante que o nosso anti-herói ao remover a porcaria dos outros encontrou uma pequenina pedra com propriedades mágicas. Ao se aperceber que de mais ninguém aquele conjunto de elementos era a sua mente sentiu que de tudo era possível.
Levado pelo sonho gritou pela janela:
"Quem quer casar com o carochinho que da pedra é dono?"
Como era de esperar apareceram imensos pretendentes -digo imensos porque não foram só fêmeas que lhe disseram sim- mas, de eles todos, só uma jovem bastante parecida com ele lhe chamou a atenção e o fez pensar que resultava.
Hoje ele confirmam-se as suas suposições e só hoje se percebe porque é que assim foi. A pedra dela era do tamanho da dele.
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