Ulisses e Torquemada, companheiros e génios de sacanices, falavam que o que tinham resultava do destino que os juntou. Eram parecidos e o tempo que os separava só pequenas arestas limou em sentidos diferentes:os dois pensavam, os dois jogavam à sua maneira um jogo que era o mesmo.
Acumulavam momentos que os formaram e julgavam estar certos ao dizer que tudo o que os fez foi porque alguém disse que assim seria e até a sua parceria tinha de acontecer.
Não digo o resto mas de mais eles falavam- eram coisas deles. O que interessa é o momento, só os momentos interessam.
Mais um. O meu primeiro. (brainwasherpt@hotmail.com)
domingo, janeiro 30, 2005
312
A solidão é o que mais me inspira;ou simplesmente a reposta a ela é criar algo que, por meros instantes apenas, me distancia deste estado e permite que eu sinta algum calor que nunca tendo é meu.
A tarde passa e registo momentos com nitrato de prata. Momentos não belos mas equilibrados o que, de um ponto de vista racional, eu procuro e que, ao ver numa folha de papel brilhante ou baça, acho que atingi num espaço de 1/15 a 1/1000 de segundos.
Desci sozinho do Carmo e fascinou-me um velho sujo como as ruas que são a sua casa fria. Pedia enquanto descascava uma laranja à porta da casa de Deus no seu dia. Entravam pobres de e não por espírito e julgavam-se bem aventurados por isso. Falando ao velho entrei p'ra ver que outro velho coberto de mantos estava de pé e falava p'ros mesmos que pisavam a casa do outro sem pedir.
Tentei perceber o que ele dizia, no fundo julgando, pelos outros, que algo de sério era;falou de revoluções e ri-me. Cantou frases que não são nossas e chorei, preparando a entrada(não merecida) de Alguém em mim, mas saí antes de Ele o fazer.
O outro velho continuava sentado e falei-lhe de novo, não porque Deus quis. Falou-se de sorte e ele, que não a tinha, disse que a teve mas que hoje vivia sob luz constante e que mantos eram as suas cortinas que também serviam de paredes. Chorei por dentro e era ele que falava:bem aventurado era.
Descia a rua que com outra cor subi e olhei-a tão diferente.
Agora escrevo no comboio, registo com tinta e faz menos frio.
A tarde passa e registo momentos com nitrato de prata. Momentos não belos mas equilibrados o que, de um ponto de vista racional, eu procuro e que, ao ver numa folha de papel brilhante ou baça, acho que atingi num espaço de 1/15 a 1/1000 de segundos.
Desci sozinho do Carmo e fascinou-me um velho sujo como as ruas que são a sua casa fria. Pedia enquanto descascava uma laranja à porta da casa de Deus no seu dia. Entravam pobres de e não por espírito e julgavam-se bem aventurados por isso. Falando ao velho entrei p'ra ver que outro velho coberto de mantos estava de pé e falava p'ros mesmos que pisavam a casa do outro sem pedir.
Tentei perceber o que ele dizia, no fundo julgando, pelos outros, que algo de sério era;falou de revoluções e ri-me. Cantou frases que não são nossas e chorei, preparando a entrada(não merecida) de Alguém em mim, mas saí antes de Ele o fazer.
O outro velho continuava sentado e falei-lhe de novo, não porque Deus quis. Falou-se de sorte e ele, que não a tinha, disse que a teve mas que hoje vivia sob luz constante e que mantos eram as suas cortinas que também serviam de paredes. Chorei por dentro e era ele que falava:bem aventurado era.
Descia a rua que com outra cor subi e olhei-a tão diferente.
Agora escrevo no comboio, registo com tinta e faz menos frio.
311
Vê agora de onde não
podia sentar o vício
ergue tão discreto a mão
ergue a mão p'ro já 'squecido.
Aqueles que passam lembram
quem fica irá lembrar
aqueles que um dia tentam
de nada serve tentar
A vida promete glória
mas a vida não a traz
a morte permite história
quem passa e toca em nós jaz.
podia sentar o vício
ergue tão discreto a mão
ergue a mão p'ro já 'squecido.
Aqueles que passam lembram
quem fica irá lembrar
aqueles que um dia tentam
de nada serve tentar
A vida promete glória
mas a vida não a traz
a morte permite história
quem passa e toca em nós jaz.
309
Escrevesse eu uma história simples e dissesse que ela era minha. Sonho isto, quero isto mas não o consigo.
Escrevo não por escrever, mas escrevo porque tenho e, sem o pensar, o faço. Não pensando, saio eu, e por ser eu é complexo: só faz sentido a quem lê comigo ao lado.
Escrevo não por escrever, mas escrevo porque tenho e, sem o pensar, o faço. Não pensando, saio eu, e por ser eu é complexo: só faz sentido a quem lê comigo ao lado.
307
Admirada reparou que ele crescera. Deixou-o pequenino numa paragem de autocarro e mais tempo passou por ele do que locomotivas naquela parte da cidade. Não o queria mudar nem esperar por ele (já estava cansada de o fazer) e o que ela não fez os segundos fizeram.
Não vi os seus olhos por não conseguir encará-los mas, sonhador como sou, imagino-os abertos com a pupila o mais dilatada possível como um mar conspurcado pelo negro que sai de um casco aberto pelo impacto ou que simplesmente quebrou de surpresa. As narinas estavam expandidas e ela arfava pela boca que há muito nada proferia - por orgulho nada mais disse, por orgulho expeliu ar com custo.
Acordei mudado.
Não vi os seus olhos por não conseguir encará-los mas, sonhador como sou, imagino-os abertos com a pupila o mais dilatada possível como um mar conspurcado pelo negro que sai de um casco aberto pelo impacto ou que simplesmente quebrou de surpresa. As narinas estavam expandidas e ela arfava pela boca que há muito nada proferia - por orgulho nada mais disse, por orgulho expeliu ar com custo.
Acordei mudado.
sábado, janeiro 29, 2005
306
Considero-me nesta fase da minha vida um sapo. Não. Acho que dos anfíbios aquele a que sou mais similar é a rã; animal parecido com o o primeiro a ser referido mas que tem a vantagem de ter um nome que rima com a natureza que me falta.
Estou à parte do mundo. Sou diferente e não por escrever um blog que não é um blogue e por dizer convosco. Estou à parte e não sei porquê. Não me sinto feliz nem triste e nada me faz sair do meio: acho que finalmente (ou será fatalmente) em ataraxia depois de tantas vezes a diagnosticar em vão. Por isso sou uma rã.
Gostava que viesse ter ao meu charco (neste caso não imundo) uma princesa - quero que fique bem claro que emprego esta palavra de uma forma não foleira é simplesmente para completar a metáfora- que nada de princesa tenha. Vou ser directo. Não quero falinhas mansas nem sonhos estúpidos e muito menos a crença de que os batráquios falam: quero a substância que quero numa forma qualquer pois a forma não interessa e a substância sente-se.
Com passinhos mansos aproximar-se-á de mim. Vai achar estranho eu não me mexer nem saltar p'ra longe dali e, curiosa, ainda irá mais calmamente, mostrando carinho pelo chão que pisa. Quando estiver perto (e isso só ela sabe o que é) debruçar-se-á levantando um pouco a saia que cobre parte de si - acha que se se sujar me fará impressão mas eu, vítima da publicidade, acredito que qualquer nódoa sai se quisermos. A mão direita irá pouco depois na minha direcção e, depois de a levantar, os meus olhos (provavelmente miópes) verão os dela e assim perceberão tudo o que ela tinha p'ra dizer.
P'ra ver o que já conhecia serei beijado.
Estou à parte do mundo. Sou diferente e não por escrever um blog que não é um blogue e por dizer convosco. Estou à parte e não sei porquê. Não me sinto feliz nem triste e nada me faz sair do meio: acho que finalmente (ou será fatalmente) em ataraxia depois de tantas vezes a diagnosticar em vão. Por isso sou uma rã.
Gostava que viesse ter ao meu charco (neste caso não imundo) uma princesa - quero que fique bem claro que emprego esta palavra de uma forma não foleira é simplesmente para completar a metáfora- que nada de princesa tenha. Vou ser directo. Não quero falinhas mansas nem sonhos estúpidos e muito menos a crença de que os batráquios falam: quero a substância que quero numa forma qualquer pois a forma não interessa e a substância sente-se.
Com passinhos mansos aproximar-se-á de mim. Vai achar estranho eu não me mexer nem saltar p'ra longe dali e, curiosa, ainda irá mais calmamente, mostrando carinho pelo chão que pisa. Quando estiver perto (e isso só ela sabe o que é) debruçar-se-á levantando um pouco a saia que cobre parte de si - acha que se se sujar me fará impressão mas eu, vítima da publicidade, acredito que qualquer nódoa sai se quisermos. A mão direita irá pouco depois na minha direcção e, depois de a levantar, os meus olhos (provavelmente miópes) verão os dela e assim perceberão tudo o que ela tinha p'ra dizer.
P'ra ver o que já conhecia serei beijado.
305 Não gosto de tipos chamados Brutus
Conselho de amigo:
Quanto menos intermediários melhor é o produto. E, se o fornecedor for correcto, explica o processo de fabrico.
Quanto menos intermediários melhor é o produto. E, se o fornecedor for correcto, explica o processo de fabrico.
quinta-feira, janeiro 27, 2005
304
De uma forma simplista
porque o abstracto não tem forma
e eu quero ser objectivo
Eu estou cansado
sinto-o
nas horas que passam lentamente
por mim nunca bruscas.
Alguém me salve
mais não peço
(que + podia pedir?)
Salvem-me
estou aqui
Cansado de mais p'ra gritar.
porque o abstracto não tem forma
e eu quero ser objectivo
Eu estou cansado
sinto-o
nas horas que passam lentamente
por mim nunca bruscas.
Alguém me salve
mais não peço
(que + podia pedir?)
Salvem-me
estou aqui
Cansado de mais p'ra gritar.
303
Viva a tudo o que não vivo
Tudo que vivo a passar ao lado
Viva sorrisos e abraços
Que por medo evitei
Hossana nas alturas e não a Cristo
(que mais nos diz a altura)
Hossana a tudo o que está longe
Viva a tudo o que não vivo.
Tudo que vivo a passar ao lado
Viva sorrisos e abraços
Que por medo evitei
Hossana nas alturas e não a Cristo
(que mais nos diz a altura)
Hossana a tudo o que está longe
Viva a tudo o que não vivo.
302 Como sempre no comboio
P'los passos dados mede-se a distância que já não se vê
Há quem ame, quem queira e quem fuja
Por amor daquilo que quer
O amor mete medo e a fuga
Justifica-se só p'lo q'rer.
Pele de galinha, pele de medricas e suor
Dor que percorre o corpo não percorrido
Pena p'ra quem vive o juízo
P'ra quem ama e quer partir.
Há quem ame, quem queira e quem fuja
Por amor daquilo que quer
O amor mete medo e a fuga
Justifica-se só p'lo q'rer.
Pele de galinha, pele de medricas e suor
Dor que percorre o corpo não percorrido
Pena p'ra quem vive o juízo
P'ra quem ama e quer partir.
301
Companhia das horas que não passam
Daquelas em que mais só eu estou.
A luz que é rubra aos poucos marca vou
Talvez morrer mais cedo que os que tardam.
Os vícios ganham-se: preenchem tudo
O que por não o ser só nada são.
A luz no escuro vê-se mas já não
vem qualquer ser- estou a viver o luto.
Vive da luz não minha o meu juízo.
Os dedos ganham nódoas que ao sorriso
dão o tom que ele tem nada sincero.
Aos poucos forma-se alva capa a ter
Aos poucos tudo vai com o arder
E o que em nós fica por ficar segura.
Daquelas em que mais só eu estou.
A luz que é rubra aos poucos marca vou
Talvez morrer mais cedo que os que tardam.
Os vícios ganham-se: preenchem tudo
O que por não o ser só nada são.
A luz no escuro vê-se mas já não
vem qualquer ser- estou a viver o luto.
Vive da luz não minha o meu juízo.
Os dedos ganham nódoas que ao sorriso
dão o tom que ele tem nada sincero.
Aos poucos forma-se alva capa a ter
Aos poucos tudo vai com o arder
E o que em nós fica por ficar segura.
299 Férias
Nada tenho a fazer: estou de férias.
Com elas vem o nada que elas têm;
Era tão pouco e tinha, já não vêm
Resta-me o nada que preenche artérias.
Como o tempo nos faz estou mais velho.
Conto os momentos que de parvo vi
Passarem rente aos dedos, eu perdi
tudo o que q'ria só por ser sincero.
Como só eu sou estou. Não tenho mais
que estas memórias vãs que eu já tinha
No fundo se é d'alguém esta é minha
Por eu o ser, por não a q'rer a tenho.
Digo que vou chegar mas cá venho
"É q'nem saindo tu de parvo sais".
Com elas vem o nada que elas têm;
Era tão pouco e tinha, já não vêm
Resta-me o nada que preenche artérias.
Como o tempo nos faz estou mais velho.
Conto os momentos que de parvo vi
Passarem rente aos dedos, eu perdi
tudo o que q'ria só por ser sincero.
Como só eu sou estou. Não tenho mais
que estas memórias vãs que eu já tinha
No fundo se é d'alguém esta é minha
Por eu o ser, por não a q'rer a tenho.
Digo que vou chegar mas cá venho
"É q'nem saindo tu de parvo sais".
segunda-feira, janeiro 24, 2005
298
Estava no meio da tristeza e da felicidade e, como ela disse, estava farto do que tinha. Queria sair mas nem respeitadas eran as vontades pelo choro que não existia.
Quem interessa perguntava o motivo.
Quem interessa perguntava o motivo.
297
I
Já nos sentámos ali
naquela mesa do canto
falávamos de merdas
(só queriamos sentir)
Passou mais de um ano
com ele só cresceu a distância.
Agora
ela chora por dentro
à mesma frente a que estavas.
Lembro-me que sorrias
que tinhas o cabelo apanhado
mas hoje só eu estou preso.
Ah memórias
sonhos despertos p'lo rever.
Estavas ali
naquela mesa do canto.
II
Vejo a mesa do canto
o mesmo em que nos escondemos indiscretos
onde discretamente sentiamos.
Estavas diante de mim
e eu diante de ti estava
o que um mostrava
o outro não via.
Passou tempo sem pressa
(ou com demasia)
Mas a mesa era a mesma
e o mesmo era o canto.
Olho p'ra lá e vejo
(filtrado por lágrimas dela que chora)
e lembro-me....
Era a mesma mesa
E o canto era o mesmo.
Já nos sentámos ali
naquela mesa do canto
falávamos de merdas
(só queriamos sentir)
Passou mais de um ano
com ele só cresceu a distância.
Agora
ela chora por dentro
à mesma frente a que estavas.
Lembro-me que sorrias
que tinhas o cabelo apanhado
mas hoje só eu estou preso.
Ah memórias
sonhos despertos p'lo rever.
Estavas ali
naquela mesa do canto.
II
Vejo a mesa do canto
o mesmo em que nos escondemos indiscretos
onde discretamente sentiamos.
Estavas diante de mim
e eu diante de ti estava
o que um mostrava
o outro não via.
Passou tempo sem pressa
(ou com demasia)
Mas a mesa era a mesma
e o mesmo era o canto.
Olho p'ra lá e vejo
(filtrado por lágrimas dela que chora)
e lembro-me....
Era a mesma mesa
E o canto era o mesmo.
sábado, janeiro 22, 2005
295
É Inverno.
Os troncos despidos cortam o horizonte
A luz de halogénio começa mais cedo
Os dias são mais curtos como o resto.
Faz frio por vezes
E só por vezes se estuda.
Ao fundo o betão cresce.
Brincam crianças na rua
Baloiçam-se como nós (graúdos)
na vida,
nunca saindo do lugar.
Os troncos despidos coratam o horizonte
As plantas (até elas) são negras
O vento levanta-se por vezes
e por vezes se estuda.
Os pais levam os filhos
como antes foram levados;
Os caminhos que pisam foram pisados
Para mais tarde serem caminhos.
Estou só, e despido corto a folha
(passo p'ra ela o que em mim está)
Por vezes chorava e só por vezes o faço
Estou mais velho e não há lágrima alguma.
Choro despindo-me mas já não me dispo
se eu o faço corto a folha.
Choro por isso neste momento.
Podia escorregar mas já estou grande
Embala-me a falta de movimento
E o sol já não doira como antes...
É Inverno
Estou velho como mundo já não verde;
Choro e escrevo
porque só assim posso.
Os troncos despidos cortam o horizonte
A luz de halogénio começa mais cedo
Os dias são mais curtos como o resto.
Faz frio por vezes
E só por vezes se estuda.
Ao fundo o betão cresce.
Brincam crianças na rua
Baloiçam-se como nós (graúdos)
na vida,
nunca saindo do lugar.
Os troncos despidos coratam o horizonte
As plantas (até elas) são negras
O vento levanta-se por vezes
e por vezes se estuda.
Os pais levam os filhos
como antes foram levados;
Os caminhos que pisam foram pisados
Para mais tarde serem caminhos.
Estou só, e despido corto a folha
(passo p'ra ela o que em mim está)
Por vezes chorava e só por vezes o faço
Estou mais velho e não há lágrima alguma.
Choro despindo-me mas já não me dispo
se eu o faço corto a folha.
Choro por isso neste momento.
Podia escorregar mas já estou grande
Embala-me a falta de movimento
E o sol já não doira como antes...
É Inverno
Estou velho como mundo já não verde;
Choro e escrevo
porque só assim posso.
sexta-feira, janeiro 21, 2005
294 - Ataraxia
Estou embalado pela falta de movimento,
A força da atrito faz com que
O efeito de um empurrão seja nulo.
Só sou humano
De nada me servem modelos...
Talvez saia daqui
Aos poucos.
A força da atrito faz com que
O efeito de um empurrão seja nulo.
Só sou humano
De nada me servem modelos...
Talvez saia daqui
Aos poucos.
terça-feira, janeiro 18, 2005
293 Some enchanted evening
Mais um ano passou. A noite era como outra qualquer motivava-a somente fogo de artifício que até chegar senti meu. Receberam-me à porta e, como se soubesse o meu estado, a linda bailarina mascarada abriu as cortinas do espaço onde a minha cara foi coberta.
Era outro aos olhos de outros que não eu. Até chegar o que era temido por instantes nada temi.
Olhou-me e eu olhei-a; a máscara de nada me serviu. Os olhos estavam descobertos e eles sinceros não mentem.
Era outro aos olhos de outros que não eu. Até chegar o que era temido por instantes nada temi.
Olhou-me e eu olhei-a; a máscara de nada me serviu. Os olhos estavam descobertos e eles sinceros não mentem.
domingo, janeiro 16, 2005
290 Back from the dead again
O vento passa e leva
O vento pára e volta
O vento só não leva
o que já levou.
O vento pára e volta
O vento só não leva
o que já levou.
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