Como sempre no comboio mas mais tarde do que antes. Agora as horas prolongam-se antes da solidão.
I
A louca falava
os que o não são ouviam.
"Matou-se
A gente morre todos né"
Atirou-se
sozinha da ponte
não tinha ninguém ao pé.
A louca falava dos dias
amanhã era quinta
hoje p'ra ela era sábado.
"Boa noite"
- chegou alguém entretanto
perguntou-lhe os anos
não tendo ela idade.
Não te estranho
Sei que sou como tu
O mundo de um
Não o é dos outros.
Fomos,
Ao mesmo tempo em frente
Partimos todos à mesma hora
Agora
nada mais temos
e se não nos perdermos
não nos vamos encontrar.
II
Não fala a louca, nada diz. É triste.
Solta inocente sons que sabe, vãos,
pergunta o tempo que não vê que existe;
os ignorantes fecham sempre as mãos.
A todos contas o que a crer ouviste
A tua pequenez vive sem nãos.
Pena de ti não tenho, não caíste
Sempre viveste mais que rente ao chão.
Continuas a rir e sem motivo
Falas do fim mas só eu sei que venho
P'ra um dia encontrá-lo. Sei que existo
e que alguns passos vão pedir perdão.
Invejo o que tu és pois sem razão
Razão não tens p'ro carpir que tenho.
Mais um. O meu primeiro. (brainwasherpt@hotmail.com)
quinta-feira, abril 28, 2005
322
Não escrevo como antes, raras vezes estou triste e estou-lhe grato por isso. A escrita como já antes dissera é o meu refúgio cobarde e egoísta (não escrevo sem ser sobre mim).
Estou maior. Aprendi tanto em tão pouco (dois pontos) quem me viu já não me vê.
Estou maior. Aprendi tanto em tão pouco (dois pontos) quem me viu já não me vê.
quinta-feira, abril 14, 2005
321
Paixão.
Medo.
Fuga.
Ataraxia,
ou indiferença,
- tanto faz -
que mais no corpo jaz
Depois de ter fugido?
Medo.
Fuga.
Ataraxia,
ou indiferença,
- tanto faz -
que mais no corpo jaz
Depois de ter fugido?
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