Mais um. O meu primeiro. (brainwasherpt@hotmail.com)

quinta-feira, novembro 25, 2004

279 Cartas por enviar

Fosse tudo tão simples como a matemática
comos os números que domino aprendendo
que junto tirando conclusões.
Fosse tuda tão fácil quanto o estudo
que só depende dele mesmo
que, pegando em linhas, mesmo de outros, traz sucesso.
Fosse tudo assim.
Não percebo nada
estou melhor mas ainda nao percebo,
estive doente e o calor que era só meu
fez-me ansiar pelo de outrem.

Menti há pouco,
não quero pouco,
quero muito!!!
VAmos,
partamos para longe
(digo isto mas não o faço)
Estou À parte
sei que o estou...

nem querendo mudo
a culpa é do mundo
nc me foi fácil.

II

Há dúvidas há, não as vês?
tu pedes porquês
eles estão no olhar!

pq é que ng os vê?
acham que não deveriam existir...
só querem ouvir
mas ng vê.
Queres pq?
P'lo - tu exiges algo que ela não quis ouvir
Agora que podes eu compreendo
não queiras pq's
vê!

Está tudo tão obvio
e eu estou de fora
tu que o não estás está atenta
PQ?PQ?PQ?
Cala-te e vê.


278 Cartas por enviar

I

Sou alto demais p'ra ver algo
isto se estiver de pé
p'la janela da porta pneumática.
Só vejo o caminho forjado
que plos anos se alaranjou.
O horizonte não é visivel
só por vezes o mar que o define
nunca o céu que eu sei quase azul!

Estou onde quero e por isso não vejo
não vejo pq estou onde quero.
A porta por trás, outra pela frente
quando se abrir sai a gente
e eu saio logo com ela.
(Ah quando abre ainda vejo pouco).

Chegámos,
desço mais só pq a engenharia o permite
Amontoam-se as pessoas que só o do homem veêm
Vão comprimir-se para sentir calor.

II
Isolo-me com a infecção que me faz fechar
Não respirava e não quis ajuda
não quero dever favores a quem não sei julgar.
Transpirei e o calor era meu.
Ng se debruçou sobre mim
a solidão coberta não permite arrefecimentos.
Adormeci e ng me contou histórias enfadonhas
A tristeza motiva sonhos que só o só tem.
Sonho não por quem quero
sonho só por mim.
vim,
cheguei ao que já fora pisado
Vim,
estou isolado
estou só por mim

277

I
Nada digo e digo-o por dizer
Quem o faz mais? Ninguem porque não precisa
Não me chegam os gestos que não tenho
Por não os ter nunca me chegaram.
Os dias somam-se e conto-os,
preciso de os prolongar para os viver,
de desabafar o arrependimento que os faz.
Sou como um velho que tem tanto p'ra falar
mas falta-me o saber que o falado carrega
o saber que a experiência não me deu.
Abrandou o comboio.
Estou de costas para o sol que já se ergueu
mas só por ele se erguer estou assim.
Há quem diga que os astros nada dizem
mas o mais próximo é quem nos governa.
Não fossem assim;
dissessem algo com sentido.
Toca a música
não toca baixinho
Não quero ouvir o que me rodeia
o que n me desperta mais que nojo...
Fico calmo e há pouco enfureci.
II
O rio não reflecte o sol
-O mar que o conspurca ainda aqui o agita.
Acumulam-se monumentos e edifícios monumentalmente escusados
que só bloqueiam quem vê p'ra longe.
Fosse turista e olhasse p'ra tudo com espanto...
Não o sou:
Olho p'ra tudo e só me vem nojo...
Pq estou aqui?
Pq não me leva p'ra longe este comboio?
Pq é que o caminho de ferro tem limite que o homem triste marcou?
Estou a chegar,
só para mais 3 vezes.
OS que aqui estão devem ir p'ra lá
- vej na sua cara triste e feliz.
Estou a chegar.
Pq é que ainda estou aqui?

276 Porque o Pedro me lembrou

Acho que caí. Cheguei ainda agora a casa e sinto que não estive onde devo ou onde posso algum dia considerar pertencer; pessoas vãs cuja postura magoa o que me equilibra são aquelas que perfazem o meio onde infelizmente me insiro por falta de outro que não magoe tanto. Nem a música salva e pouco mais que ela tenho.

Notas, ritmos, sons são tudo o que mais importa. O Pedro que é de cá e que existe e eu noto tantas vezes mo mostrou. Não interessa a complexidade, tal como um bom texto não se julga pelas palavras que se gastam ou pelos estilos pensados só por quem os não sabe usar, uma música não é feita pelo emaranhado que a constitui mas pelo que total transmite. Não interessa o que ouço mas se o que eu ouço me transporta e me diz algo que eu sei ou preciso de saber.

Agora escuto atentamente "Karn Evil 9". Sinto fúria em mim; sinto-a e gosto. Saí de casa esperando ter algum motivo para não voltar mas não o encontrei. Desgostei. Rodiei-me de pessoas que, como já disse são vãs. Agora escuto...daqui a nada vou.

(Trancrevo pela primeira vez. Faço-o pq gosto)

"Cold and misty morning, I heard a warning borne in the air
About an age of power where no one had an hour to spare,
Where the seeds have withered, silent children shivered, in the cold
Now their faces captured in the lenses of the jackals for gold.
I’ll be there
I’ll be there
I will be there.

Suffering in silence, they’ve all been betrayed.
They hurt them and they beat them, in a terrible way,
Praying for survival at the end of the day.
There is no compassion for those who stay.
I’ll be there
I’ll be there
I will be there.

There must be someone who can set them free:
To take their sorrow from this odyssey
To help the helpless and the refugee
To protect what’s left of humanity.
Can’t you see
Can’t you see
Can’t you see.

I’ll be there
I’ll be there
I will be there;
To heal their sorrow
To beg and borrow
Fight tommorow.

Step inside! hello! we’ve the most amazing show
You’ll enjoy it all we know
Step inside! step inside!

We’ve got thrills and shocks, supersonic fighting cocks.
Leave your hammers at the box
Come inside! come inside!
Roll up! roll up! roll up!
See the show!

Left behind the bars, rows of bishops’ heads in jars
And a bomb inside a car
Spectacular! spectacular!

If you follow me there’s a speciality
Some tears for you to see
Misery, misery,
Roll up! roll up! roll up!
See the show!

Next upon the bill in our house of vaudeville
We’ve a stripper in a till
What a thrill! what a thrill!
And not content with that, with our hands behind our backs,
We pull jesus from a hat,
Get into that! get into that!
Roll up! roll up! roll up!
See the show!

Welcome back my friends to the show that never ends
We’re so glad you could attend
Come inside! come inside!
There behind a glass is a real blade of grass
Be careful as you pass.
Move along! move along!

Come inside, the show’s about to start
Guaranteed to blow your head apart
Rest assured you’ll get your money’s worth
The greatest show in heaven, hell or earth.
You’ve got to see the show, it’s a dynamo.
You’ve got to see the show, it’s rock and roll ....

Soon the gypsy queen in a glaze of vaseline
Will perform on guillotine
What a scene! what a scene!
Next upon the stand will you please extend a hand
To alexander’s ragtime band
Roll up! roll up! roll up!
See the show!

Performing on a stool we’ve a sight to make you drool
Seven virgins and a muleKeep it cool. keep it cool.
We would like it to be known the exhibits that were shown
Were exclusively our own,
All our own. all our own.

Come and see the show!
come and see the show!
come and see the show!
See the show!"

quarta-feira, novembro 17, 2004

Dessem-me flores com cores
tão distintas
Dessem
mas dissessem
que já antes eram minhas.
Regasse-as
e um pouco do dado
caísse ao lado
como se o dado
fosse muito.
Crecessem
não tocando tocassem
o céu que agora é azul.
Ficassem lindas
coloridas mas não como antes...
Ao secar
porque secam
Sei que as tive bem.

274

Uma pequena e complexa história como todas as que são minhas. Um conjunto de palavras caídas.

Menú
Ementa
Prato principal
sobremesa
E o que o chefe aconselha.
Peça
Vá e venha
- sempre disposto a servir
Ouça mas se ouvir
Não vai perceber.

I

O semestre começou
Ele acordou mais cedo
com um despertar de máquina.
Nc gostou das paredes
que
como aquelas pessoas
amareladamente vâs
mais ainda o isolavam.

Ainda por cima as praxes
Coisas sem sentido
Que
como devem
chegam de negro.
Tradiçoes não antigas
Taras e manias
que tem quem não quer.

Chegou,
chorou,
Por dentro.

II

Não se apresentando foi apresentado
Ninguém disse os nomes, eles foram ditos
Mas ele
não os fixou.

Há coisas que o calor não permite
como ele já uma vez disse
há uma temperatura optima de funcionamento
perto não há raciocínio.

N te olhou, nem te viu!
N te falou não te ouviu
(nem sequer nisso pensou)

Eras só mais uma num mar de negro
concentrado de calor.
Entre as capas e as batinas
estava uma pessoa.

III

Revi-te.
Reconheci-te (é melhor assim).
A noite alongara-se alimentada a alcool,
Os músculos cediam sem eu sentir
E cansado demais eu falava-te.

Nunca gostei daquilo
Nunca gostei de pessoas em massa
de pessoas que testemunham o que não é delas.
Vim mais tarde a saber que nada havia a ver
(eu sou sincero aqui nada vi)
Ouviste-me por instantes
tinhas de partir.
Eu fiquei
até ficar sem ar.

IV

Fui ao norte, pisei o teu chão.
As paredes negras que envolviam
não eram como tu.

Estranhamente senti-me bem
Parecia que herdara mais que um nome.
Estava longe mas em casa
E nada era como tu.
Nâo conhecia o teu mundo mas achava
que ele não era assim.

Vim
Pisei o teu chão
e errado estive bem.

[mais tarde acabei
por voltar]

V

Não quero mas já sinto na forma como tremo a seu lado
Que não desejo estar melhor que assim.
Fosse tudo tão simples com um só cabelo
não como os cachos que se formam deles.
Ah! saisse de mim, não fosse como antes
Não quisesse o que quero o que já quis igual.

Há tipos com sorte, eu não sou assim.
O final é o mesmo mesmo que eu me esforce,
E eu não gosto gostando de histórias repetitivas!!!
Acumulam-se momentos que só diferem no tempo e nos espaço
O meu é o mesmo e o que o preenche nunca varia.

Digo que agirei de outra forma
que querendo serei outro!!!

Vi-a de novo
vi o que não queria ver
Pq me falou daquela forma?
pq me mostrou como era?
Não quero,
insisto
não quero!!!

Alguém o visse
Alguem o ajudasse!!!

Não quero,
basta querer.

VI

Mostrou-me mas só outros viram
Disse mas outros me disseram.
"Não acredito! Não sei ser diferente"
Outros insistem que já o é.
"É evidente faz",
Nunca ouvindo o fiz.

Sou óbvio d + o que é o esforço?
Aperto com um braço que não vejo o pescoço
Só não respiro pq não deixo.

Disse tudo
Disse o que me faz dizer
Associei a sons que me fazem lembrar
Ela se quisesse perceberia.

Sou óbvio d + não precisei dizer
Sou óbvio,
em papel e gestos me dou
Só quem quer não vê.

O seu olhar enganava disse-me ela que eu ouvi.
Nunca em olhares acreditei
sou egoista de + para o fazer
Sou óbvio o que eu faço mais ng diz.

Penso, penso, penso
aonde chego nunca me basta
Penso mais e mais e mais
Nc vou a lado nenhum

Eles dizem que é evidente
Mas é evidente que p'ra mim não é.
Ela dá-se eles me dizem
eu ouço e não acredito...

Sou óbvio é assim que sou
com palavras e gestos me dou
Não preciso de dizer.
Merda,
fossem os outros assim.


VII

Tinha de a ver mas depois de a ver foi-se.
Procurei-a por aí
Não a vi.

Enrolei os meus nervos em papel de arroz branco
Amortalhei-os como um dia me vão cobrir
Instintivamenta achava-a perto
Dentro do poiso dos livros que ng vê.
Sou um deles
o mais pesado e menos acessivel
Ng me mexe e eu não sou leve para o fazer
- só me toca quem me procura.

Achava-a perto e entrei
Pisei o chão de uma forma ritmada
ouvi no fundo do que sou um bater
compassado p'lo que faz a vida-
à medida que me aproximei de onde a achava
O som era mais intenso;
Do chão se ouviam os meus passos
e do alto os dentes que quase rangiam.
Apertava os dedos contras as mãos
Como se preparasse um conflito com tudo o que me rodeava
um conflito que, como tudo, partia de mim.

Estava mais perto
achava eu
e só por achar o que antes tinha se acumulou...

cheguei
não a vi
fiquei o qu'era antes.
Estava feliz, evitei o confronto!
A cobardia sentiu-se repleta!!!
Onde estava já não me interessa
Amanhã é outro dia!



segunda-feira, novembro 08, 2004

273

Acordaram pã do seu sono,
Veio o pânico que matou kronos
Sou mortal em mim ainda se sente
Veio o pânico com o susto vou mudar.

Desejo sempre tive e sempre me preencheu as horas vazias
O seu problema é envolver outro ser que não eu
Por entre os meus dedos passam rios
Que por não quererem não me levam na corrente.
Estou cada vez mais velho e empilham-se
nas esquinas por onde passo insucessos
- Quem me conhece diz que não até me safo-
Mas o que quero só deixei de querer.

Nunca provei uma gota do que me dá sentido
Nunca senti o que me dá vontade de provar
Por vezes aqueço com brisas que não desejo
Por vezes esquento mas deixo o calro num canto.
Ah memórias de infância...melodias que já só sei trautear

Era tudo tão simples até ver que havia mais que eu
Era tudo tão meigo porque era assim que tudo eu via.
Cresci e veio a vontade de procurar
De querer dar o que só se queria receber
Errei, quantos passos em falso não dei pq o ananke assim demarcou...
Aprendi tantas vezes mas, quando veio a prova, errei
Fi-lo porque assim foi demarcado.

Merda
Até finjo que acredito no Destino
Em merdas que não fazem sentido na minha racionalidade
Já não tenho idade para bruxedos para astros
Nunca cheguei porque nenhum dos meus passos o permitiu.

E passam e passam pelos dedos que húmidos estão do roçar
Tivesse eu força para os suportar ou fosse eu fraco para ser levado.
Digo constantemente que sou outro mas a noite põe-se para depois voltar.
Queima o sol e a evidência que ele traz
Não quero calor quero luz
mas quero que ela não queime.

Onde está o sentido onde está o pouco que tenho
(sou sincero nunca o tive)
Resulto de momentos que colo com cuspo como o que devia estudar.
diluo aos poucos o que ainda resta de mim na folha que preencho
E que aos poucos assume-se como eu.

Está aí alguém.
Alguém me ouve
Quem me ouve está aí?

Não não vou falar comigo.Vou esquecer
O leito espera-me nas minhas costas
Já estou cansado da entrega desta noite...
Ainda estou só - merda - porque me dei?
Porque é que nada faz sentido...
Porque prometo que vou ser outro que não eu.
REagisse...Visse que me mato
Que só me agarro aos vícios que no presente saciam.
Ousei..e por isso caí mais
Só me resta a catastrofe que vivo
só me resta o que tiro a vulso de mim...

Vou ser outro que não sendo sou.

quinta-feira, novembro 04, 2004

272 Conclusão.

Se não quero basta querer.

quarta-feira, novembro 03, 2004

271 Ce que je ne reusse pas dire

I

Até a merda do café me faz lembrar.
Está perto mas à distância de um olhar p'ra baixo
Um olhar que, como o que sinto, é retraído.
Não como e preenche-me a fome,
Estou nervoso de mais p'ra fazer algo de concreto
Só os pequenos gestos que nada de voluntário têm
Servem para estes momentos
- normais para alguém estranho como eu.

Ontem tudo foi fácil como o andar
Como algo que já fazemos mesmo desconcentrados.
Ontem tudo foi fácil por nada mais ser
Era um processo e disso não passou.

Está longe; à distância de um olhar tímido
Quero-a mas não de um querer grotesco
Aquele tipo de desejo que faz que as atitudes o sejam
Para os olhos de quem não vê e não percebe.

Podia ousar aproximar-me, podia.
É isso que quero, já farto de me ouvir me digo.
Eu que farto não estou de fingir que os escuto
Nunca aplico conselhos que já me são banais ouvir.

Fosse outro penso por vezes julgando que não sofreria tanto.
Talvez esteja certo mas o que sou não muda num dia
- Não depende de acções obrigadas que, só por isso, não o são.
Reagisse, visse (com os olhos que não tenho) e mudasse;
Fosse, como eu julgo errado, feliz.

II

Foi-se.
Já não a vejo
Pareço outro: o mesmo de sempre.
A ausência de um traz o outro;
Sem as portadas temos algo mais p'ra ver.
Foi-se
por algum motivo a sinto perto.
(Desta vez não mudo, está em mim)
Não quero ver, não quero sentir
O que vejo que sinto.

É sempre o mesmo.
O que acontece é monótono como os dias
Que começando à mesma hora à mesma hora findam.
Não conhecendo acho que sei o desfecho
É sempre o mesmo.
apliquei o achar de uma forma pensada
(Haja vezes em que o faço)
O que acho é tão incerto como eu
mas é em funçao de mim que ajo.

Foi-se
Já sei que se foi
Mas não sei se se foi de mim.
Terá sido?
Não sei
foi-se
e eu vi.

terça-feira, novembro 02, 2004

270

As horas não passam e a ressaca da espera acumula-se;
Não sei o que fazer e tudo o que faço é por ignorância
Por não saber mais do que aquilo que decorei
Mais do que aquilo que foi enchido à pressa.

Ao redor acumula-se o que transbordou
O resultado de um processo que, como os outros, me é desconhecido
Nem o que eu sou percebo por inteiro
Até o que escrevo aos outros é submetido.

E não passam, e pesam nos ombros que já não caiem
O que faço agora é resultado do que eu não posso fazer
O que digo é tão diáfuno como o que finjo ouvir
Não fica sequer por instantes onde nunca esteve
E os outros que também não ouvem sentem que estou convicto.

O que será que eles querem?O que será que eu quero?
Respondo ou tento fazê-lo na ordem que também não sei
E, só por isso, não chego a lado nenhum.

Quero um cigarro mas as mãos transpiram
Podia fazê-lo mas fumava por minutos
Que só ganham sentido durante os instantes em que arde.
não não quero que seja tudo assim simples
Minto, sei que minto, é só isso que quero.
Fosse tudo tão simples como um cigarro mal feito
Como a combustão dos fósforos resultante
de um processo químico, ou físico, que não me preocupa.

Porque é que tudo não é assim? Porque preciso que me expliquem
Ou até que seja eu a tentar explicar?

Quero um cigarro, quero que arda por minutos
Quero que os segundos tenham um sentido qualquer.
Vou fazê-lo, sei que o vou fazer.
Vou pegar na mortalha que mais tarde me vai cobrir
Vou fazê-lo sem sentido.

268 O primeiro interactivo.

Alguma coisa

(Espaço em branco)

Outra coisa qualquer

(Continuação do vazio)

Se alguém me perceber e me estiver disposto a explicar que apite (envie um mail num português simples e esclarecedor). Pode ser que ajude.

268

A minha irmã fez hoje anos. A minha irmã está um ano mais velha e por ela o estar também me sinto cronologicamente mais avançado.
O tempo que passa por mim é irrelevante mas, sempre que a vejo, parece que ele me pisou enquanto eu estava anestesiado pelos meus excessos, tanto de alegria como de tristeza.

Merda. Detesto ter a consciência das coisas.

267

Sei,
não querendo
que vou ser um pai não presente.
Sei que vou dizer tudo o que penso
nunca pensado no que os outros pensam.
Sei que me vou sentar à mesa
E que vou dizer que ela é só minha.
Sei que não vou ouvir
porque eu é que tenho de ser ouvido
Sei que vou ter mais de um filho
Mas que nenhum me vai ter.

Sei e não quero
Sei e sofro por isso...
Sei,
Mas fui assim ensinado.

266 - A um amigo mais velho, com mais memórias que eu.

Falava como se fosse um amigo meu,
Ele era,
Mas também era
muito mais velho.
As palavras saiam empurradas
A tristeza ocupava
o pouco espaço que ele já tinha.

Falou, falou, falou...
Elas,
que nunca o viram antes,
disseram
Que falava com os olhos quase a transbordar.

Só senti palavras,
E
de vez em quando
vi um gesto ou outro...

Falou, falou, falou
Até
o àlbum se fechar.