Mais um. O meu primeiro. (brainwasherpt@hotmail.com)
terça-feira, março 30, 2004
143 (then the ?)
A interrogação que tão laranja se apresentava contrastava com a evidência verde do resto.
segunda-feira, março 29, 2004
142 (yes doctor)
Hoje diagnosticaram-me esquizofrenia. Comecei a pensar nisso e cheguei à conclusão de que provavelmente o sou. Vivo no meu mundo; tento fazer com que seja como eu quero; não tenho pejo em cantar o que me apetece, em desenhar o que eu anseio ver e em dizer o que vai em mim.
Hoje diagnosticaram-me esquizofrenia. Compreendo. Não sou como eles (digamos os outros). Eu sou eu e como dizia a Florbela eu como ela sou alguém. Quem não me compreende é que, no fundo, tem problemas.
Hoje diagnosticaram-me esquizofrenia. Compreendo. Não sou como eles (digamos os outros). Eu sou eu e como dizia a Florbela eu como ela sou alguém. Quem não me compreende é que, no fundo, tem problemas.
141 (At the chinese place)
Estavas à distância de uma mesa que se alongava ao compasso das palavras tremidas que eu dizia. Olhavas de uma forma estranha o que eu não sei; a sopa estranha, aos poucos, arrefecia. Acabei; cruzei os talheres. Perguntei-te o que não te apetecia dizer.
140 (ataraxia)
Há coisas que começam inesperadamente. Porventura não serão quase todas? Creio que sim. Porém umas fazem.no inexplicavelmente e essas são sempre inesperadas.
Uma palavrafoi uma palavra que bastou para tudo ter início; as que se seguiram somente confirmaram o que já tinha surgido. Não há explicação possível - foi uma palavra que se ouviu.
Podia ter começadop com um olhar: até considero mais comum. MAs quis, o que eu não sei, que assim não fosse. E, embora goste de ver quem tal palavra proferiu, não foi pelo olhar que tudo começou (ah só o que me disse me interessa).
Que seja como é; que saiba ao que sabe: isso é quase nada. Se não dissesse nem isto existiria.
Uma palavrafoi uma palavra que bastou para tudo ter início; as que se seguiram somente confirmaram o que já tinha surgido. Não há explicação possível - foi uma palavra que se ouviu.
Podia ter começadop com um olhar: até considero mais comum. MAs quis, o que eu não sei, que assim não fosse. E, embora goste de ver quem tal palavra proferiu, não foi pelo olhar que tudo começou (ah só o que me disse me interessa).
Que seja como é; que saiba ao que sabe: isso é quase nada. Se não dissesse nem isto existiria.
domingo, março 21, 2004
138 (no concerto)
A droga da mente é ela própria. O raciocínio exige cada vez mais de si. É um processo que começa e só termina quando uma nova conclusão passa a ser arbitrária.
Nada é fixo: o pensamento por isso também não o é. Caminha numa direcção até ver que esta não lhe serve; chega a um extremo e, de seguida, procura o oposto ou outro que lhe seja adjacente.
E continua, e continua, e muda, e muda; continua sem cessar. Cada vez estou mais farto mas os juizos são necessários que arbitrários sejam.
Os ouvidos já me doem. Os neurónios estão doridos.
Nada é fixo: o pensamento por isso também não o é. Caminha numa direcção até ver que esta não lhe serve; chega a um extremo e, de seguida, procura o oposto ou outro que lhe seja adjacente.
E continua, e continua, e muda, e muda; continua sem cessar. Cada vez estou mais farto mas os juizos são necessários que arbitrários sejam.
Os ouvidos já me doem. Os neurónios estão doridos.
137 (no concerto)q
Se eu me deixasse levar pela música...Não o faço por estupidez: racional não me consinto e só isso quero.
Se me deixasse levar pelos momentos que me deste. Se não fosse racionalmente parvo, cobarde e até mesquinho...
Se me deixasse levar p'lo que sei ser certo
Se me deixasse levar pelos momentos que me deste. Se não fosse racionalmente parvo, cobarde e até mesquinho...
Se me deixasse levar p'lo que sei ser certo
136 (no concerto)
Eles queriam morrer felizes: eram tristes - davam as mãos como se servisse para alguma coisa.
Pediram que lhes desse o que nunca tiveram: sorrisos.
Ele ergueu o braço. nenhum deles preocupado. Nenhum deles sentiu.
Pediram que lhes desse o que nunca tiveram: sorrisos.
Ele ergueu o braço. nenhum deles preocupado. Nenhum deles sentiu.
sexta-feira, março 19, 2004
135
Escrevo enquanto fumo um charuto pensativo. O mar está ao fundo e nem o vento interrompe este meu ritual. Em Cascais as luzes acendem-se com o acumular de linhas. O horizonte (ao qual nunca se chega) aos poucos perde o laranja, o pouco que resta, e ganha o tom azul.
Escrevo enquanto o tabaco arde de uma forma pensada pensando que o faço por instinto. O pouco do dia que tive passei com o meu passado: passei-o com ela (a primeira). Aos poucos vou-me redimindo. Errei, sei que o fiz: o ouro era-me cobre e a eu parvo só o vejo agora. P'lo menos alguem consegue ser feliz e isso faz-me, por pouco, feliz.
Escrevo enquanto se acumulam as cinzas. Desde há muito que não estou de facto sozinho em minha casa. Sinto-me só, é certo, mas estou sempre rodeado por alguém mesmo que esse alguém esteja no quarto ao lado. De facto, sozinho raramente estive: parece que tudo é mais meu; posso pensar, escrever, gritar fazer as merdas que quero sem ter alguém a perguntar a mar vir: é bom.
Escrevo enquanto há algo por arder. Tenho por momentos o que quase compõe o meu sonho. O espaço é meu; faço o que quero: estou sozinho. Mas falta alguém: ela (e não a primeira) está tão longe, não faz parte deste meu mundo que, enquanto puxo, fica mais cinzento.
Escrevo enquanto estiver rubro. Pedi tanto e tanto me deram se de facto há algo que dá. Pedi mas não consigo crer que me enviaram: é tão perfeita - até mais do que julguei; tem tudo, é um sonho que sonhei consciente mas a consciência é pessimista e p'ra ela eu sou péssimo. Por nais que me mostre não me diz ou então não ouço.
Escrevo enquanto não é curto. A esperança resta e morre antes do coirpo que morre por não a ter. Talvez consiga. Talvez se apague antes do fim. Talvez me levante antes de arder.
Já é de noite e estou sentado. Apagou-se. Não há mais a escrever.
Escrevo enquanto o tabaco arde de uma forma pensada pensando que o faço por instinto. O pouco do dia que tive passei com o meu passado: passei-o com ela (a primeira). Aos poucos vou-me redimindo. Errei, sei que o fiz: o ouro era-me cobre e a eu parvo só o vejo agora. P'lo menos alguem consegue ser feliz e isso faz-me, por pouco, feliz.
Escrevo enquanto se acumulam as cinzas. Desde há muito que não estou de facto sozinho em minha casa. Sinto-me só, é certo, mas estou sempre rodeado por alguém mesmo que esse alguém esteja no quarto ao lado. De facto, sozinho raramente estive: parece que tudo é mais meu; posso pensar, escrever, gritar fazer as merdas que quero sem ter alguém a perguntar a mar vir: é bom.
Escrevo enquanto há algo por arder. Tenho por momentos o que quase compõe o meu sonho. O espaço é meu; faço o que quero: estou sozinho. Mas falta alguém: ela (e não a primeira) está tão longe, não faz parte deste meu mundo que, enquanto puxo, fica mais cinzento.
Escrevo enquanto estiver rubro. Pedi tanto e tanto me deram se de facto há algo que dá. Pedi mas não consigo crer que me enviaram: é tão perfeita - até mais do que julguei; tem tudo, é um sonho que sonhei consciente mas a consciência é pessimista e p'ra ela eu sou péssimo. Por nais que me mostre não me diz ou então não ouço.
Escrevo enquanto não é curto. A esperança resta e morre antes do coirpo que morre por não a ter. Talvez consiga. Talvez se apague antes do fim. Talvez me levante antes de arder.
Já é de noite e estou sentado. Apagou-se. Não há mais a escrever.
quinta-feira, março 18, 2004
134 (another one)
O meu ser tem baratas na cabeça: foi assim que ela me descreveu psicologicamente. Foi perspicaz. De facto acumulam.se questões cujas respostas me são deveras estranhas (não estão em mim)
Tudo começou com um uma conversa estranha numa noite que foi mais longa. COntinuaram os encontros que perderam a casualidade, acabámos por enlaçar as mãos (nunca pensei que um dia vou dar o obulo).
O que vi e espero continuar a ver não foi base de tal acto. Não me chegava para uma entrega cada vez maior: de que serve a fachada se a casa não nos alberga? Demorei, esperei- nunca impaciente como ela, não perspicazmente me definiu. Certo estendo a mão que, aparentemente,acolheu.
Encostou-se ao meu ombro enquanto ele abraçou a cruz. Mais não me podia dar mas nada do que dela advém me é certo. A melhor das minhas intenções revela-se uma ofensa; não sei como reagir.
Tudo começou com um uma conversa estranha numa noite que foi mais longa. COntinuaram os encontros que perderam a casualidade, acabámos por enlaçar as mãos (nunca pensei que um dia vou dar o obulo).
O que vi e espero continuar a ver não foi base de tal acto. Não me chegava para uma entrega cada vez maior: de que serve a fachada se a casa não nos alberga? Demorei, esperei- nunca impaciente como ela, não perspicazmente me definiu. Certo estendo a mão que, aparentemente,acolheu.
Encostou-se ao meu ombro enquanto ele abraçou a cruz. Mais não me podia dar mas nada do que dela advém me é certo. A melhor das minhas intenções revela-se uma ofensa; não sei como reagir.
quarta-feira, março 17, 2004
133 (o artista)
Escrevo, pinto e desenho. Recorro aos mais variados suportes para mostrar o que sinto - entendam que não considero que o faço bem: mais que humildade tenho noção do real.
Faço-o porque preciso. É-me inato; às vezes desperto do que me rodeia e preciso de fixar esses pequenos momentos, não interessa se bem ou se mal: fixo-os. Adormeço de seguida.
Há quem diga que sou. Mas não, nunca serei um artista: não fodo aquelas em que me inspiro.
Faço-o porque preciso. É-me inato; às vezes desperto do que me rodeia e preciso de fixar esses pequenos momentos, não interessa se bem ou se mal: fixo-os. Adormeço de seguida.
Há quem diga que sou. Mas não, nunca serei um artista: não fodo aquelas em que me inspiro.
128
Uma casa não é o espaço onde vivemos. Quem assim pensa está errado. Muitas vezes as paredes que vemos durante anos nada nos dizem: procuramos outras com outro recheio, com outras cores, com outra vizinhança. A nossa casa, por vezes, nem chega a existir.
A nossa terra, qual é? Dizem que é aquela em que nascemos quando, em muitos casos, nunca o foi e tão poucos chegam a conhecê-la.
A minha terra, diz o BI, é lisboa. Eu digo que não é. Faltam as flores, os montes, o verde o calor; o resto são ninharias....Nessa terra, a minha, está a minha casa; não interessa como é: o que contem é que a faz.
A nossa terra, qual é? Dizem que é aquela em que nascemos quando, em muitos casos, nunca o foi e tão poucos chegam a conhecê-la.
A minha terra, diz o BI, é lisboa. Eu digo que não é. Faltam as flores, os montes, o verde o calor; o resto são ninharias....Nessa terra, a minha, está a minha casa; não interessa como é: o que contem é que a faz.
132 (He carries the cross)
Por mais que tentassem o fogo dos seus olhos não cessaria. Ele era um só mas ninguém iria impedir a sua entrega. Morreu e Tudo ficou certo.
131 (Uma questão de linguagem)
De que me servem as ideias que partilhas se não as percebo? Os conceitos conheço-os mas tu associa-los a termos de uma língua que me é estranha.
Dizes que gostas de mim em cirílico: de que me serve? Não te entendo e não tenho a capacidade de o sentir como já to disse.
Estivemos juntos como outras vezes; enquanto Ele sofria tu, encostada a meu ombro, fazias com que eu me redimisse. Gosto de ti, sei que o sentes - até me deixas sentir. E então? A mão que cobre a tua é tua mas não sei se a aceitas. É estranho (+ estranho que eu;até sou simples).
Querido gâfias. Era assim que começava; diz-me outra vez e, desta vez, traduz o resto.
Dizes que gostas de mim em cirílico: de que me serve? Não te entendo e não tenho a capacidade de o sentir como já to disse.
Estivemos juntos como outras vezes; enquanto Ele sofria tu, encostada a meu ombro, fazias com que eu me redimisse. Gosto de ti, sei que o sentes - até me deixas sentir. E então? A mão que cobre a tua é tua mas não sei se a aceitas. É estranho (+ estranho que eu;até sou simples).
Querido gâfias. Era assim que começava; diz-me outra vez e, desta vez, traduz o resto.
segunda-feira, março 15, 2004
quinta-feira, março 11, 2004
129 (Cálculo 2)
Pediram-me que desenhasse uma floresta. Fi-lo: desenhei-me - melhor- tentei fazê-lo em tons de púrpura e azul.
O local mais sombrio, aquele que mais receio, é o meu âmago; é só nele que me perco. Os pensamentos como àrvores têm vida e tentam constantemente me prender na penumbra que não cessa.
Oiço gritos que são meus, que não soltei. Ninguém os escuta.
O piso é pantanoso, nunca é sólido:(Quando é que uma mente o foi?)
Só me vale o cansaço. Caio p'ro lado e adormeço.
O local mais sombrio, aquele que mais receio, é o meu âmago; é só nele que me perco. Os pensamentos como àrvores têm vida e tentam constantemente me prender na penumbra que não cessa.
Oiço gritos que são meus, que não soltei. Ninguém os escuta.
O piso é pantanoso, nunca é sólido:(Quando é que uma mente o foi?)
Só me vale o cansaço. Caio p'ro lado e adormeço.
sexta-feira, março 05, 2004
127
A noite prolongou-se mais que o comum. Foi como sempre ùnica. Os ânimos animaram-se à medida que o tempo me consumia - no fundo sou só um corpo e o que vivo é inércia...O atrito?Não deve existir: é uma questão de tempo...Há horas, e há horas e tudo precisa de descanso.
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