Mais um. O meu primeiro. (brainwasherpt@hotmail.com)

sábado, fevereiro 28, 2004

34 (Ao spike)

Lembrei-me de um amigo meu.O spike. Já não lhe falo desde as férias grandes, já não o vejo desde que partiu. Lembrei-me, lembrei-me dele com saudade, do tanto tempo que passamos juntos. Criámos teorias, trocamos ideias, ajudou-me com a experiência que nunca terei; é das poucas pessoas que me tornaram assim...

(E se eu lhe ligasse?)

125

Há quanto tempo nos conhecemos meu sacana? Parece que não há um primeiro dia. As palavras não se gastam, só ganham novos sentidos com as conversas que não terminam. Terminou tanto do que nos rodeava; outras coisas parece que só agora se mostraram: umas para bem, a maior parte para mal. Nós, uma simples dupla que, quando certos estão se expande, safámo-nos.

Não interessa o que tenho o que sinto: sei que és meu amigo e que sem pedir estás.

123 (I can not say in a word)

Ao som de xutos disse que escrevia o que ao som de xutos surgiu.

Foi há tão pouco, foi tanto e já passou. O tempo consome tudo menos a memória - eu lembro-me. Agora um simples sorriso, uma simples voz fininha, um complexo cigarro sedutor têm o peso de uma era que já não existe sem ser em mim - talvez em nós mas, como o disse, sem ser em mim não sinto.

Cada minuto que dispensa, cada palavra que gasta...suportes incautos à minha memória - eu lembro-me e pesa...

Ao som de xutos disse que escrevia o que ao som de xutos surgiu.Eu lembro-me. Escrevi. Há presenças que trazem saudade.

quarta-feira, fevereiro 25, 2004

122 ( A alguém não quer se saiba)

Juntas as palavras de uma forma que sempre me será estranha. Tu narras. Eu a teu lado já nem o ouso fazer. Humilde não mostras o que em ti acumulas com um interesse raro (Que linhas desconheces afinal?).

Eu, que vi parte, que vi pouco, sou maior por isso.

121 (remember moledo)

Não era eu. Não, não era.
O que compunha a mesa viu, num instante, o chão: sujou-o e, insisto, não fui eu. Pegou na "joaninha" (nome querido da bomba de asma), minha, não dele, e colocou-a no canto da mesa que, assim, p'la primeira vez era saudável. Com a máquina registou o momento. Há quem lhe chame Arte. Eu não sei; não é meu.

sábado, fevereiro 21, 2004

120

O que se deixou já não se quer. Deixou-se no caminho: o que se deixou seguiu.

quarta-feira, fevereiro 18, 2004

119

O comboio leva-me enquanto penso embalado por mais um dia. Em casa às 4 (por volta disso): há viagens tão certas (o indice de pontualidade da cp é de 98%) e outras que jamais terminam.

Estou à janela mas não sinto para além de mim; foi sempre assim, não estranho. Nenhum estranho me incomoda só prolongaria o raciocionio (mas qual?Não vou a lado nenhum). A voz maquinal debita uma estação: distraio-me; cessa a viagem pouco depois. Continuamos em seguida; volto aos poucos ao meu mundo (para quê?não vou a lado nenhum).

O mar à direita é guardado por uma velha que tricota o seu destino; e o meu quem o faz?"Não vou para oeiras continuo neste".Penso,Penso,Penso,Penso,Penso; a velha acelera estimula ainda mais o meu pensar. (para quê?porquê?Não vou a lado nenhum.Sou o ùnico que o vê e mesmo assim continuo.)

Chegámos, mas a viagem não terminou.

118

Esperava o comboio que tardou. Só há instantes vira o quão mais levava a chegar. Sentei-me; a plataforma vazia confirmava a longa espera.
Olhei o rio que os armazens cobriam; Lembrei-me das poucas vezes que o cruzei seguro por um cabo de aço: mais um mês e faz mais um ano.
O 3º dia estava a ser como os outros do outro semestre. As mesmas caras, as mesmas salas e, não querendo, parece ser a mesma (passou por mim e sorriu, pouco mais disse).
Continuei à espera. OS velhos começeram a invadir o meu espaço movidos por um hábito que aos poucos cesso de estranhar: estava quase. Levantaram-se; imitei-os; chegou.

segunda-feira, fevereiro 16, 2004

117 (Quarto das duas)

Sócrates fala aos sofistas. Tem um canto estridente harmonioso aos gestos inexplicáveis. Apoia o ombro, melhor, o corpo e tudo o que ele guarda num suporte facilmente removível; paguem-me, deêm-me ouro que refuto o que ele diz. A parteira ajudava mas a sua mãe não quis.

116 (3º das duas)

A tabuada do ratinho marca o lugaer que é meu. Falas de fórmulas que ninguem compreende essencialmente quando há quem não perceba o que o rato diz; a utilidade é nenhuma. Escola da vida? 10*10 é 100 1*1 é 1. Mesmo que o tal coeficiente corrija os erros de que falas como corrijo as minhas acções? Publicidade, vendas, caralho para eles. Ensinem-me o que quero o que não consigo aprender por mim mesmo! Eu estudo; prometo- já sei que é dificil.

115 (2º das duas)

A estatística de nada me serve. Aplico-a constantemente no meu dia-a-dia e? E nada. Os erros diferem pela diferença das pessoas; só a moda se aplica: só o nao existe. A média é irrelevante (eles são tão diferentes). Não escrutino os casos, de nada serviria.
Só a moda se aplica.
Só o não existe.

114 (1º das 2)

Tinhas o que mais me falta: a experiência. Coçavas o escroto com a vivacidade que é rara num jovem...pesam-te tanto como tempo que os consumiu. Médias, desvios; não há padrões na vida. Se os houvesse estava noutro curso.

113 (Errata)

Agarro-me às palavras quando me faltam os gestos.

112 (Resumo)

O problema do meu gostar é que envolve outra pessoa que não eu.

111

Passei como antigamente o suposto dia dos namorados sozinho. Fechei-me no meu quarto com o peso da noite de sexta e, à medida que o dia que só de tarde começou avançava, era o peso de Valentim que se acumulava nos meus ombros. Tantas vezes ferido por um dos filhos de marte e eis-me só - o humor percorre a minha vida e, pior que brejeiro, é mitológico.
O hábito fortalece o espírito. Cada ano é só mais um e, em cada um deles, acontece exactamente o mesmo; já espero tudo antes da colisão...
Passei como antigamente o suposto dia dos namorados: sozinho. O que perdi?nada. Estive com os poucos que gostam de facto de mim, foram momentos que só a solidão permite. Ninguem me esperava por isso fui e, quando a frase que entitulava o filme surgiu, ri-me: "Life is like anything else", não tem lógica alguma. Só devemos esperar por aquilo que fazemos; eu n fiz e o que fiz fiz mal.
Passei como antigamente o suposto dia dos namorados:sozinho. A culpa é minha.

sexta-feira, fevereiro 13, 2004

110

Estou de férias. Raros são os momentos que passo em casa: gosto de sair.

Tenho o meu espaço como é lógico: adoro o meu quarto. Ele é o meu melhor amigo; escuta, ouve e vê tudo o que se passa comigo e nada pede em troca. Enquanto escrevo no computador estou de costas para um MUPI (será assim que se escreve?) da ABSOLUT; de certa forma sou sacana, esqueço o que ele representa até precisar.

À minha direita tenho uma estante mais alta que larga. No ùltimo piso garrafas vazias da marca citada fazem-me lembrar, não as alegrias momentaneas que me deram, mas as mágoas que me fizeram esquecer por momentos. Por baixo acumulo livros que versam rimando e outros que versam sem sentido; li-os todos: gostei de alguns, adoro todos de um e há um ou dois que detesto. Na parte central merdas encimam os livros de direito civil que espero não ler.

No meu lado esquerdo sem sentido acumulo as folhas que preencho. Olho para elas e lembro-me de tudo até do que já não é mas desta vez as recordações cingem-se a ser o que são. O que passo para palavras ou cores deixou de estar em mim; deixou de ser um peso que só eu conhecia. Sou cobarde, mas só assim consigo. Só assim, cobarde e egoista, é que consigo escrever.

Estou de férias. Raros são os momentos que passo em casa: gosto de sair.

Quando saio à noite consigo divertir-me a maior parte das vezes. Não recorro ao alcool para me animar; p'lo contrário, a fluidez que me dá concentro no raciocinio exagerado que, como quem pensa sabe, só leva a merda. Podia ter aquela conversa do "não interessa o espaço mas sim as pessoas com quem vais" mas, como só eu sei, não sou mentiroso: interessa e bem. Não gosto de ambientes petulantes. É detestável ver como pessoas nos avaliam sem sequer saber o que pensamos (afinal o que define o que somos?).

No meio da diversão por vezes surge alguém que me desperta o olhar. Vacilo. Imagino como será. Estatiscamente não me é normal meter conversa, usualmente tem sido. Quando não falo é tão estranho perpetuo o que começou no instante que a vi e, movido por cobardia e um certo egoismo, recorro a um nada ABSOLUTo que me prolonga os juizos que julgo ajuizar. A noite termina em casa: o que escreveu é um rascunho, o que dorme está quase a nascer.

Estou de férias. Raros são os momentos que passo em casa: gosto de sair.


109

Sinceramente; de que me servem as palavras que só eu por inteiro compreendo? Escrevo tanto (não bem, é claro) e tudo o que tem destinatário as leu.Ah! se as vissem; se eu lhes conseguisse mostrar...

Porque não veêm?Porque não consigo?Acumulam-se as páginas, acumula-se o tempo na solidão que não passa;
Ah se vissem, se eu fosse mais claro!!!

Sou eu e rejeitam-me; sou cada folha marcada a tinta ou a carvão que soltam e voa até não voar mais; sou os zeros e uns que não se manifestam graficamente.Porquê?porquê?porquê?Porquê?

Não te chamo mais ó Deus: sempre que me ligas cobras no meu destino.

108

Estive a ver as fotografias que tirei desde as férias do verão. Encontrei uma bastante interessante e que se aplica. Estou eu de vermelho com cara de parvo a olhar para um sinal que, não sendo azul e vermelho e não tendo o artigo mais escrito do código escrito, nos diz o mesmo que o sinal citado. Percebam a admiração: se estacionasse estava sujeito a reboque.

quarta-feira, fevereiro 11, 2004

105 (Há coisas que não se dizem pela net)

Não gostou; ofendeu-se aos poucos com as palavras que leu. De certo algo estava errado se assim não fosse p'ra quê me dar o silêncio?

O tempo passou: envia um mensageiro atolado, um burro que não é numérico.

segunda-feira, fevereiro 09, 2004

107

Fui outra vez estúpido da mesma maneira que só um estúpido consegue ser de uma forma repetida. Porra eu que antes nem uma merda de uma frase dizia agora digo frases a mais; a forma difere o que sai é sempre o mesmo. Penso na calma que por momentos tenho esquecendo que assim, e só assim, arrisco, com a hipótese de ficar com nada de tudo o que, de certa forma, eu tenho (ou tinha).
Se tudo fosse como os números que disponho facilmente, se houvesse uma versão da tabuada do ratinho que me ensinasse a lidar com ela(s)...nada é e não há. As minhas conquistas são sempre as mesmas e todas elas solitárias.

segunda-feira, fevereiro 02, 2004

106 (2 quadras, dois tercetos, um grito)

Já tou farto da merda que me dão.
O resto, sim o resto, de que me serve?
O descontentamento aos poucos ferve;
Só arrefece a anciã paixão.

Questiono-me. Pergunto o que dirão.
A resposta será que ninguem teme?
Procura de mansinho talvez reste
algo do que te jurara servidão

Julguei ser grande; era só mais um servo.
Quando quiseste ouviste mais que um sim
mas hoje parvo aviso assim o fim

Desta pedra a que a lapa se pegou;
Aos poucos consumiste e assim findou:
As asas não abriu antes do enterro.

domingo, fevereiro 01, 2004

104 (Prepare yourself, it might work)

Ainda hei-de perceber onde erro. Ate lá, decididamente, vou passar a ser o que nunca fui um autentico cabrao com um egoismo requintado: de que me vale ser o queriducho o anormal que está lá sempre que precisam?Caralho para todas essas que fizeram o que eu me proponho fazer.

Sei que não vou conseguir- não sou eu- mas que se lixe, o que conta é a intençao.

103 (Uma merda qualquer)

As palavras têm de fluir, escapar por entre os dedos: prisioneiras nunca terão sentido.

102 (back in action.(really?))

"Sim!?".Repetiu esta palavra 3 vezes acumulando-se a raiva. Desligou à terceira;devia ser engano

101 (holiday in(n))

As mágoas que não se veêm saturam aos poucos o copo que se esvazia. Julgamos quando não estamos aptos a julgar que conseguimos estar mais perto do que não tinhamos. Caímos ao curto prazo de um tempo qualquer (talvez maior, talvez menor, não interessa); voltamos saturados do que tinhamos.
Sem perguntar sem ver o que causou, repetimos o ritual até não podermos; só é mais uma queda desta vez sem erguer.