Mais um. O meu primeiro. (brainwasherpt@hotmail.com)

quarta-feira, janeiro 28, 2004

100

Escrevi.
Preenchi o branco do papel.
Borrei aos poucos a dor
Dei formas tristes ao mundo.
Escrevi
Saí aos pouco de mim:
Era e não sou

terça-feira, janeiro 27, 2004

99 (Na margem do fim)

Termina com história o que começou com orelhas de burro em Setembro. No princípio eram ridículas as ideias que logicamente procuravamos explicar, no final, de uma forma ridícula, vou ordenar o que tão logicamente me ensinaram. Não sei o que sinto nos dois extremos, mas há quem se ria nos dois (não, não são os mesmos).
Em tão pouco tempo tanto se passou. Nada é como antes. Eu não sou o mesmo. O resto resume-se numa página, este semestre foi um em muitos.

98

Seul toi me donnes la tranquilité pour étudier l'histoire qui n'economize aucun de mon temps

97 (Try to read in russian)

ses lèvres demandent quelque chose, mais le nez enrhumé crée une barrière de ce qui a provoqué cet état

sábado, janeiro 24, 2004

96 (Olá boa tarde isto é para uma estatística)

Perguntaram-me se pensava. Sem pensar disse que sim.

Mas, se digo que penso e não penso, será que penso por pensar que sim?

95 (While wainting for the martinis)

Estavas ao fundo. Falavas p'ra frente; p'ra quem? Nem reparo.
Ele falava, segurava no preçário censurando o mundano da vida; interrompia por vezes para citar uma sinfonia que gostaria de ouvir. Nem reparo.
Paraste. Mexeste os lábios por mais uma vez enquanto, p'la quarta vez, ajeitaste o cabelo. O mundo? o que é o mundo? Nem reparo.

sexta-feira, janeiro 23, 2004

94

quando escrevo parece que expludo

Eu tão negro, tão morto crio um mundo de cores que , embora vistas, nunca senti. Expando-me por horizontes que desconheço. Quando escrevo não sou eu; sou eu e o mundo que não tenho, que de certo nunca vou ter. Ao escrever sou mais alto sou o que aspiro: solto um grito que não possuo; mudo o que será sempre assim.

93

A minha cor, melhor, a cor que sinto neste instante é triste. Não peço para a mudar, seria pedir demais e iria contra a minha humildade; mas, e peço por favor, deêm-lhe um tom mais alegre. Custa, mas não custa tanto

segunda-feira, janeiro 19, 2004

92 (Almost the end)

Só o cachecol era verde. Virei a cara. O adeus que não ouviste era mesmo um adeus.

domingo, janeiro 18, 2004

91 (À primeira)

Falei-te e parecia que o tempo não havia passado por ti: eras a mesma só que o miúdo que fugia nos corredores cada vez mais estreitos de ti cresceu. Não é o medo que nos afasta mas o tempo que em ti não se vê.

sábado, janeiro 17, 2004

90 ([∑ (x-μ)^2.f(x)])

Foste-te e começou a chover. A caminho de casa fui-me, aos poucos, purificando.

quinta-feira, janeiro 08, 2004

89 (No Porto depois de Mozart)

"Vai minha tristeza", é assim que o brasileiro começa. Ouvi-o vezes sem conta nunca percebendo o que a simples musica dizia. Ouvia, "tocava-me" dizia eu; mas a saudade nunca existiu em mim.
Fomos p'ro Norte. Estava longe, cá dentro, de ti. Era esquisito, só pensava no sorriso que tão poucas vezes me deste, nas poucas tardes que contigo passei. Com a distância, mesmo pequena, cresceu o desconhecido. Desta vez não minto; sinto-o e é estranho.

segunda-feira, janeiro 05, 2004

88 (A quem me lê)

Não julguem as linhas que escrevo o que interessa é o que nelas está contido.

87 (Fuck the pain away II)

Laranja de desejo tentava, mas era ela que me fodia.

86 (Era loira e gostava de laranja)

Lembro-me da camisola vermelha que a cobria coberta de um manto dourado felizmente livre. Lembro-me de um sorriso sincero de criança. Lembro-me de pulos de alegria por algo que me é banal. Lembro-me da forma como me falava...Lembro-me de tudo, mas só assim a quero recordar.

sexta-feira, janeiro 02, 2004

85 (one more night at lux)

Movido por uma bravura tão rara aproximei-me. Disse que tinha algo para lhe dar e, depois de aceitar o pouco que me o'frecia, dei-lhe:
上海女孩从美丽 (versão simplificada). Esta que o era não o sabia ler.

84 (if you had to be me)

O actor principal pega no telemóvel marca um número e simula que está a ligar.
(sinal de chamada)

Actor 2: Nem sabes quem vi ontem...
(sinal de chamada)
Actor principal:(um bocado nervoso) Espera estou a telefonar...
(sinal de chamada)
(sinal de chamada)
(Actor principal ainda mais nervoso)
(sinal de chamada)
Ouve-se o telemóvel a ser atendido. De fundo uma batida estridente.

Actor 1: (mais calmo) Bom ano!!!
(Voz metalizada e incompreensivel)
Actor 1: não compreendo nada mas espero que me estejas a ouvir. Diverte-te.
(voz metalizada e incompreensivel)
Actor 1: beijinhos (desliga o telemóvel- corta a batida- e volta-se para o seu amigo). Foi mau não foi?


83 (Let's get to the point)

Sem recorrer a metáforas ou a qualquer outra figura de estilo- burocracias desnecessárias p'ra quem sente não p'ra quem escreve:
Estou triste.

82 (Fuck the pain away)

"Have you ever seen a live mess up?"- perguntava a amplificada cantora que entre os gritos não ouviu o meu sim. Continuou, recitou a sua moderna poesia;e, no fim, só no fim, entre os gritos, desta vez dela, o mote que é título ganhou sentido.

O ano que começa colorido faz esquecer a hora morta do lobo.

81 (le prince n'est plus petit)

J'utilise seulement les mots que tu m'as offri:
"Tu deviens responsable pour toujours de ce que tu as apprivoisé".