Tem-me custado, cada vez mais, a escrever. As ideias vão surgindo; os ímpetos são cada vez maiores patrocinados por temperaturas que o mercúrio habitualmente registou (na maior parte das vezes é o sangue diluído). Partindo de um abrigo faço de gritos monumentos. Acumulam-se ladainhas harmoniosas e aos poucos, por preguiça, vou esquecendo as linhas que apoiam o que agora crio. No final, só o fim resta: até a causa foi esquecida.
Pergunto-me porque assim estou e a única conclusão ( e sim só será esta) a que chego é que não sei o motivo. Estou apático. Tantas vezes ansiei por algo, por tudo, mas hoje já nem isso há e, sem ser isso, o que mais motiva? A culpa é minha: nunca soube jogar esse jogo não matemático e, por isso, complexo (talvez também por envolver 2 jogadores...) a que muitos desconhecedores de tudo são mestres. Se calhar até sou acusado de não respeitar os requisitos máximos. Só pode ser disso:
Quem mais escreveria uma merda destas?
Mais um. O meu primeiro. (brainwasherpt@hotmail.com)
segunda-feira, novembro 24, 2003
58 (Acrobacias e Truques)
Disseram-me hoje algo que eu nunca deduziria: "é acrobata". Segundo reza a história um autêntico espectáculo, num terraço com vista para o Tejo, embasbacou os poucos que tiveram a sorte de o ver. A emoção, mesmo quando narrada, é intensa: tão poucos terão coragem para algo tão pequeno e grandioso (quanto mais aos olhos de outros).
Percorre-me uma mescla de inveja e incredulidade. Nunca diria.À minha miopia acrescento a minha inexistente capacidade de julgar carácteres
Percorre-me uma mescla de inveja e incredulidade. Nunca diria.À minha miopia acrescento a minha inexistente capacidade de julgar carácteres
quinta-feira, novembro 20, 2003
56 (Ícaro)
Ícaro,
Sou quase,não sendo,
Como tu!
Também vivi pouco;
Não tinha vista para o mar,
mas navegava entre as pedras com os olhos.
Cresci,
ele, mais velho, também lá estava
Mas nunca me deu as asas
que, com a idade, fiz.
Voei e voo,
E até hoje não houve
Uma última
vez.
Não sei porquê,
Fico sempre,
entre o céu e a terra.
Sou quase,não sendo,
Como tu!
Também vivi pouco;
Não tinha vista para o mar,
mas navegava entre as pedras com os olhos.
Cresci,
ele, mais velho, também lá estava
Mas nunca me deu as asas
que, com a idade, fiz.
Voei e voo,
E até hoje não houve
Uma última
vez.
Não sei porquê,
Fico sempre,
entre o céu e a terra.
quarta-feira, novembro 19, 2003
domingo, novembro 16, 2003
53 (Ataraxia)
Aos poucos contaminou-me. Somava-me e reduzia-me. O que resultou é indiferente; antecedo de dois pontos e coloco entre aspas: " "
sábado, novembro 15, 2003
50 (Prática de História)
Falas.
Tuas mãos mexem connosco.
Reviras a história,
Desdobras,
o que é visto em volumes.
É de papel o caminho que percorro,
e sofro,
por não o saber!
Tuas mãos mexem connosco.
Reviras a história,
Desdobras,
o que é visto em volumes.
É de papel o caminho que percorro,
e sofro,
por não o saber!
quarta-feira, novembro 12, 2003
49
Foi em Mileto, usavas as vestes que melhor te ficavam. O Fórum estava cheio mas só de ti e do que te envolvia. Estavas verde, mas lembro-me em tons sépia.
terça-feira, novembro 11, 2003
48
Considero-me diferente não por uma questão de moda mas por causa dela.
É normal o vazio. É normal resumir tudo a três coisas que no fundo são o mesmo. Hedonistas, narcisistas (muito mais do que eu), vulgares, seriados, limitados, iludidos...rascas no fundo, compõe a realidade a que me deram sem o pedir.
É normal o vazio. É normal resumir tudo a três coisas que no fundo são o mesmo. Hedonistas, narcisistas (muito mais do que eu), vulgares, seriados, limitados, iludidos...rascas no fundo, compõe a realidade a que me deram sem o pedir.
domingo, novembro 09, 2003
sábado, novembro 08, 2003
sexta-feira, novembro 07, 2003
42 (Querido?!)
As minhas amigas dizem de uma forma querida que eu sou querido. Ignorante ou ingrato pergunto de que me serve.
quinta-feira, novembro 06, 2003
41 (Dado auto-biográfico)
Sou estranho. A não compreensão dos meus actos e o seu requinte fazem com que me defina de uma forma resumida o adjectivo "importado".
40 (Sofia)
Uma especialista na matéria dizia: "há que se ter uma pontinha de maldade e crueldade; é mt mais interessante".
A ponta dela era um cume.
A ponta dela era um cume.
quarta-feira, novembro 05, 2003
34 (Underground)
À força de um embôlo humano entrei nas suas veias. Fechou-se a ferida ao som de três pis, e passei a ser um-elemento não figurado de lx. Duas pessoas mais definidas, em termos genéticos, que eu falavam de amor, de ciúme, da maneira que deveriam agir perante quem queriam até do que Mercúrio deveria transmitir! Preocupações banais alimentaram o discurso que durou uma viagem que me fez pensar.
terça-feira, novembro 04, 2003
33 (Adam)
Constantemente volto ao local que, por decisão minha, me é proibido. Crio leis a mim mesmo e não as cumpro. É ridículo, eu sei; mas a vontade suplanta o juízo. Deliro com aqueles instantes em que vejo o que não deveria:expando-me por dentro mas- questões formais- regulo-me.
O que seria de mim se não houvesse a maçã?
O que seria de mim se não houvesse a maçã?
31 (Será Fado)
Ouvia o que tu sentias. Nem ele que tocava se aproximava de ti...A qualquer palavra falta sempre a tua voz.
30 (Atrasado)
Hoje puderia ter tido tudo o que todos gostariam de ter mas, agarrado a convicções que ninguém conhece, disse que não. Fui estúpido, é a única conclusão a que chego.
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