Mais um. O meu primeiro. (brainwasherpt@hotmail.com)

terça-feira, dezembro 30, 2003

80 (Cera e mais nada)

O teu tom laranja escondia um amarelo pálido. Estavas triste, ou eras, não sei: só deste algo quente.
Tinhas medo de quem?de quê?

Aqui os por quês não têm motivo.

segunda-feira, dezembro 29, 2003

79 (Novidade?)

Finalmente encontrei-a. É parecida comigo e, a meu ver, compreende-me. Não, coração, não te solto (só me pediu para não te dar asas).

terça-feira, dezembro 23, 2003

78 (Acrílico)

Os seus olhos clamavam por ajuda. Ninguém ouvia.

segunda-feira, dezembro 22, 2003

77

Já estou farto. Vou parar de me ridicularizar em vão e estupidamente à medida que sou rejeitado. Sou tão superior aquelas que me inferiorizam; tenho somente de ter consciência disso e obrigá-las a olhar para cima...
Que sintam a faltam daquilo que nunca terão; dos nadas que eu sem querer dava; que chorem por terem perdido tudo.

76 (Sobre ela[s])

I just need to watch (actually I've rarely tasted) to get severly addicted.

75

Sinto falta das mensagens ridículas mas sentidas que enchiam a curta memoria do meu telemóvel: tinham as mesmas palavras que inúmeras vezes me foram segredadas. Sinto falta dos abraços que me envolviam sempre que a tristeza me trazia o frio. Sinto falta de chegar a casa e ter de dizer que tudo correu bem, que estou bom, que me vou deitar...Sinto falta das merdas que ouvia e de sentir que o que eu dizia era ouvido.

sinto falta de tudo isto.

Há uma vaga por preencher!

74 (A question of flavour)


Sometimes it is best to be bitter than taste bad.

sábado, dezembro 20, 2003

73

Falou-me na desparasitação que outro escrevera e que eu já pensara. Poucos são os que não se ofendem face tal acto, ele é um deles: Tão diferente mas tão mais que os outros igual a mim é assim que ele é. Não conheço as suas palavras; provavelmente serão aquelas que me faltam, aquelas que só tempo sabe se um dia serão minhas (talvez, talvez um dia). Decadente e certo disso: felizmente há frutos que não apodrecem.

72

Quando, de facto, te (re)conheci as flores uma a uma secaram, a boca não se viu. O espanto fora coberto com a mão que restava; pouco a pouco me esborratei no negro que me rodeou.

71

Dois bêbedos, um interrogatório; respostas vagas, ausentes tí­picas daqules que tudo dominam - deve ser do concentrado a que eles chamam sangue. Lá p'lo meio - findada a história de tias- ouve-se: " P'ra onde vais?". O menos ébrio exclama, transpirando metafísica, que só Deus o sabe. Ironia; quem está na fossa acredita.

sexta-feira, dezembro 19, 2003

70

Disseste tudo o que eu sinto. Escreveste as palavras que, desde o início, foram minhas de uma maneira que será sempre mais tua; e, como pensara, soaram bem. Claro que percebeste que eram para ti; mesmo que as escreva noutro lugar elas serão sempre tuas: foste tu que as despertaste:
"Quand je te vois je ne pense qu'à tes lèvres"

quinta-feira, dezembro 18, 2003

69 (Férias mas de quê?)

Estou de férias e nunca estive tão cansado. Hoje acordei relativamente cedo para quem se deitou às quatro da manhã ressacado, não da sangria, mas de um trabalho de cálculo que se prolongou. Uma hora depois do pequeno-almoço levantei-me; vejo as horas e percevo que estava atrasado ("merda aidna tenho de comprar o livro"). Saí a correr de casa e faço um desvio até à Parede, mas de nada serviu; a livraria fechara, perdi mais tempo, perdi um comboio. Sentei-me na estação para fazer o trabalho que só acabei no bar da faculdade pouco tempo ddepois de ela ter chegado.

Perguntava p'ra que servia o lambda quando a porta, como de outras vezes, bateu. Olhei, olhei e vi-a; mesmo que tentasse já não estaria indiferente. Oh o sorriso que ela me deu, aquele que, de uma forma estranha, já me tocara ao som de mozart, ainda por cima conjugado com o meu nome foi o que bastou. Disse-me o que queria e ajudei como pude. Agradeceu-me e fui.

Davam presentes e chocolates ao seu Diogo e ele, por isso, era feliz. Sempre precisei de mais do que isso; estou certo desde que a porta bateu...

Cheguei à mesa redonda - mais tarde, mas tinha um bom motivo. Acabou e parti p'lo caminho chuvoso que, aos poucos, diluiu o que me fora dado. Já em casa poucos eram os vestígios, só me via a dormir. Acordei e decidi que já não vou ser mais poético, desta vez quero que me compreenda: isto é o resultado.

68 (A partida)

O comboio chegou mais cedo e de nada me serviria correr. Vejo-o separado por grades cinzentas duas ruas distante de mim. Continuo, chego à estação ; uma figura andrógina desequipa-se, guarda a sua mota; uma velha, como sempre, lê o horário ; cinco surfistas (serão?) vêm da praia.
Sem pressa vou para a plataforma. Penso no soneto que não chego a escrever; penso num desenho que não faço; escrevo isto até o comboio chegar...Chegou!

segunda-feira, dezembro 15, 2003

67

O que resulta de um amontoado de coisas?(Pergunto de uma forma retórica; sem me interessar creio que já captei a atenção). Só posso dizer que nada.
Juntei à vida as cores que encontrei. Somei-as; criei outras novas. De nada serviu. Elas vivem, mas só consigo e para si.
Eu, tão abstracto, só vos peço para não me darem significado. Não me tentem compreender. Que a insignificância seja a minha maior característica:

Não deem, ao que não tem, sentido!

sexta-feira, dezembro 12, 2003

66

A desilusão ilude-nos. Movidos por sentimentos de revolta chegamos a dar maior importância àquilo que, nunca sendo, nos era importante.

65

Campanha de inverno da DKNY: New york tales. Pessoas felizes numa cidade atribulada, lindas (com tudo no sítio) a envergar roupa, casual, mas chic.
A minha (nossa?) história não se passa em nova iorque nem envolve pessoas daquele tipo. Tomara ter o sorriso que eles demonstram (as roupas e o resto ponho de parte, não quero ser consumista nem passar por mulherengo).
Ah! Eu um deles, ela uma delas...Publicidade à vida que nunca tive.
Olho para nós e penso num título: why did it have to be such a sad story?

Era tudo laranja, como gostavas, esbatido no azul.

segunda-feira, dezembro 08, 2003

64 (Ao som de "black eyed pees")

A música perguntava onde está o amor. Já existiu em nós, desvaneceu-se quando nos separámos. Sentada no sofá olho-te e és a mesma mas não és o mesmo para mim; o tempo consumiu-nos, fez-nos ver com outros olhos o que nos era banal.

sábado, dezembro 06, 2003

63 (O seu diário)

Querido diário, andei de escorrega. É tão giro: subimos, esforçados, tão alto para depois descer tão depressa.

sexta-feira, dezembro 05, 2003

62 (Contrariedades)

A tua cor favorita era a que pior te ficava.

61 (The fallen)

De braços abertos tentas albergar a luz que deixaste. Já não as usas,as penas caíram-te. De que te serve?

60

No bar acumulam-se tristezas que o homem do piano (inexistente) cantava; já fora assim antes, mostrou Degas, e nem o fumo as escondia.
Todos tinham o seu copo.Todos bebiam.